Dois espíritos que na romagem terrena se
unem visando conviver sexualmente, o fazem, normalmente, buscando uma
complementação física, emocional e sentimental... No entanto, a história de
cada casal é muito mais antiga.
O
planeta que habitamos é definido ou classificado pelos espíritos superiores
como um mundo de provas e expiações. O percentual maior de seres humanos que
aqui na Terra renascem, estão sob o regime de testes para verificação de
aprendizado, isto é, provas. Muitos outros ainda renascem para reequilíbrio de
desarmonias em sua estrutura psíquica, necessitando eliminá-las ou expiá-las,
são as reencarnações expiatórias.
Importante
lembrar que nossas vidas apresentam mais de um conteúdo com relação à
programação reencarnatória. Todos nós nos deparamos com aspectos provacionais,
expiatórios e, porque não, até missionários com relação à família e ao
trabalho. Da mesma forma, os casamentos
também apresentam diversos conteúdos, porém de forma didática os
classificaremos conforme a característica mais significativa do programa
reencarnatório.
Seguindo
a concepção clássica, sobejamente conhecida dos estudiosos da vida espiritual,
as uniões estáveis ou casamentos podem ser classificados em: provacionais,
sacrificiais, acidentais, afins e transcendentais.
Os
Casamentos provacionais ainda constituem a maioria dos reencontros programados
para os que renascem em nosso planeta. São duas criaturas que trazem em seu
inconsciente um registro comum ou histórico de vivências anteriores.
A
questão do amor sexual já esteve presente entre ambos. Como somos, todos nós,
seres em aprendizado na escola da vida, já erramos muito e fizemos sofrer aos companheiros de
jornada, gerando em nós mesmos núcleos energéticos em desarmonia e esses se
registraram em nosso “computador de dados” chamado de perispírito, psicossoma ou corpo astral.
Os
dados computados e registrados em nosso corpo astral ocasionam um campo de
energia que terá uma luminosidade específica, brilho, frequência de onda,
coloração e outras peculiaridades que determinam uma irradiação peculiar e toda
nossa. O antigo parceiro, com quem
convivemos uma ou mais vidas, traz em sua estrutura íntima os mesmos registros,
alusivos a vida pretérita em comum conosco.
Uma
questão, frequentemente mencionada em seminários que efetuamos sobre Amor Sexo
e Vidas Passadas: Como é possível que duas pessoas se sintam atraídas
profundamente a ponto de se unirem de forma estável, já que não seriam almas
afins, qual a “química” que os atraiu? Já que se trataria de um casamento provacional?
Trata-se
da autoprogramação inconsciente que nossas estruturas extrafísicas
determinaram. Quando aqueles que conviveram de forma tumultuada no passado se
reencontram, se veem, na vida atual, estabelece-se um fluxo de energia entre
ambos, motivado pela similaridade de seus registros energéticos. Uma sintonia
automática ocorre, motivando um envolvimento ou encantamento no qual ambos
imaginam estar diante do Ser mais especial que poderiam encontrar.
De fato é o Ser que precisam reencontrar e,
o automatismo perfeito das leis da natureza
assim o programou.
Sem
dúvida que a espiritualidade superior acompanha cada caso, no entanto é
importante que saibamos ser a “Natureza” o livro divino onde Deus escreve a
história de sua sabedoria...
Qual
seria a finalidade de um casamento provacional? Sofrer? Estariam ambos
destinados a um convívio desagradável? O “pagamento“ das dívidas de um ou de
ambos dar-se-ia pelo sofrimento?
Não,
de forma alguma. A ideia de que sofrer “paga” dívidas é resquício da idade
medieval e dos conceitos de penitência. As provas sejam em casamentos ou não,
existem para serem vencidas, superadas abrindo-se caminhos para horizontes de
felicidade.
Casamentos
provacionais com o esforço dos parceiros poderão se tornar casamentos afins, se
não nesta vida em uma próxima encarnação se o convívio atual criar estímulos
novos e produtivos. Não se reencarna com
finalidade de sofrer, mas para crescer, mudar, evoluir e amar. Por outro lado,
não se está fazendo apologia da aceitação de convívios agressivos ou
francamente nocivos e improdutivos nos quais a separação seria o caminho
inexorável.
Temos
notícia que, em determinados casos, a superação dos problemas determinará no
final da vida presente um convívio fraterno e respeitoso. A superação das
dificuldades mútuas ocasionará a liberação de ambos que, ao se sentirem livres
na espiritualidade, poderão renascer em outro contexto, isto é, junto de suas
almas afins.
*Médico, escritor, conferencista
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