14 fevereiro 2016

Zika vírus, microcefalia e aborto. Devo praticar o aborto em caso de microcefalia?


Vivemos momentos complicados. A epidemia de zika vírus e uma potencial pandemia (epidemia mundial) tem levantado a questão controversa do aborto quando a mulher grávida contraí o vírus e se constata a  microcefalia. Importantes órgãos políticos como a ONU aprovam esse procedimento.
A questão que aflinge muitas mães é a mesma. Devo praticar o aborto em caso de microcefalia?
Dentro da visão espírita, obviamente não podemos concordar com isso. Mas antes disso, abordaremos a questão do ponto de vista estritamente médico.
A expectativa de vida das crianças com microcefalia é semelhante à das outras crianças que não possuem a doença, mas vai depender de vários fatores que incluem a gravidade da doença, se existem outras síndromes associadas e da forma como a criança é acompanhada e tratada.
Algumas crianças com microcefalia podem não apresentar problemas de aprendizado.  Embora, a maioria dos microcefálicos apresente atraso mental, algumas mantêm a capacidade cognitiva sem grandes alterações, aprendendo a andar, escrever e ler, por exemplo. As meninas com microcefalia podem ter menstruação, e como todas as outras pessoas podem ficar doentes em algum momento da vida, necessitando de mais cuidados.
Não há tratamento medicamentoso para a microcefalia que seja capaz de fazer a cabeça da criança adquirir o tamanho normal. E a maioria vai necessitar de cuidados especiais e fisioterapia.
Porém, não é uma sentença de morte. Condenar essas crianças ao aborto é praticar novamente a eugenia. 
Na famosa Esparta dos guerreiros, as crianças nascidas com algum defeito físico eram lançadas do precipício.
Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton significando "bem nascido". Em 1935, as Leis de Nuremberg, adotadas por Hitler, instituíram a eugenia nazista, proibindo o casamento ou contato sexual de alemães com judeus, pessoas com problemas mentais, doenças contagiosas ou hereditárias. Em 1933 já era lei a esterilização compulsória de pessoas com problemas hereditários e a castração de delinquentes sexuais, ou de pessoas que a cultura nazista assim classificasse, como era o caso dos homossexuais.
Mais de 80 anos depois, estamos às voltas com uma nova forma de Eugenia. Então seria o caso de realizar a ultrassonografia morfológica em todas as mães e induzir o aborto em todas as crianças que apresentassem qualquer possibilidade de defeito físico, mental ou genético. Vamos saldar a raça perfeita!
É preciso mais seriedade ao lidar com a vida. O preparo de uma reencarnação é algo que demanda anos 'as vezes décadas e não pode ser desperdiçado dessa forma.
Já escrevemos sobre uma das possíveis causas pelas quais um espírito reencarnante pode desenvolver microcefalia (http://medicinaespiritual.blogspot.com.br/2016/01/microcefalia-zika-virus-e-uma.html). Obviamente que esse relato, obtido em reunião mediúnica do livro Os mensageiros da esperança, é uma faceta da verdade espiritual complexa que nos explica sempre de forma racional os porquês.
Espero que esse texto possa servir para fazer pensar duas vezes os futuros Pais que se achem desprestigiados por Deus ao receber uma criança com microcefalia ou outra doença detectada no pré natal. Antes de qualquer atitude, converse com que já tem uma criança especial, com quem já passou pelo problema, com quem já realizou um aborto, discuta, leia, se informe e tome a sua decisão seguindo o seu coração.Mas lembre-se, vale a pena confiar na vida.
Paz e luz!


Um comentário:

EMILIO disse...

Como explicar a Colômbia com relação de 5 mil grávidas com vírus zika, sem nenhum caso de microcefalia?

Falta ainda estudos mais apurados para ver realmente a causa destas malformações , e se o aborto fosse feito nestas gestantes colombianas?