Escrito por: Redação do Correio Espírita
Médico, escritor e estudioso em ectoplasmia fala sobre Doutrina, trabalho mediúnico e a morte do médium Gilberto Arruda
Espírita desde criança, começou a se interessar por ectoplasmia quando estava no terceiro ano de medicina, em 1972. Na época, um episódio acontecido com o pai chamou a atenção: “meu pai tinha chegado de uma reunião do grupo Frei Luiz, a qual eu pertenço até hoje, e estava com uma mancha enorme de sangue na camisa. Eu perguntei o que tinha acontecido e ele me disse que tinha sido submetido a uma cirurgia hiperfísica, uma “cirurgia espiritual”. Para um acadêmico de medicina isso era uma coisa muita estranha, até difícil de acreditar, principalmente quando não existia nenhuma cicatriz”, lembrou Fructuoso. Intrigado, o na época jovem aspirante a médico decidiu levar o pai para fazer exames e avaliações: “o radiologista perguntou se o meu pai tinha se submetido a alguma cirurgia. Evidentemente que falei que não. Mas aquilo me causou muita estranheza, porque ele via sinais de que alguma cirurgia tinha sido feita. Mas eu só passei a ter tempo para estudar mais efetivamente esses fenômenos em 1978, aí eu ingressei e nunca mais saí”, contou o médico.
Depois de tantas oportunidades de acompanhar e estudar de perto diversas curas, Dr. Fructuoso é categórico em dizer: “não acredito em milagres! Não existem milagres! Existem leis físicas, químicas e biológicas que a nossa ciência ainda não alcançou”, e ainda complementou: “a minha experiência já me comprovou que nenhum médico está sozinho, nem os que não acreditam nisso estão sozinhos. Porque nós, como médicos, só podemos tratar da parte material do nosso ser, mas quem está tratando da parte mais importante, que é a espiritual? Então todo o médico, mesmo o que não acredite nisso, está acompanhado por médicos espirituais que o ajuda na missão. E eles são tão humildes que nem deixam que percebamos a ajuda”.
Dr. Paulo César Fructuoso falou também sobre a morte do amigo Gilberto Arruda, assassinado em casa, dentro do Lar de Frei Luiz, em julho 2015. Gilberto Arruda era um dos principais médiuns do Centro, na Zona Oeste do Rio, e trabalhava diretamente nas reuniões de cirurgias espirituais em pacientes graves. Acompanhe abaixo a entrevista:
Correio Espírita – Embora saibamos que o Espiritismo é ciência, filosofia e religião, no meio acadêmico, a Doutrina ainda é vista com restrição. O senhor acredita que estamos avançando neste aspecto?
Dr. Paulo César Fructuoso – “Sim. Porque a tecnologia médica está cada vez mais avançando. Mais cedo ou mais tarde, a tecnologia se tornará tão sensível que permitirá a detecção da presença do ser energético espiritual acoplado ao corpo. E no momento da morte, essa tecnologia médica vai nos auxiliar, pela sensibilidade, a perceber a separação exata entre o corpo e o espírito. Isso é questão de tempo!”
Correio Espírita – Ciente da ajuda incansável dos amigos espirituais, o senhor costuma fazer prece antes de um atendimento ou cirurgia?
Dr. Paulo César Fructuoso – “Eu não entro em nenhuma cirurgia sem antes dizer a seguinte frase: ’Deus nos ajude’! Sempre é bom pedir. E quando eu não digo essa frase, fico só pensando, meus assistentes, residentes, me perguntam se eu não esqueci de falar nada”.
Correio Espírita – O senhor é estudioso de efeitos físicos, ectoplasmia e materialização. Todos os livros têm esse cunho. Mas o que presenciamos é cada vez menos atividades deste porte nas casas espíritas. Por que isso acontece?
Dr. Paulo César Fructuoso – “Efeito físico é movimento de objeto sem força aparente, ruídos sem causa aparente, presença de odores inexplicáveis no ambiente como éter, cânfora, arruda... Isso é efeito físico, que culmina com a materialização de espíritos. São fenômenos extremamente raros em toda a história humanidade!
Já o ectoplasma, que é energia, é utilizado pelos espíritos presentes em uma reunião, mas raramente os fenômenos físicos acontecem. Apenas médiuns videntes percebem isso. E essa energia, o ectoplasma, é utilizada em auxílio dos pacientes que se encontram na reunião.
Nos meus livros eu falo da ectoplasmia e dos fenômenos de efeitos físicos, incluindo a materialização de espíritos, porque eu convivi com isso nos últimos 40 anos.
Essas reuniões são raríssimas porque os médiuns de efeitos físicos também são muito raros. Eles foram dizimados na idade média pela inquisição, porque foram tachados de feiticeiros e magos. E como toda a mediunidade, as de efeitos físicos também são transferidas geneticamente para as gerações futuras. Ora, se se dizimou uma geração quase inteira, a propagação dessa mediunidade ficou muito abalada, diminuída.
Outra razão para essa escassez de reuniões de materialização é a grande quantidade de energia envolvida neste processo. Precisa estar em mãos de pessoas muito conscientes da responsabilidade de se estar nessa reunião.
Só há dois motivos para que a materialização de espíritos seja autorizada pelo plano espiritual: atendimento de pessoas enfermas, que apresentem doenças que a nossa medicina pouco ainda pode fazer, como o câncer. E o fornecimento de lampejos que mostram como será a medicina do futuro. Porque os médicos do futuro serão médiuns. Não vão precisar de Raio X, ressonância, ultrassom, porque com a própria mediunidade eles vão saber descortinar o corpo humano.
Correio Espírita – Explique para nós como acontece a materialização de espíritos?
Dr. Paulo César Fructuoso – “O médium de efeito físico entra em transe profundo, porque há uma liberação, sob o comando de entidades espirituais, de neurotransmissores existentes no nosso sistema nervoso, chamados endorfinas e encefalinas. Essas endorfinas e encefalinas são anestésicos, soníferos. Então como é feita uma grande descarga, uma grande liberação no médium de efeito físico, ele entra em transe. Quando ele entra nesse transe mediúnico, começa a expelir, pelos orifícios naturais do corpo, o ectoplasma de forma fluídica, que se liquefaz e se solidifica. É essa energia ectoplasmática, esse fluido energético que reveste o períspiritos das entidades presentes e elas se corporificam, se materializam.
Se estivermos em alguma reunião em que aconteça a materialização de espíritos, todos os presentes verão, e não só os médiuns videntes. Se o Espírito falar alguma palavra, todos os presentes o ouvirão. Se ele exalar algum odor, todos também sentirão.
Para que essas reuniões aconteçam, há uma série de exigências, exigências científicas, como por exemplo a ausência da luz. Isso porque os fótons das luzes natural e artificial afetam o ectoplasma e o médium quando em transe. São reações físicas e químicas que precisam da ausência da luz, assim como era preciso a ausência da luz para se revelar os filmes fotográficos no passado.
Correio Espírita – Qual a importância dos efeitos físicos ao longo da história humana?
Dr. Paulo César Fructuoso – “Os fenômenos físicos foram que levaram a ratificação do Cristianismo. Eu falei que o ectoplasma sai principalmente pelos orifícios naturais, como boca e nariz. O que os discípulos de Jesus viram e escreveram no seu testemunho, quando Ele curou um cego? Jesus cuspiu na terra, formou um cataplasma com a saliva que saiu da boca dele e aplicou na vista do cego, que voltou a enxergar. Mas e se não foi saliva que saiu da boca de Jesus? Se foi ectoplasma? Ele também era médium, o maior médium que já passou pelo planeta. Os discípulos devem ter visto, na minha opinião, ectoplasma saindo da boca de Jesus.
Correio Espírita – E para o futuro?
Dr. Paulo César Fructuoso – “Acredito que as reuniões de materialização ficarão mais frequentes no futuro, porque estão previstas a chegada de quatro grandes vertentes de espíritos na Terra, como já foi adiantado por Divaldo Pereira Franco. Uns ligados à corrente da engenharia, que trarão grandes invenções; o segundo grupo com grande senso de justiça; o terceiro voltado para o ramo das artes; e o quarto, e me parece ser o mais importante, espíritos com grande capacidade mediúnica”.
Correio Espírita – Sobre a morte do médium Gilberto Arruda. Todos ficamos chocados com o crime na época. O que o senhor, que foi amigo dele, tem a nos falar sobre esse acontecimento?
Dr. Paulo César Fructuoso – “Todos os médiuns de efeito físico são indivíduos altamente endividados. É dada as eles a missão da mediunidade de efeito físico para que mais rapidamente possam resgatar as dívidas do passado. Muitos não imaginam o que é ser um médium de efeito físico. Nós temos um envoltório em torno do nosso espírito chamado tela búdica, que impede que sintamos o contato dos espíritos que estão à nossa volta. Os médiuns de efeito físico têm a tela búdica mais fina e fenestrada, e por isso expelem com mais facilidade o ectoplasma. Mas isso traz um inconveniente, eles sentem o toque dos espíritos. O Gilberto sentia, do nada, bofetadas, beliscões, pontapés, puxões de cabelo... Além disso, geralmente, os médiuns de efeito físico têm morte violenta. O médium José Arigó, por exemplo, morreu em um desastre de automóvel.
O Gilberto tinha dificuldade para dormir, tamanha era a tortura que ele sofria por parte dos espíritos inimigos do plano espiritual, quando era criança e adolescente. Ele só conseguia adormecer quando deitava entre o pai e mãe, segurava a mão dos dois e eles entravam em prece.
Já se sabe quem cometeu esse crime contra Gilberto Arruda. Ele está preso. Mas esse trabalho que o Correio Espírita está fazendo é muito importante, pois esclarece sobre o fato”.
Correio Espírita – Já se teve notícias do médium Gilberto Arruda do plano espiritual?
Dr. Paulo César Fructuoso – “Sim. Ele está recuperado, emocionado em saber do apoio daqueles que aqui ficaram e feliz em estar com os entes queridos”