11 fevereiro 2016

Guerreiros da fé - Giselle Fachetti


Ontem ao me deitar à procura do sono reparador, fiz minhas preces habituais. Logo percebi o contato suave de um instrutor espiritual que comigo pretendia debater uma questão atual que vinha me intrigando e, ocasionalmente me induzia a uma profunda indignação.
Observamos neste último século inúmeros avanços na saúde pública e, ainda assim, continuamos a nos deparar com desafios recorrentes como a transmissão materno fetal de doenças infectocontagiosas. Assim iniciou o mestre espiritual a sua explanação.
Durante séculos a sífilis marcou as famílias com a vergonha e a dor, ela se estampava nas faces deformadas dos recém-nascidos portadores da sua forma congênita, até que a penicilina viesse a derrotar o Treponema.
A rubéola foi contida ainda recentemente, quando imunizamos os jovens adultos. Inúmeras ameaças foram sendo controladas graças ao grande empenho da comunidade científica e da população sob risco.
Agora que o controle da AIDS já é uma realidade, nos aparece o Zica vírus, que se transmite via picada de um mosquito já bem conhecido nosso, que tem nos atormentado por desfrutar de nosso lixo não reciclado e por habitar a água empoçada naquele nosso lixo que não foi adequadamente descartado.
Estudemos o assunto além da sua biologia, sua transcendência é que nos interessa nesse debate, alertou-me o atencioso orientador.
A transmissão, o controle e as rotinas de saúde serão desenvolvidas oportunamente. A proteção à vida que se desenvolve no ventre materno será obtida com sucesso em breve, conforme já aconteceu em relação às doenças mais antigas.
Na realidade o processo será bem mais ágil, já que o conhecimento e a tecnologia hoje disponíveis permitem que os resultados sejam alcançados em anos e não em séculos como outrora.
Até que se controle a nova doença, ela trará de volta à crosta terrestre, entre a dor e a agonia, os Guerreiros da fé, para que sejam acolhidos por mães de Luz.
Os Guerreiros da fé são espíritos que desencarnaram recentemente, vítimas de embates da guerrilha fundamentalista que pretendia defender o Criador através do equivocado sacrifício de sua preciosa existência física.
A misericórdia do Nosso Criador é tamanha, que foi organizada no Além uma grande força tarefa para receber os Guerreiros da fé, assim que eles transpusessem os portais que comunicam o mundo físico com o mundo espiritual através da autodestruição em nome de Alá, em nome do Cristo Jesus, ou em nome dos Santos e dos Eleitos das mais diferentes ordens.
Tal deferência foi oferecida aos suicidas deste grupo pois realizavam o sumo sacrifício em nome de uma fé distorcida, mas em cujas raízes se encontram os germens das boas intenções que viriam posteriormente a se deturpar.
Estes seres usaram o grande potencial de amor que o Criador colocou em seus corações como combustível para projetarem-se em guerras fratricidas e suicidas e não, como seria o ideal, para obterem a harmonia e compaixão que a tudo equilibra e cura.
Essa força tarefa estabeleceu um plano, um grande projeto, para levar os Guerreiros da fé acolhidos nos inúmeros lares das crianças (veja o livro Os mensageiros da esperança) espalhados pelas mais diversas colônias espirituais que gravitam em torno do planeta Terra, de volta ao corpo físico.
Nesta nova oportunidade encarnatória seriam oferecidas condições mais adequadas para que eles retemperem o exercício da religiosidade inata. Os Guerreiros da fé acordarão em corpos físicos adequados para uma experiência de religiosidade mais singela e pura, diferente daquela anterior, beligerante e raivosa.
Assim nossos irmãos serão acolhidos em sua maioria, na Pátria do Evangelho, Nação esta que já tem em sua natureza a tendência de acolher e nutrir a diversidade. A mesclagem de culturas, hábitos, sotaques, etnias e religiões permitirá que os Guerreiros da fé recebam grandes doses de virtudes como a aceitação e moderação. E, estas a eles serão úteis no saneamento das suas características opostas de radicalização, imposição e fundamentalismo.
As lesões que a si próprios causaram com o autoextermínio, muitas vezes associado ao assassinato em massa, trazem para seus os corpos físicos uma enorme suscetibilidade à ação viral deletéria, suscetibilidade esta que variará conforme o grau de comprometimento de cada guerreiro em particular.
Essa oportunidade bendita, oferecida pelo Criador aos seus filhos queridos, apesar dos seus desvios que os distanciaram da harmonia universal, os trarão de volta às sendas do Pai, em tempo muito reduzido em relação ao que seria necessário sem esse processo.
As lições a serem aprendidas pelos guerreiros da fé envolvem suavidade, compreensão e compaixão. Terão que abrir mão das certezas que os protegiam como paredes de concreto e aço. Terão que aprender a se mover entre os delicados caminhos da incerteza, aceitando as diferenças e a realidade de que existem inúmeras verdades válidas.
Apenas poderão cumprir esse grandioso objetivo de resgate coletivo se na terra forem aceitos. A escolha da Pátria do Evangelho para essa missão de amor e compaixão se deve à sua postura tradicional de valorização da vida.
A Pátria do Evangelho é habitada por espíritos amorosos que em sua maioria absoluta não são influenciados por propostas comodistas de eugenismo sanitário. Alguns cairão diante da prova, mas o triunfo será a resposta mais frequente e, com esse triunfo retornarão à pátria espiritual redimidos os Guerreiros da fé e seus abnegados genitores e familiares.
A força tarefa do Cristo receberá então, novamente, de braços abertos os filhos doces que colocou no seio desta Nação para sua reeducação, recuperados e, prontos para servirem em um exército de amor, paz, consolo e luz.
Serão eles conhecidos a partir deste momento bendito não mais como Guerreiros da fé, mas como Soldados da Luz.

Essa força tarefa que se constituiu no Além, sob a Luz do Cristo e, sob a egrégora de seus anjos celestiais, foi denominada de Força Tarefa do Projeto ReLuz. E, nesse momento precioso os Tarefeiros do Projeto ReLuz agradecem aos cidadãos do Evangelho, por sua coragem e doçura ao receberem carinhosamente essa nobre missão de amor.

30 janeiro 2016

Microcefalia, Zika Vírus e uma experiência espiritual

Obs: Na Colônia Esperança temos o Lar da Criança Menino Jesus, que prepara crianças para reencarnar. Nosso grupo mediúnico vem trabalhando com desdobramento consciente desde 1999, auxiliando de alguma forma nesse trabalho. A história completa está no livro Os mensageiro da Esperança - http://www.saraiva.com.br/os-mensageiros-da-esperanca-8689381.html
 
Esse texto faz parte do livro Educandário do Espírito a ser lançado. Foi recebido em reunião mediúnica realizada na Comunidade Espírita Ramatís no dia 30/01/2016

O grupo estava reunido conforme já acontecera tantas vezes, mas a energia estava diferente, como se algo mais sutil estivesse entre eles.
Sr. José, dirigente encarnado do grupo ligou uma música suave e foi conduzindo os trabalhadores no relaxamento, visando o desdobramento consciente – Meus irmãos vamos respirar profundamente relaxando a musculatura e deixando a energia fluir pelo nosso corpo, nos trazendo harmonia e paz. Imagine uma pirâmide de quatro lados nos envolvendo e traga para dentro dela a melhor energia possível. Perceba essa energia girando em sentido horário criando um campo terapêutico.
Nesse meio tempo Dona Inês percebe a presença de um irmão desencarnado que aplica passes longitudinais em cada trabalhador, facilitando o desdobramento. Ele solicita à irmã que transmita uma orientação a todos, o que ela faz com tranquilidade – Amigos, está aqui um senhor, que se identifica como Artur e pede que nos concentremos em nossa respiração, aspirando as energias positivas que se adensam na nossa sala. E com a força da mente, ao nos desdobrarmos vamos construindo uma túnica leve de proteção, nos preparando para o trabalho
Em poucos minutos, todos os médiuns estavam desdobrados e ambientados, sendo conduzidos pela volitação até o Lar da Criança Menino Jesus, situado na Colônia Esperança, dirigida pelo grande Eurípedes Barsanulfo. (Veja o livro Os Mensageiros da Esperança.
No amplo jardim se juntaram a um grupo de trabalhadores, liderados por Sita, antigo conhecido do grupo. Meus queridos irmãos – iniciou Sita – hoje nos dedicaremos à assistência amorosa e ao resgate de irmãos desencarnados presos no astral menor, em um vale de sofrimento imenso. Necessito que vocês se concentrem e mantenham a mente conectada ao plano superior da vida, evitando desgastes desnecessários e outros inconvenientes.
Dezenas de trabalhadores acompanhavam o trabalho. Passando por trás do Lar da Criança e à direita do templo de cristal, caminhavam por uma trilha que descia sempre. Por vários minutos andaram sem parar, notando que a respiração ficava cada vez mais difícil, na medida em que adentravam zonas umbralinas. Ouviam nos refolhos da alma o comando mental seguro de Sita, orientando a respiração e a calma.
Contornando uma sinuosidade no caminho, chegaram a um ponto onde avistavam imenso vale, completamente escuro e desolado. Sob a orientação de Sita, os trabalhadores encarnados e desencarnados formaram um imenso círculo, iniciando o canto de músicas e orações, intencionando envolver todo o vale em energias curadoras.
Nesse instante, figuras angélicas desciam do alto e manipulavam a energia dos trabalhadores, formando uma espécie de nuvem, um lençol brilhante que se estendia por todo o vale e só então os trabalhadores encarnados perceberam as milhares de almas entrelaçadas pelo sofrimento que habitavam o local.
Assustada com a visão, Mariana recorre a Marcos, o mentor amigo que lhe socorre de imediato – São espíritos que abusaram da inteligência, do poder mental e hoje estagiam em locais de sofrimento e depuração, pois ainda não conseguem alimentar o aspecto emocional da mente. Passaram pela vida, desperdiçando os talentos do raciocínio somente para se beneficiarem, para enganar, conquistar poderes transitórios sem nunca se permitirem a conquista de valores espirituais verdadeiros.
Mostrando no olhar toda a compaixão que sentia, Marcos continua – Vivemos tempos de resgates coletivos. Muitos podem olhar para isso como um castigo divino, mas na verdade é a infinita misericórdia divina que guia a humanidade. Esses irmãos necessitam reencarnar para aprender a amar. Mas lesaram os centros cerebrais de tal forma que o corpo físico e especialmente a área cerebral não conseguirá se desenvolver a contento, uma vez que o corpo físico é uma mera cópia imperfeita do corpo espiritual.
Escutando o mentor, Mariana se lembra dos noticiários que relatavam a questão do Zika vírus e a microcefalia.
Captando seus pensamentos, Marcos se adianta – Sim Mariana, a microcefalia é uma das formas de resgate que a espiritualidade maior utiliza, objetivando a cura verdadeira que é a espiritual. A justiça divina, essencialmente perfeita, determina que cada um de nós colha os frutos que plantamos, mas contrariamente ao que muitos pensam, isso não é uma punição e sim um ensinamento, uma oportunidade. Deus seria um sádico completo se simplesmente nos condenasse ao sofrimento.
Mariana observa que somente uma pequena porção dos doentes eram assistidos, sendo que a maioria nem sequer conseguia notar a presença dos trabalhadores. Nesse instante, centenas de mulheres se aproximam desses irmãos que permaneciam ali em completa alienação mental.
São as mães - explica Sita ao grupo – essas almas generosas e sábias que não enxergam a degradação desses seres em desgraça, mas somente os filhos maravilhosos que se perderam em algum momento e que agora necessitam de auxílio.
Permitindo que os trabalhadores se aproximassem dessas mulheres, eles passam a conversar com elas. Uma delas, uma senhora de cabelos negros e lisos, olhos fascinantes de magnetismo amoroso chamava atenção ao dizer – O risco da microcefalia é global, justamente porque Jesus espera que todos sintam seus corações tocados pela compaixão, e se virem para o sentido espiritual dessa epidemia mundial.
Muitas famílias – continuou a mulher – se sentem desprezadas por Deus quando os filhos são acometidos de problemas graves, mas quantas mães desencarnadas não dariam suas vidas para ter novamente esses espíritos em seu ventre, poder amamenta-los e cuidar deles com infinito amor?
Vejam – disse a mulher estendendo o braço em direção ao vale – somos centenas de mães somente nesse local que dariam tudo para poder reencarnar e receber novamente esses meninos rebeldes que se desviaram de Deus. Sabemos que uma doença grave como a microcefalia é o início do caminho de cura do espírito. É doloroso? Muito! Mas todo sacrifício em nome do amor vale a pena.
Rodeada pelos trabalhadores, a distinta Senhora ia respondendo as perguntas.
- Mas não seria injustiça submeter um espírito a renascer com microcefalia?
- Não vamos inverter a ordem das cosias – responde – em primeiro lugar cada um colhe o que planta. O abuso da inteligência é que determina a lesão no corpo astral e essa por sua vez é que determina a doença física. Foi uma escolha. Não há castigo. Toda escolha tem uma consequência. Não podemos passar pela vida sendo irresponsáveis e imaturos e acreditar que nunca iremos nos responsabilizar pelos nossos atos.
Renato, trabalhador encarnado pergunta – Então todos os casos de Zika vírus e microcefalia tem a mesma causa?
- Obviamente que não Renato. Mas a grande maioria se constitui de espíritos endividados e devemos lembrar que essa é uma doença sistêmica, que envolve toda a família, mudando rumos, aproximando-os da religiosidade, da humildade, da compaixão, obviamente, desde que os envolvidos queiram que isso aconteça.
Pedindo a palavra, Sita complementa – O raciocínio é simples. Nem todos que são picados pelo mosquito desenvolvem a doença. Dos que apresentam os sintomas da virose, somente uma pequena parte tem comprometimento neurológico. Da mesma forma ocorre com as gestantes. Algumas são picadas pelo mosquito e apresentam sintomas gripais, outras nem isso. E grande parte dos fetos não apresentam alteração. A questão é sempre individual. É preciso existir uma afinidade energética para que o vírus se aloje no cérebro em desenvolvimento e cause o problema. Sem essa ressonância energética, teríamos que acreditar no acaso e achar que Deus brinca com a vida das pessoas.
Mas entendendo isso – complementou Sita – fica mais fácil observar que na verdade, a doença existia antes na forma de desarmonia energética no cérebro astral do espírito que está reencarnando, e que isso gerou um tropismo, uma atração para o vírus, possibilitando a doença.
Ensimesmados com o sofrimento daqueles irmãos e com o exemplo de amor vivo daquelas mães que continuavam amando mesmo que os filhos degenerados nem sequer lhes percebessem a presença, os trabalhadores foram saindo um a um, caminhando de volta à Colônia Esperança. Era hora de encerrar os trabalhos e retornar ao corpo físico.

14 dezembro 2015

SENTIR QUE ESTAMOS SENDO SENTIDOS. Dr. Milton Moura

SENTIR QUE ESTAMOS SENDO SENTIDOS
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Há algo interessante no mundo dos relacionamentos. Compartilhamos emoções! Aquilo que sai do partícular de cada um, o sentimento, pode ser percebido e até mesmo sentido por outros. Perceber o que o outro sente. Perceber também que o outro está nos sentindo. Essa é a base da empatia. Uma capacidade de visão mental que promove um verdadeiro escaneamento interno e externo. Cada pensamento promove um sentimento. O ciclo entre pensar e sentir – sentir e pensar – infinitas vezes, cria o Estado de Ser de cada um. Transmitimos aquilo que somos. É a nossa assinatura energética.
De alguma maneira precisamos sentir que estamos sendo sentidos. Criamos uma modificação no espaço que conecta a tudo e a todos. Lembram? A matéria corresponde a 0,0000001% de tudo e o espaço corresponde a 99,9999999% de tudo. Somos muito mais nada do que algo. Irônico isso? Dar mais importância a 0,0000001%. Não estamos esquecendo algo? O espaço que é onde nascem todas as possibilidades. Percebam que o espaço que permeia as minhas células é o mesmo espaço que permeia as suas células. Somos conectados pelo espaço.
A todo instante estamos realizando um verdadeiro “mapeamento” do outro e também de nós próprios. Em qualquer relacionamento – para que exista o compartilhamento de emoções – necessitamos da capacidade de auto “mapeamento” e também de “mapear” o outro, ou seja, criar uma “imagem” que represente ambos. Essa é a base da visão mental. Durante qualquer experiência que envolva relações interpessoais a visão mental está presente fazendo um levantamento das informações e energia do próprio corpo e simultaneamente realizando um levantamento das informações e energia do outro.
Há uma espécie de “ressonância” mediada pelas emoções que podem ser compartilhadas de forma não verbal e que são fundamentais para a “percepção” do outro. É como se cada um de nós, como observadores, fossemos cocriadores uns dos outros. Somos sujeito e objeto simultaneamente em qualquer relacionamento. A emoção/sentimento “permeia” essa observação simultânea e consegue-se criar um mapa de “nós” em cada relacionamento. Essa ressonância ocorre em um relacionamento entre mãe e filho(a), entre namorados, entre amantes, entre amigos, entre grupos, entre comunidades, entre sociedades, entre cidades, entre países, entre… todos.
Agora, imagine por um instante se perdessemos a capacidade de sentir que somos sentidos. O que aconteceria? Indiferença? Frieza? Mecanicidade dos movimentos? Incapacidade de criar um mapa do outro? Exatamente isso. Estamos todos interconectados por uma realidade fundamental. Estamos todos permeados por um espaço inteligente e rico energeticamente. Diante desse conhecimento, podemos aprimorar a capacidade de autopercepção e também de perceber o outro. Somos todos conectados. A importância de sentir a si mesmo e sentir o outro é a base de qualquer relacionamento.
Cultivemos, então, excelentes relacionamentos entre todos nós. Que possamos transformar nossas reações emocionais negativas em emoções positivas de amor, gratidão, admiração pela vida para que cada vez mais isso torne-se a “substância” principal de nossos mapeamentos mútuos, aumentando a vibração e permitindo que haja uma expansão da compreensão da vida.
Milton Moura é autor do site Criatividade quântica. Médico cardiologista e ativista quântico, é também um estudioso da neurociência. - http://drmiltonmoura.com/about/

09 dezembro 2015

Depressão uma visão Espiritual não ortodoxa - Adilson Lorente

A quantos afeta
Segundo pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde, (OMS), em 2013, estima-se que 400 milhões de pessoas, cerca de 7% da população mundial, sofriam de depressão a cada ano.  Verificavam-se à época mais de 850 mil suicídios por ano em decorrência de depressão. Esses dados foram revelados pelo ex-secretário geral das Nações Unidas, na abertura do seminário “A crise Global de Depressão” promovido pela revista britânica “The Economist”.
 No Brasil, a estimativa muito otimista era que cerca de 10% da população sofria de depressão. Otimista por basear-se em dados de pessoas já diagnosticadas. Deve-se observar que a maioria dos deprimidos não foi diagnostica ou sequer sabe que sofre ou sofreu por depressão. A consequência para elas é, geralmente, a falta de tratamento ou terapia pouco adaptada.
Esse índice, no entanto, sobe para 18% da população brasileira, segundo um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo que avaliou a prevalência de distúrbios psiquiátricos na região metropolitana da cidade, baseado em 5.037 entrevistas, com perguntas capazes de revelar se o entrevistado passa ou já passou por essa condição. 
 O fato é que “a depressão grave revela-se um problema de saúde pública em todas as regiões do mundo”, conforme concluiu o último relatório sobre esse transtorno feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 18 países, de alta e de baixa renda, incluindo o Brasil, ao final de 2011.
Segundo o relatório, aproximadamente 14,6% da população dos países com alta renda já teve depressão em algum momento da vida. Já entre o grupo de renda baixa e média, 11,1% das pessoas apresentou o distúrbio em algum momento.
Se projetarmos para o Brasil os dados da pesquisa Megacity, portanto, temos mais de 36 milhões de pessoas afetadas em diferentes graus, em algum momento da vida. Muitas delas ficaram incapacitadas para a vida produtiva e com sérias dificuldades nas relações familiares.  A Organização Mundial da Saúde (OMS) projetava que em 2030 a depressão a primeira maior causa de incapacitação no mundo. Mas reviu suas conclusões, e em 2030 poderá ser a primeira.
            Além disso, os pesquisadores observaram que, nos países mais ricos, a idade média de início dos episódios de depressão é 25,7 anos, contra os 24 anos dos menos desenvolvidos, onde o Brasil se inclui. Nos países com alta renda os jovens são o grupo mais vulnerável. Já nos outros lugares os idosos mostraram maior probabilidade de ficar deprimidos.
Nos dois grupos – jovens e idosos -  a separação de um parceiro foi o fator mais importante. A ocorrência foi duas vezes maior em mulheres e a incapacitação funcional mostrou-se associada a manifestações recentes de depressão.  

Como saber se alguém ou nós mesmo estamos deprimidos?
Podemos saber se alguém está efetivamente deprimido e necessitando de tratamento para superar essa patologia, quando observamos, por mais de duas semanas, que a pessoa:
·      Sente-se triste a maior parte do dia, quase todos os dias;
·      Culpa-se em demasia pela própria doença e até mesmo pelos problemas dos outros e por problemas do passado;
·      Sente-se sem vontade (ânimo) para fazer as tarefas habituais, seja trabalhar fora ou cuidar dos filhos e realizar tarefas essenciais - coisas que normalmente faria sem dificuldades e até com prazer;
·      Apresenta o desejo de fuga da vida, querendo ficar sozinha o máximo possível. Evita o convívio social;
·      Quando acorda não têm vontade de sair da cama;
·      Tem insônia ou hipersonia (vontade excessiva de dormir);
·      Sente-se fracassada, sem valor, inútil, e despreza seu valor como pessoa;
·      perda do desejo sexual;
·      Não tem esperança de que a situação melhore.
A pessoa com depressão também pode ter crises de choro injustificadas, desejo de morte, irritabilidade, dificuldade de tomar decisões, de começar e/ou de terminar tarefas iniciadas.
Aqueles que estão deprimidos sentem-se muito tristes e envoltos por pensamentos negativos sobre si mesmo e a vida de forma geral. Podem ainda sentir palpitação (desconforto cardíaco), constipação, dores de cabeça e dificuldades digestivas. Sentem-se sem energia para fazer o que precisam, têm dificuldade de concentração, alterações no apetite, sentem-se lentas para a realização de atividades físicas e mentais.  Pode ser que a pessoa não tenha todos esses sintomas e, se tiver a maioria deles, eles podem não ocorrer simultaneamente.
Normalmente, as pessoas deprimidas acham que trata-se de uma dificuldade passageira e custam a admitir que estão doentes e procurar ajuda especializada de um psiquiatra ou de um psicólogo.
Períodos de melhora e de piora são frequentes e, muitas vezes, servem para adiar a procura por tratamento. A decisão só vem quando os sintomas ficam graves e as questões de convívio se tornam quase insuportáveis.

Causas da Depressão
            Para facilitar o entendimento das causas da depressão, podemos classifica-la em três grupos, de acordo com as suas causas:
No primeiro grupo (depressão de causa exógena), estariam aquelas desencadeadas por fatores externos: separação de casais, perda de entes queridos, perda do emprego e dificuldade de reempregar-se, viver situações de extremo estresse por um período relativamente longo (cuidar de pessoas enfermas e dependentes, relações conjugais violentas), frustrações em objetivos que elegeu como fundamentais para a própria realização. Podemos incluir aqui um tipo de depressão que se associa à menopausa na mulher e outro que afeta principalmente os homens quando se aposentam. Ocorre especialmente quando ambos olham à frente e não vêm uma perspectiva existencial satisfatória, seja por razões materiais, efetivas ou por se sentirem inúteis, e sentem insegurança/medo em relação ao futuro

No segundo grupo, visualizamos as depressões desencadeadas por doenças que incapacitam o indivíduo parcial ou totalmente, como AVC, câncer, doenças autoimunes, perda de membros, de visão ou audição, dependência química, hipotireoidismo.

Num terceiro grupo, que coloco aqui como uma visão pessoal, incluirei as depressões de natureza espiritual que podem estar relacionadas a esta vida ou a vidas passadas. São eles:
1)  Ex-suicidas de outras vidas que, quando chegam próximo da idade em que deram fim à existência anterior, emerge em suas consciências o quadro de sofrimento do passado, causando forte depressão que pode leva-las a repetir o ato.
2)      Espíritos que sentem no fundo da alma que traíram os objetivos para o qual vieram nesta existência, optando por caminhos mais ligados ao sucesso material, algumas vezes por meios pouco éticos ou ilícitos mesmo. A maioria deles vive angustiada, alimentam forte sentimento de culpa e remorsos por atitudes em relação às criaturas cuja confiança traíram ou abandonaram ao longo da existência.
3)         Espíritos que consideram a existência terrestre um palco de sofrimento apresentam muita dificuldade de adaptar-se à vida, de escolher uma carreira profissional e de lutar pelo sucesso profissional de manter relação afetiva por tempo razoável. São extremamente pessimistas sobre a vida e suas próprias possibilidades e isso o afasta de amigos e de afetos, levando-os a uma extrema solidão. Muitos dos jovens deprimidos se enquadram nesta condição.
4)         Espíritos que trazem, no inconsciente, sentimento de culpa e remorsos por ato cometidos em vidas pretéritas, que são explorados por suas vítimas do passado, hoje cruéis verdugos sedentos de vingança. Esses obsessores Impõe às suas vítimas “a sua vontade férrea, ressuscitando no campo do inconsciente profundo lembranças amortecidas pelo cérebro, descortinando tristes acontecimentos que os fazem delirar, debatendo-se ante o assalto de recordações antigas e as ocorrências atuais.  Esse quadro que pode resultar em esquizofrenias gravíssimas nos é relatado pelo espírito de Vitor Hugo através da mediunidade fidedigna de Divaldo Franco, no livro Árdua Ascenção.    
Em todos os grupos, a medicina detecta deficiência de alguns neurotransmissores cerebrais, como a serotonina, a dopamina e outros. Pessoalmente, não vejo essa deficiência de neurotransmissores como causa da depressão, mas como consequência.
Como obter ajuda para enfrentar a depressão
Os males da mente são os mais prejudiciais e limitantes entre todos os grupos de doenças. No grupo das doenças mentais a depressão é hoje a mais incapacitante das doenças, segundo os últimos dados a OMS apresentados pelo diretor do Instituo de Psicologia Clínica e Psicoterapia da Technische Universitaet de Dresden, na Alemanha, Dr. Hans Ulrich Wittchen.
Portanto, nos casos de depressão grave, conhecida como 'depressão maior', é indispensável o tratamento medicamentoso com o psiquiatra. Em todos os casos, é recomendável o atendimento psicológico. As técnicas complementares como a boa alimentação, higiene do sono, terapia ocupacional e atividade física aumentam a eficácia do tratamento.
Depressão pode: levar à incapacidade funcional, comprometer relações familiares de forma irremediável e até levar ao suicídio. Quanto mais rápido reconhecermos e tratarmos a doença, menos sofreremos e mais rapidamente poderemos sair dela.
Iniciado o tratamento, seja consciente e perseverante. À medida que você recuperar-se, o profissional que o trata – sendo ético e competente - certamente vai preparar uma estratégia para você ficar livre dos remédios, diminuindo gradativamente suas doses até a retirada completa, se possível. Não interrompa o tratamento com remédios psiquiátricos por conta própria. Há uma chance muito grande você passar por uma crise, que exigirá dosagens iguais ou maiores do que aquelas que estava tomando anteriormente.
Tomar remédios pelo tempo que for preciso para suprir as quantidades de neuro-hormônios que nos faltam pode não ser um caminho muito agradável, mas é extremamente necessário e pode nos levar a sofrer muito menos.

Uma visão espírita da questão
Se sabemos que pensamentos e sentimentos constroem nosso   ânimo e beneficiam ou prejudicam nossa saúde, certamente podemos nos ajudar. Manter pensamentos e sentimentos construtivos e saudáveis é uma luta cotidiana de todos que querem se manter bem. Se precisarmos da ajuda de uma leitura, de uma música, de uma atividade física, de um amigo, um passe espiritual, ou de uma desobsessão, sejamos práticos.
           


André Luiz nos ensina que os estados mentais – medo, culpa, remorso, frustração, raiva, só para citar os mais envolvidos na depressão – são projetados no organismo humano através dos bióforos, que são unidades de força psicossomáticas localizadas nas mitocôndrias – organelas que existem em alguns tipos de células que funcionam como “caixa de força”, pois produzem energia para todos as atividades celulares.  O termo bióforos foi criado por Augusto Weismann (1834-1914) para referir-se aos elementos constitutivos básicos das estruturas vivas
Emmanuel referenda este ensinamento acrescentando que a depressão interfere na mitose celular, podendo contribuir para o aparecimento de câncer e outras doenças imunológicas, sobretudo a deficiência imunitária. A medicina também confirma esta última assertiva integralmente. Pessoas deprimidas ficam com seu sistema imunológico fragilizado e muito mais sujeitas a infecções e outras doenças que dependem do seu bom funcionamento.
Acredito que esses condicionamentos energéticos emanados do espírito alcançam os sistemas endócrino, nervoso, imunológico e mesmo de multiplicação célula (mitose), comprometendo seu desempenho. Essa é a raiz não só das deficiências de neurotransmissores, mas de todo o conjunto de mal estar físico associado à depressão, como veremos a seguir.
            Na depressão há uma perda de energia vital, que deixa o organismo debilitado.
            Nosso corpo, como sabemos, é comandado pelo nosso espírito. Veja a visão carinhosa e esclarecedora de um espírito amigo:
            Depressão – diz ele – é o desamor da alma por si mesma, pela vida, e suas perspectivas de realização e de felicidade. Sem amor e sem esperança, a criatura deixa de assimilar energia vital do cosmos. A sua vontade e motivação de viver enfraquecem.
            Mas como reverter essa situação?

Convivendo coma depressão
            A depressão chega sem aviso e atinge homens e mulheres em qualquer idade, de crianças a pessoas com mais de 70 anos, passando por jovens muito saudáveis. Quando chega, exige que o espírito se resolva e se depure, a partir do confronto com os fatores que lhe enfraquecem emocional e fisicamente. Além do tratamento médico e espiritual, muitas atitudes, contudo, podem mudar favoravelmente a forma como a depressão será vivida e superada.
Comece repensando a questão do amor próprio. Gostar de si mesmo e valorizar a própria vida – é condição necessária para que um indivíduo tenha vontade de viver e de realizar-se, empregando suas potencialidades com esse objetivo. Deus não criou ninguém incapaz para a vida.
A felicidade, por sua vez, não é uma porta aberta esperando entrarmos, mas uma perspectiva a ser construída e sustentada ao longo da vida por atitudes que tenham valor para nós e para nosso próximo e que irão compor a nossa história.
Precisamos sonhar e construir as condições para realizar nossos sonhos. Para isso, temos de acreditar em nós mesmos, em nossa capacidade e na vida, como um caminho de realização que somos capazes de trilhar. 
Um pouco de fé também é ajuda valiosíssima: precisamos acreditar no Criador da Vida como um ser sábio, misericordioso e justo, para que possamos aceitar a vida, como uma perspectiva positiva, amorosa e justa para nossa evolução. Senão, qual o sentido da vida: trabalhar para pagar as contas, ir ao Shopping Center e fazer umas farras de vez em quando?
Precisamos conviver com os outros para sermos felizes, mas não devemos transformar a convivência em dependência doentia, pois isso nos torna um peso para o outro, estimulando-o a nos abandonar. Viver ao lado de alguém deprimido é algo que muitos não suportam.
O centro de gravidade que ancora a nossa felicidade deve estar em nosso interior. Podemos deixar o outro compartilhar desse centro e nós compartilharemos do centro dele. É assim que nos enriquecemos afetivamente.
Cada um, no entanto, precisa manter-se íntegro e independente, para garantir sua saúde emocional e poder construir uma nova relação, se eventualmente a afinidade e a cumplicidade que sustentam a convivência desaparecerem em algum momento, levando à separação. Em suma, para estar feliz na relação com o outro, preciso ser feliz comigo mesmo, para ter algo bom para compartilhar.

Xô depressão com atitudes simples
Não se deixe abater por problemas pequenos e passageiros. De a eles a importância que devem ter: pouca ou nenhuma. Só isso vai diminuir substancialmente seu desgaste na vida, tornando-o uma pessoa mais leve e agradável até para si mesmo.
Não precisa ser palhaço nem simular risadas, mas mantenha o bom humor. Ele é prancha salvadora no mar das pessoas amargas, das que reclamam demais, dos pessimistas e dos coitadinhos. Sem bom humor, você afunda no mar deles.
As conquistas que almejou e não conseguiu poderiam tê-lo feito feliz ou infeliz. Não alimente frustração pelo que não conseguiu, senão o fracasso por uma meta não atingida comprometerá as demais. Valorize as conquistas.
Se alguém o traiu, magoou, infelicitou ou inferiorizou, sinta-se feliz por não ter sido você quem fez isso com seu próximo. O erro foi dela, mas é você quem decide quanto isso vai influenciar sua vida. Só você pode pôr fim ao seu sofrimento. Perdoá-la, compreendendo suas limitações, dissolve por completo o seu sofrimento.
Se errou e prejudicou muito a vida de alguém, não fique curtindo culpa ou remorso. Veja o que pode fazer para tornar o outro feliz. Se não puder fazer nada por aquela pessoa que prejudicou ou infelicitou, faça por outra, mas faça. Prove para você mesmo que se transformou num ser melhor e que já não repete velhos erros, seja com aqueles que ama ou mesmo com aqueles que odeia. Especialmente porque você já sabe dos prejuízos que esse sentimento lhe traz.
Menos conexão nas redes sociais, menos mensagens e mails e games, menos viciação nos celulares, Ipads e computadores, e mais conexão consigo mesmo, com seus sentimentos, com sua energia vital, com seu corpo físico, com quem ama, buscando entender e harmonizar-se consigo mesmo e com o seu próximo, pode ser uma ajuda valiosa para o autoconhecimento e o equilíbrio emocional. 

Quando estiver triste e de cabeça quente, ao invés de ficar preso em seus sentimentos num quarto, caminhe, exercite-se, respire fundo e tome sol pela manhã ou no final da tarde, se possível num parque em meio à natureza. Fique apenas com você, com as árvores, com as flores e com os pássaros. Assim você estará mais perto de Deus e conectado coma parte harmoniosa da vida. Depois disso, o mal que lhe atormenta certamente começará a sair pelas vias urinárias.
Meia hora de sol por dia lhe garante a quantidade necessária de vitamina D – na verdade um poderoso hormônio esteroide responsável por 229 funções do sistema imunológico e capaz de ajudá-lo a superar a depressão. Querendo se aprofundar neste tema, pesquise sobre o excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pelo médico e cientista Cícero Galli Coimbra.
A combinação de mais oxigênio (respiração), mais circulação e nutrição das células (movimento) e mais vitamina D (poder imunitário) vai leva-lo a ter energia para evitar ou enfrentar a depressão.
Não alimente a depressão com seus pensamentos e sentimentos. Se sentir presenças espirituais menos agradáveis, leve-as a um centro espírita para tratamento. O bem estar delas vai ajudar sua caminhada.
Ser feliz não é uma obrigação, mas um prazer ao seu alcance, quase todos os dias, nunca 24 horas, senão você perderia a motivação da conquista.
Persista. Você pode mandar a depressão às favas!


*Adilson Gimenez Lorente é formado em Jornalismo e Medicina Tradicional Chinesa.