07 fevereiro 2013

Mensagem às mães de Santa Maria. Giselle Fachetti Machado

A dor mais temida por uma mãe é a perda de seu filho para morte extemporânea sob a bárbara crueldade da violência acidental ou intencional. A maternidade é um vínculo definitivo. A mãe que abortou nos primórdios de uma gestação recém detectada, a mãe que adotou uma criança órfã, a mãe que vela ao lado de um filho com morte cerebral continua mãe, sempre e, para sempre.
Ainda aquela mãe que diante do desespero, ou do despreparo, abriu mão de seu pátrio poder entregando seu filho para outra família, mesmo essa mãe continua sendo mãe.A maternidade é um vínculo definitivo. Definitivo, pois implica em laços de natureza espiritual que não se desfazem com a distância física e, nem mesmo com os mais profundos traumas oriundos do abandono ou da ingratidão.
Esse vínculo é planejado e efetivado no mundo espiritual, sublime mecanismo engendrado pela misericórdia divina para possibilitar o progresso das criaturas humanas em trânsito pela vida física. Progresso este que se traduz na mais reluzente realidade quando a maternidade é vivida em sua plenitude.
A menina que engravida, durante esse curioso período de tempo chamado de gravidez, não só constrói o corpo físico de  uma criança. Ela, também,  faz nascer em si mesma uma mulher que deixa de ser uma menina, uma filha que se assume como uma nova mãe.
Essa conversão da filha em mãe é um grande passo na história de um espírito eterno. Um ser que, até agora a pouco, ainda mendigava por cuidados de seus genitores, aprende a se doar como cuidador legitimo que agora é.
É a construção biológica da solidariedade que ao transcender os limites das famílias consangüíneas toma o nome de altruísmo. Esses vínculos poderosos que unem mãe e filho não são rompidos com o desencarne de um deles. Persistem e, nos dão a certeza de que a vida é muito mais do que um acaso num universo infinito.
A mãe que enterrou seu filho ainda o sente vivo. Sofre por sua ausência e, mais, ainda preocupa-se com seu bem estar. Seria essa preocupação um despropósito caso a verdadeira vida não fosse eterna.
Esse amor nascido das entranhas femininas é impregnado de uma força tal que é, por si só, o próprio sustentáculo da superação. As mães que repentinamente se encontram a beira do túmulo de seus filhos só poderão superar essa dor, de  incalculável monta, se calcadas no próprio amor que a fundamenta.
A mãe enlutada ainda preocupa-se com o filho que agora se vê habitando uma nova dimensão e, pelo seu amor pode se fortalecer em seu próprio reerguer dos escombros da perda. Seu filho continua vivo, consciente, livre. Porém, o transpor dos umbrais da morte não é uma experiência corriqueira. Exige coragem, exige confiança e, sobretudo exige o apoio da esperança. A certeza de que conquistas podem e, que  serão realizadas na nova dimensão em que habitam, são suportes imprescindíveis diante da transição abrupta e, inicialmente incompreensível.
Aquela mãe abatida pela dor, mas que ainda ama seu filho, imortal em espírito, deve reconhecer que ainda pode cuidar dele. Que continua sendo mãe. Ele recebe seus pensamentos de amor e serenidade ou de desespero e revolta. Ele sente sua angustia ou sua resiliência.
Deve ser visto e sentido por sua querida mãe, como seu bebe, dormindo serenamente em seu berço na penumbra de um quarto calmo. Quando nos aproximamos o fazemos silenciosos, calmos. Chegamos perto com respeito ao seu sono suave para que nossa admiração e, encanto, não o despertem rudemente.
Essa reverência com o recém-desencarnado é o cuidado que a mãe sobrevivente deve ao seu filho por amor. Assim, seu amor será curativo, proativo e construtivo em todas as dimensões da vida.
Exemplo que seguimos de Maria a mãe de nosso Mestre Jesus que soube recebê-lo em sua grandeza assim como soube deixá-lo partir em sua paixão missionária. Jesus  crucificado demonstrou com sua  renuncia o  amor aos seus irmãos, filhos de Deus. Maria com sua resignação viveu abnegadamente o amor a Seu Filho, nosso redentor.
Mães de Santa Maria vivam agora, abnegadamente, o amor a seus filhos, por seus filhos!

3 comentários:

Anônimo disse...

Giselle, minha querida!
Muito obrigada por ser essa mensageira da espiritualidade a transmitir consolo e esperança aos corações.
Eliara

Anônimo disse...

Giselle, minha querida!
Obrigada por ser essa mensageira da espiritualidade, a transmitir consolo e esperança aos corações.
Que Deus a ilumine!
Eliara

Unknown disse...

Texto lindo.