14 julho 2019

Suicídio - Cristiane Carvalho


O suicídio é um processo consciente, voluntário e intencional. Ainda há muito preconceito e tabu cultural, social e religioso.
É um tema falado nos bastidores, isso quando não há o silêncio que é o que ocorre na maioria dos casos. O ato suicida deve ser visto como um sintoma/sinal de alerta para uma questão mais complexa que a pessoa esteja vivenciando.
A pessoa com ideações suicidas está vivendo um terrível sofrimento, o que a faz buscar um alívio imediato com a interrupção da vida. A maioria das pessoas comunicam seus pensamentos e intenções suicidas por meio de palavras de sentimento de culpa, pessimismo, inutilidade e desesperança.
Outras, por meio de atitudes e comportamentos que deixam pistas de desistência de vida, estas geralmente fazem planos e tentativas.
Há outras que, devido à baixa intolerância à frustração, podem reagir repentinamente com atos impulsivos, sem planejamento prévio de suicídio.
Como ajudar uma pessoa com comportamento de risco?
  •         Sempre acreditar que é possível ajudar;
  •         Conseguir acolher, amparar, e principalmente, não julgar;
  •         Nunca dizer: “ah, que nada, isso vai passar!” Ou “deixa de bobagem!”
  •         Pode dizer: “me ajude a entender, talvez, achamos uma saída juntos.” Ou “vejo que isso deve estar te causando muito sofrimento. Estou aqui pra te ajudar”.

Cristiane de Carvalho Neves é psicóloga especializada em luto. 

cristianecarvalho.psi@gmail.com

07 julho 2019

LUTO - Cristiane Carvalho


O luto é um processo de trabalho psíquico na elaboração e resolução de uma perda significativa real ou simbólica que exige muito do indivíduo. 

A elaboração do luto permite à pessoa encontrar novos rumos. A não elaboração pode significar complicações psicológicas e/ou médicas. 
É um processo solitário e individual, mas também social porque o meu luto afeta o seu luto e vice-versa. Cada pessoa tem pensamentos e expressa seus sentimentos de forma bastante singular, de forma única, até porque além de outros fatores, suas reações vão depender das experiências de perdas que foram vividas anteriormente. 
Requer adaptação, por ser um momento de construção de significados após a ruptura de um mundo presumido ou conhecido. Portanto, luto é um processo doloroso, porém normal, pois é preciso passar por ele para recomeçar e seguir se adaptando a uma nova vida. 
Esse processo requer um tempo relativo que não pode ser medido, que varia conforme diversos fatores de pessoa para pessoa. De forma geral, é um tempo que pode durar meses e até alguns anos. 
Pesquisadores observaram que pessoas que tiveram várias perdas seguidas num curto espaço de tempo, sofrem um processo de luto mais longo e mais doloroso. Entretanto, somos orientados a entender que o luto termina e não termina porque pode reaparecer numa outra situação, para que questões que pareciam estar resolvidas, sejam novamente trabalhadas. 
Durante o processo de luto podem ocorrer oscilações de humor, cheio de altos e baixos, em que as pessoas podem ter dias que se sentem bem e outros dias que estão muito mal, bem tristes. Essa oscilação de estados de humor é comum no dia a dia do enlutado, e isso não quer dizer depressão. 

Cristiane de Carvalho Neves é psicóloga especializada em luto. 

cristianecarvalho.psi@gmail.com