15 abril 2012

Aborto provocado - Consequência para o Abortado - Dr. Ricardo di Bernardi

A especificidade de cada caso determina situações absolutamente individuais no que se refere a repercussões sofridas pelo espírito eliminado de seu corpo em vias de estruturação. 
Se existe na ciência do espírito uma regra fundamental que rege a lei de causa e efeito, poderíamos enunciá-la assim: a reação da natureza sempre se fará proporcional à intencionalidade da ação. Isto é, jamais poderemos afirmar que um determinado ato levará inexoravelmente a uma exata consequência. 
Quando a responsabilidade maior da decisão couber aos encarnados, pai e ou mãe, eximindo o espírito de participação voluntária no aborto, teremos um tipo de situação a ser analisada. 
O espírito, quando de nível evolutivo mais expressivo, tem reações mais moderadas e tolerantes. Muitas vezes seria ele alguém destinado a aproximar o casal, restabelecer a união ou mesmo, no futuro, servir de amparo social ou afetivo aos membros da família. 
 Lamentará a perda de oportunidade de auxílio para aqueles que ama. Não se deixará envolver pelo ódio ou ressentimento, mesmo que o ato do aborto o tenha feito sofrer física e psiquicamente. Em muitos casos manterá, mesmo desencarnado, tanto quanto possível, o seu trabalho de indução mental positiva sobre a mãe ou os cônjuges. 
Nas situações em que o espírito se encontrava, em degraus mais baixos da escada evolutiva, as reações se farão de forma mais descontrolada e sobretudo mais agressiva. Espíritos destinados ao reencontro com aqueles a quem no passado foram ligados por liames desarmônicos, ao se sentirem rejeitados devolvem na idêntica moeda o amargo fel do ressentimento. 
Ao invés de se sentirem recebidos com amor, sofrem o choque emocional da indiferença ou a dor da repulsa. Ainda infantis na cronologia do desenvolvimento espiritual, passam a revidar com a perseguição aos cônjuges ou a outros envolvidos na consecução do ato abortivo. 
Em determinadas circunstâncias, permanecem ligados ao chakra genésico materno, induzindo consciente ou inconscientemente a profundos distúrbios ginecológicos naquela que fora destinada a ser sua mãe. 
Outros, pela vampirização energética, tornam-se verdadeiros endoparasitas do organismo perispirutal, aderindo ao chakra esplênico, sugando o fluido vital materno. 
As emanações maternas e paternas de remorso, de culpa, ou outras que determinam o estado psicológico depressivo, abrem caminho em nível do chacra coronário dos pais para a imantação magnética da obsessão de natureza intelectual. 
A terapêutica espiritual, além da médica, reconduzirá todos os envolvidos ao equilíbrio, embora frequentemente venha a ser longa e trabalhosa. 
Há também espíritos que, pela recusa sistematicamente determinada em reencarnar para fugir de determinadas situações, romperam os liames que os unia ao embrião. Esses terão seus débitos cármicos agravados e muitas vezes encontrarão posteriores dificuldades de reencarnar, sendo atraídos a gestações inviáveis e a pais necessitados de vivenciar a valorização da vida. 
No entanto, o grande remédio do tempo sempre proporcionará o amadurecimento e a revisão de posturas que serão, gradativamente, mais harmoniosas e sobretudo mais construtivas. 
Todos terão oportunidade de amar.
Dr. Ricardo Di Bernardi é médico pediatra - homeopata, palestrante espírita internacional e autor de vários livros. é presidente do ICEF - Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis - http://www.icefaovivo.com.br/
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Um comentário:

Arbane Borges dos Passos disse...

Compromissos cármicos decorrentes de decisões e ações pretéritas em que fetos indesejáveis foram descartados de forma cruenta e criminosa não ficam imunes à reparação. E é bem possível que o resgate se faça de forma menos cruel no procedimento em si mas com elevado conteúdo sentimental para os envolvidos na trama macabra do passado. Assim, a mãe que expulsou o filho indesejado lesando o corpo dele em formação, pode se ver agora resgatando a sua falta expondo no próprio cranio as lesões que provocou no filho que deveria ter nascido através dela. E como partícipe de desatino semelhante a mãe de agora se vê na condição de não poder salvar um ente desejado que cresce no seu ventre mostrando as marcas que um dia ela produziu em outro ser nas mesmas condições. Algum merecimento já se manifesta no episório do resgate, com assistência médico-hospitalar bem diferentes dos fatos geradores da fala cometida, graças ao sentimento de estima pelo rebento esperado. É possível que esses fatos representem o resgate entre pessoas que adiaram compromissos de estima e afeto.