Segundo a Wikipédia, Suicídio, do latim sui (próprio) e caedere (matar), é o ato intencional de matar a si mesmo. Sua causa mais comum é um transtorno mental que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas. Dificuldades financeiras e/ou emocionais também desempenham um fator significativo.
Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano, tornando-se esta a décima causa de morte no mundo. Trata-se de uma das principais causas de morte entre adolescentes e adultos com menos de 35 anos de idade. Entretanto, há uma estimativa de 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios não-fatais a cada ano em todo o mundo.
Do ponto de vista espiritual, há alguns consensos. O suicídio faz sempre parte de um processo obsessivo complexo e doloroso. Os que cometeram suicídio em vidas passadas, necessariamente passarão pela provação do suicídio nessa encarnação, sendo levado a situações extremas onde poderão provar que aprenderam a lição e podem seguir livres dessa energia deletéria. A situação espiritual do suicida consciente é extremamente dolorosa, mas em nenhum momento o amparo espiritual deixa de alcança-lo.
André Luiz, no livro Nosso Lar de Chico Xavier, foi considerado um suicida inconsciente, pois abreviou em muito sua vida, abusando de alcóolicos, sexo e emoções de raiva e mau humor. Aqui nesse breve artigo, queremos nos ater ao suicídio consciente e principalmente, como poderia a família e amigos, olhar para esse momento doloroso de uma forma diferente.
A reação dos que ficam varia muito. Alguns exemplos:
- Isso foi covardia! Como o fulano pode me deixar justamente assim nessa situação?
- E se eu tivesse olhado melhor, será que eu teria impedido?
- Como não percebi que ele poderia chegar a esse ponto?
Alguns não se permitem nunca mais ser feliz após um ente querido suicidar-se, e em muitos casos isso afeta muito crianças que iniciam um perigoso processo de transferência da dor, assumindo e carregando fardos enormes e impossíveis de serem resolvidos de forma racional.
Devemos sempre pensar que cada pessoa tem o direito de realizar com sua própria vida o que quiser, mesmo colhendo frutos amargos, esse direito é inalienável. Temos um limite bem claro no até onde podemos interferir na vida alheia. Muita gente gostaria que ter a vida de outros absolutamente sob controle.
Não há amor maior que de Deus, ninguém ama mais aquele que suicidou do que Ele. Porque então Deus não o impediu? Porque na sua sabedoria, ele nos dá a liberdade que ensina, mas nos obriga a colher os frutos de nossos atos, dos melhores aos mais estúpidos e impensados, e através disso vamos aprendendo, cada um no seu ritmo e compasso.
Nosso olhar para o suicida não deve ser de dó, de pena, e muito menos de ódio e raiva. Devemos nos esforçar para olhar para a situação com compreensão, com respeito e com amorosidade. É como uma criança que desiste da escola e resolve enfrentar a vida nas ruas. Haverá choro e ranger de dentes, sofrimento, desamor, traição... mas é uma escolha.
Bert Hellinger, o criador das constelações familiares, nos mostra claramente que é muito frequente que em situações de suicídio, alguém da família queira assumir a dor, e de alguma forma se tornar um representante daquele que se foi e se excluiu da sistêmica familiar. Nesses casos, ocorre depressão, doenças inexplicáveis, morte prematura, uma série de desarmonias que poderiam ser evitadas se o assunto suicídio não fosse colocado como um segredo inviolável e um tabu inquebrável.
A família deve vivenciar o luto, a perda, a dor, mas acima de tudo, deve e pode contar com o apoio de explicações claras e objetivas que a doutrina espírita traz, aliviando-se mutuamente. Além disso, deve conversar sobre o fato, retirando de cada um a culpa que fica por não ter feito tudo que poderia, fardo pesado que acompanha 100% dos familiares e que deve ser deixado de lado.
Em outro momento, menos doloroso, deve começar a olhar para o suicida com respeito, dizendo mentalmente a ele, “que o que ele fez foi doloroso, difícil, absurdo, mas que respeita sua atitude e o envolve em muito amor e compaixão. Não carrego mais esse peso que não é meu, carrego a minha dor e a saudade, mas substituo o fardo pela esperança de um reencontro futuro e pela fé na sua plena recuperação espiritual.”
Não há saída fácil para o suicídio. O próprio suicida se defrontará com uma dura recuperação no plano espiritual, que varia de anos a décadas, a depender de uma imensidade de fatores, como fé religiosa, evolução espiritual, apoio familiar... A família enfrentará um percurso sinuoso, que pode ser mais ou menos doloroso a depender da forma como as atitudes forem tomadas.
Olhar de frente para o problema, envolver toda a família nesse problema que é por natureza sistêmico, quebrar o paradigma do sofrimento eterno que acompanha o núcleo familiar como se fosse uma praga divina (parodoxo da intolerância religiosa). Essas e outras atitudes podem amenizar essa dor, tornar esse fardo mais leve.Compartilhe essa dor com que pode carregar. Exercite sua fé religiosa. Não se torne um descrente, e nem amargure sua vida. Se alguém que ama escolheu a fuga ilusória do suicídio, encontrando a vida após a morte em toda a sua plenitude, escolha a vida, escolha o amor, escolha o olhar amoroso do perdão e da misericórdia e siga em frente, entendendo que tudo está certo, na hora certa, do jeito certo, mesmo que não consigamos entender o porque das coisas.
Muita paz e luz!
3 comentários:
Se eu cometi suicídio em vida passada, o que raios eu devo fazer nessa vida pra reparar o erro?
Quais as possíveis provações que poderia passar por aqui?
Oi Leandro, grato pelo comentário. Na verdade creio que o que é importante nesses casos é o que não fazemos, ou seja, não repetir o padrão de suicídio. Necessariamente o suicida se confronta com situações onde a vontade de abandonar o barco é muito grande. Mas acredito que vale a pena perseverar. tudo passa.
Sinto uma força constante me empurrando para o suicídio. Isso pode estar relacionado com vidas passadas?
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