Será um problema biológico ou psicológico? Será uma doença ou livre opção?
Na realidade, embora extensa literatura exista, defendendo os mais diferentes pontos de vista, não ha resposta satisfatória.
Assim, freudistas optam pela etiologia psicológica. Mas Simon LeVay, do Instituto Salk (EUA), defende a etiologia orgânica (hipotálamo).Outros buscam o gen gay.E assim por diante.
Atualmente, poucos acreditam na teoria da doença, mas as religiões, de um modo geral, citando seus livros sagrados, insistem em condenar o homossexualismo. Verdade é que, as de origem judaico-cristãs e islâmica, são as mais severas.
Entre as escolas espiritualistas,sempre tolerantes e procurando entende-lo, existem alguns estudos, inclusive psicografados, mas longe estão de conclusões definitivas.
Do ponto de vista histórico, não sabemos quando surgiu,mas desde que a escrita existe (3000 a 4000 anos A.C.),tem sido mencionado,geralmente combatido, mas,em muitas sociedades,tolerado ou até mesmo incentivado.Mas esteve e esta presente, desde então,em todas as civilizações conhecidas.
Sabido é que,na fase mais gloriosa da civilização grega, era abertamente praticado, aceito e até mesmo incentivado,em algumas cidades-estados,para fins de controle de natalidade.
Os maias não só aceitavam o homossexualismo entre adolescentes,como o incentivavam,para evitar contato com moças, as quais deveriam casar virgens.Entre homens adultos, conviviam bem com aqueles que permaneciam homossexuais.
Os astecas e incas repudiavam a homossexualidade.
Resumindo, podemos dizer que a homossexualidade esteve e esta presente em todas as civilizações conhecidas, com variável grau de aceitação.Provavelmente, o repudio maior ocorreu, e ainda ocorre, nas sociedades judaico-cristãs e islâmica Basta referir que os inquisidores a denominavam de “crime nefando” e seus praticantes eram condenados à morte.Até brasileiros foram atingidos,sendo de recordar que o homossexualismo estava presente nas tribos recém descobertas, como descreve Mário Maestri (Os senhores do litoral).
Mesmo entre os europeus,embora presente a Inquisição,existia,como o prova a acusação feita,pela Igreja,aos templários,os quais viveriam em “casais”.Alias, na Grécia Clássica,a guarda sagrada tebana,era formada de “casais”,lutando até a morte,na batalha de Queronéia.
As descrições existentes referem-se,habitualmente,ao homossexualismo masculino.Isso não quer dizer que o feminino não tenha existido.Sempre esteve presente, embora pouco referido.Basta dizer que o termo lesbianismo vem de Lesbos,ilha grega, séde da escola de Safo (sec. 6º AC.) poetisa ilustre,freqüentada só por mulheres,onde a pratica sexual era comum entre elas.É de referir que autores existem que afirmam que, na Grécia Clássica,o lesbianismo era freqüente, pois os homens pouco procuravam suas esposas.Quando o faziam era para procriar.
É de recordar que,métodos de contracepção,embora ineficientes,vem sendo tentados ha milênios.Portanto não é de estranhar que,em muitas sociedades,o coito anal fosse freqüente na pratica heterossexual.
A Historia demonstra que, no decorrer dos milênios, o sexo, como foi descrito, tem sido praticado de diversas maneiras, tornando constante a presença do homossexualismo, por exemplo.
A extensa literatura existente,destacando-se,no Brasil,as contribuições de André Luiz, Luiz Sérgio,Patrícia e Saraceni,demonstra que os desencarnados mantém seus hábitos e costumes,sendo atraídos para os grupos do mesmo teor vibratório, habitando cidade ou locais comandados por espíritos do mesmo nível,porem com espírito de liderança.
Verdade é que poderão objetar que Allan Kardec,em nenhum momento descreveu as cidades e ambientes espirituais como fazem os autores acima citados.
Kardec, ante as condições reinantes na sociedade da época, muitas vezes esboçou quadros que, lidos com atenção, correspondem aos que André Luiz e outros, mostram nos dias atuais.
No “O Livro dos Espíritos”,as respostas dadas às perguntas 800,801 e 802,demonstram que são necessárias muitas gerações para apagarem velhos hábitos.Isso significa que,nos períodos em que passou desencarnado,muitas vezes,o espírito não se modificou.Portanto,conviveu em locais que permitiram manter seus hábitos e costumes. Mesmo freqüentando ambientes melhores,não esqueceu que,na carne, pode retomar antigas vivências.
Até o surgimento da técnica do desdobramento espiritual,o mundo astral, era descrito por médiuns videntes,viajantes astrais e obras psicografadas.Isso desde os xamãs. No Brasil,a partir de Francisco Xavier,o mundo espiritual foi desvendado,embora parcialmente.
Com o desdobramento astral,permitindo amplo intercâmbio com o mundo dos espíritos,tornou-se possível compreender e tratar temas como o que agora abordamos, inclusive do ponto de vista histórico.
A Historia comprova que o homossexualismo é praticado ha milênios, sendo impossível saber quando e como iniciou, embora fácil supor como.
Como espírita e praticante do desdobramento espiritual, sabemos que o sexo é exercitado no mundo astral, existindo locais, como o “vale do prazer”, onde ele é à base de ação.Ambientes idênticos estão espalhados no Umbral e Treva.Alias, no sono, muitos encarnados os visitam, guardando, às vezes, recordações dos momentos ali vividos.
Na tradição hebraica,incubos e sucubos (espíritos masculinos e femininos), buscam manter relações sexuais com seres humanos adormecidos.
Até onde sabemos,os espíritos usam,preferencialmente,um dos sexos para evoluir.Isso não impede que,quando necessário,reencarnem no sexo oposto.
Mesmo reencarnando muitas vezes,a tendência dos espíritos é evoluir muito lentamente,conforme ensina Kardec (perg..800,no “O Livro dos Espíritos)”.Assim sendo, não é difícil entender que um homossexual,ao desencarnar,poderá juntar-se com outros,nos já mencionados núcleos.Ao reencarnar,embora possa mudar sua orientação,conforme vivência no espaço,manterá a mesma tendência sexual.A regra vale para homens e mulheres.
Do exposto é fácil concluir que, do ponto de vista teórico, a explicação do homossexualismo residiria na preferência sexual do espírito, adquirida através das reencarnações.É interessante notar que, freqüentemente, dizem eles que, desde a infância, sabiam ser “diferentes”.
Ainda cabe esclarecer que, no decorrer das reencarnações, esse habito será abandonado, pelo crescimento espiritual.Coincidentemente, somos procurados por alguns deles, desejosos de deixarem tal pratica.Resultado positivo tem sido alcançado.Outros ha que, mesmo buscando ajuda espiritual, declaram não desejar mudar sua preferência sexual.
Portanto,a teoria aqui exposta,parece lógica e satisfatória.Correspondera a realidade?
O emprego de técnicas de desdobramento,permitindo vasto intercâmbio com o mundo espiritual,demonstra a realidade da mesma.
Já atendemos quatro meninos, portadores de acentuada tendência feminina, confirmada por pais,professores,psicólogos e notada por colegas de aula.
O tratamento mostrou,em 3 casos,a existência de varias encarnações de homossexualidade,inclusive com historias complexas.Companheiros desencarnados atuando para manter essa opção e,em 1 caso,o menino,na encarnação anterior,fora mulher, tendo sido muito feliz e assim queria permanecer.
Não vamos aqui descrever as técnicas empregadas,pois muitas delas não seriam compreendidas,mas,após meses de tratamento,todos passaram a aceitar o sexo masculino,mudando radicalmente suas atitudes,conforme atestam aqueles que os trouxeram ao Grupo.Se essa atitude vai perdurar só o tempo vai demonstrar.
Quanto aos homossexuais masculinos atendidos,devem ser divididos em 3 grupos:
1- Vieram procurar ajuda espiritual,mas não para o homossexualismo.Foram atendidos e ajudados espiritualmente,quando possível, inclusive “casais”.
2- Queriam entender o problema.Após compreende-lo,perceberam serem responsáveis pelo próprio destino (livre-arbítrio).Nunca indagamos qual a solução adotada.
3- Desejo sincero de abandonar o homossexualismo.O tratamento alem do suporte psicológico, resultou na solução do problema, embora não seja possível dizer,se definitivamente.Estamos observando cinco casos.
Quanto ao homossexualismo feminino, relatamos dois casos, no livro “Espiritualismo”, ambos resolvidos satisfatoriamente,embora não saibamos se mantida foi a opção sexual.
A casuística acima descrita parece confirmar o quadro teórico por nós traçado.
Quanto à possibilidade, aventada por alguns pesquisadores, de que os homossexuais sejam portadores de áreas cerebrais especificas, lembramos aqui que o corpo astral, responsável direto pela formação do corpo físico nele expresso, às vezes, reproduz lesões adquiridas em vidas anteriores (marcas de nascimento e muitas outras), mas como não se trata de lesão, afastamos essa hipótese.
Não incluímos aqui os transexuais,porque nunca atendemos um deles.
A conclusão lógica, para os que são reencarnistas e espiritualistas, é de que os homossexuais são dignos de todo o respeito, não devem padecer qualquer restrição, pois devem realizar o seu resgate cármico como todos nós.No entanto, talvez em resposta ao ambiente hostil, muitos deles tendem a afrontar a sociedade.O respeito deve ser mutuo, tornando desnecessárias atitudes, por vezes grotescas, de um ou do outro lado.
Os casos infantis,já mencionados,bem como alguns adultos com evolução especial, devem ser atentamente acompanhados porque podem trazer preciosa colaboração para a compreensão definitiva do problema.
BIBLIOGRAFIA
1- Sex in History - Reay Tannahill
2- Os espíritos têm sexo? - Cicero Marcos Teixeira
3- O Livro dos Espíritos - Allan Kardec (perg, 800 e seguintes)
4- Espiritualismo - Ivan Hervé (Casuística)
5- No Mundo Maior - André Luiz (Cap.11)
6 – Vida e Sexo – Francisco Candido Xavier
Revisado e atualizado em 30.05.05 – Porto Alegre
Ivan Hervé
2 comentários:
Prezado Dr. Ivan Hervé
Amigos espiritualistas,
É sempre interessante ver um assunto infelizmente tão polêmico ser estudado e discutido. Embora não abrace uma religião como minha, me identifico bastante com o espiritismo e suas ramificações e fico feliz por ver nele um espaço aberto para diálogo, uma vez que somos todos aprendizes.
Li o artigo algumas vezes, com muita atenção, e pensei muito sobre ele. É difícil encontrar um texto que realmente cumpra o que promete a introdução no topo da página: “uma visão sem preconceitos do homossexualismo”. Infelizmente, nesse caso, não foi diferente.
Acredito profundamente que não era a intenção do autor passar uma visão preconceituosa do tema, mas não creio ter conseguido alcançar seu objetivo. Como jornalista, acredito que, ao tomar a palavra, devemos tomar cuidado, principalmente se o texto produzido cairá em grandes veículos de comunicação como a internet, o maior deles.
Antes de tudo, há uma questão de pura semântica. O termo “homossexualismo” caiu em desuso por possuir, em seu sufixo, uma conotação de doença ou distúrbio. O termo considerado correto pela psicologia e socialmente adequado é “homossexualidade”. Eu, pessoalmente, não dou importância para esse tipo de coisa. Trata-se apenas de um termo usado para determinar a coisa em si, mas há quem pense diferente e caímos na mesma questão entre a palavra “espiritualista” e a palavra “macumbeiro”. Em um texto a ser publicado, em caso de dúvida, evitamos aquela que pode vir imbuída de ofensa para alguns. Assim, ninguém sai ofendido.
O Dr. Hervé é médico, e pode confirmar o que coloco aqui como apenas uma opinião. Para se tratar algo, devemos primeiro determinar, com base na observação, qual é o problema. Acho que o autor peca nesse ponto primário do texto. Colocar a homossexualidade como um problema a ser tratado já é, de antemão, preconceituoso. Logo em sua primeira linha, o autor pergunta se trata-se de um problema biológico ou psicológico. Minha resposta seria: Não se trata de um problema.
Tentei, mas não consegui entender o que o autor coloca como resultado das técnicas empregadas no tratamento. Não entendo o significado de “todos passaram a aceitar o sexo masculino”. O que vem a ser “aceitar o sexo masculino”? Eu sou gay e aceito o sexo masculino plenamente. Tenho voz, trejeitos, responsabilidades e um perfil totalmente dentro das convenções sociais do que seria uma pessoa de sexo masculino. Na verdade, vale lembrar aqui que, ao falarmos do papel do homem e da mulher, falamos de regras morais. Estas, como sabemos, são passageiras e inconstantes.
Embora a mídia enfoque a homossexualidade como algo alegórico e estereotipado, muitos gays e lésbicas não se enquadram nesse panorama comportamental superficial. Nesse sentido, é preciso que o autor tome cuidado, uma vez que nem todos os homossexuais – na verdade, apenas alguns deles – são “portadores de acentuada tendência feminina”. Mais que isso, a maioria está satisfeita com seu sexo. Eu, por exemplo, embora seja gay, não gostaria de encarnar como mulher. Uma visão simplista e equivocada tende a induzir ao erro de acreditar que todo gay gostaria de ser mulher, quando na verdade apenas uma minoria pensa assim.
No estudo relatado pelo Dr. Hervé, homossexuais foram tratados de seu “problema” – segundo ele, durante meses. Tenho conhecimento de tratamentos semelhantes conduzidos pelas mais diversas religiões. Conheço inclusive pessoas que passaram por tais tratamentos. Por outro lado, conheço pessoas – e posso me enquadrar aqui – que viveram uma vida miserável até que conseguiram – sozinhas ou com acompanhamento psicológico – aceitar o que são. Em todos os casos, os resultados mais satisfatórios são encontrados quando o “tratamento” buscou uma harmonia entre os sentimentos do paciente e a forma com que os externa e os entende, ao invés de buscar curá-lo, salva-lo ou “resolver o problema”.
A heterossexualidade também merece tratamento? De certo que não. A heterossexualidade é o padrão, é o socialmente correto, assim como era em um passado recente, a inferioridade da mulher, do negro, do índio. Todas essas questões foram colocadas de lado – ao menos teoricamente -, guiadas pela razão e pela ética. Propor tratamento, mesmo que espiritual, para “resolver o problema” da homossexualidade é caminhar na direção oposta dessa mesma ética. O próprio espiritismo é tido como um desvio por certos grupos sociais, e tratamentos são oferecidos para aqueles que desejam sinceramente “evoluir”. É bom lembrar que estamos todos, por algum motivo ou em alguma circunstância, sujeitos ao julgamento alheio; ao preconceito.
Por fim, concordo com o Dr. Hervé quando ele diz que homossexuais são dignos de todo respeito. Gostaria apenas de apontar para o fato de que o respeito está nas pequenas coisas, nos detalhes que apenas os mais atentos conseguem perceber. O respeito está em um olhar igualitário e na aceitação das diferenças como algo positivo e enriquecedor. Aliás, respeito é a palavra chave. Se todos os homossexuais encontrassem, ao assumirem sua sexualidade, respeito ao invés de preconceito, não haveria a necessidade de tratamento. Não haveria nem mesmo demanda para tais tratamentos.
Creio ser a sociedade, com seus valores exclusivos e discriminatórios, a verdadeira necessitada de tratamento. Quem sabe ela não se livrasse de suas pífias questões? A vida seria muito mais tranqüila para todos nós. Quem sabe, então, conseguiríamos viver no amor e no respeito real... Livres de tratamentos.
Um natal de muita paz e respeito para todos nós!
Rodrigo Mariano
25 anos, jornalista
Concordo em tudo com Rodrigo e gostaria de completar que eu também como lésbica ( não gosto dessa palavra, já traz um ranço de preconceito), tive muitas angústias, por perceber que a sociedade não me considerava "normal", fui fazer terapia que incluía hipnose. No fim parecia que eu tinha ficado "curada". Passou-se algum tempo, tive namorados e de repente me apaixonei novamente por uma mulher! Hoje me aceitando do jeito que sou ( não sou masculinizada), vivo já há 7 anos com minha companheira e minha família nos aceita com amor. Não precisei mais de terapia. E me pergunto, aonde está o problema, o erro?
Obrigada pela oportunidade
Com respeito
Sofia
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