24 abril 2009

Epilepsia - Dr. Ricardo Di Bernardi



Perguntas feitas por pacientes :
1 ) Tenho 29 anos sempre levei uma vida normal, porem, hà 4 anos tenho tido crises convulsivas e a epilepsia não foi constatada em nenhum exame (eletroencefalogramas repetidos, mapeamentos cerebrais, tomografias, ressonâncias magnéticas, etc) Já tomei gardenal, trileptal, depakote e agora estou com topiramato 150 mg, as crises continuam acontecendo, não sei mais o que fazer. Pode-me ajudar ? O que fazer ?

2) Dr. Ricardo, quais as causas da epilepsia? Está a epilepsia intimamente ligada com a mediunidade? Diz-se popularmente que um epiléptico é um “grande médium” quase sempre psicofonico (dito popularmente de incorporação) e que necessita desenvolver a mediunidade para ficar melhor? Isto é verdade?

Resposta do Dr. Ricardo Di Bernardi
Em primeiro lugar, deve continuar tentando, com um bom neurologista, outras alternativas medicamentosas. Há, também, casos de convulsões epileptiformes que não são de origem exclusivametne neurológicas, isto é, são provocadas por outras disfunções orgânicas como metabólicas, hormonais, neoplásicas e outras, que podem ser a causa de convulsão do tipo epiléptico, mas sem ser a disritmia cerebral a causa primária. Um excelente clínico , especialista em Medicina Interna, ( não é o mesmo que Clínico Geral ), pode proceder esta investigação. A Epilepsia existe em diversos graus e diversos tipos. Há epilepsias bastante leves como lapsos de consciência denominados crises de "ausência" até as de convulsões violentas. A mais frequentemente comentada é a que se caracteriza por crises ou ataques nos quais há espasmos musculares de contração e de movimentos incontroláveis, com concomitante perda da consciência. Devido sua manifestação espetacular, externa, desde épocas remotas impressionava a todos, sendo atribuída a agentes demoníacos, misteriosos ou a influência lunar, daí a expressão lunáticos.
Um dos pais da medicina, Hipócrates lutou para desvincular a relação desta enfermidade com o "sagrado". Até hoje ainda existe, em alguns locais esta tendência. Frequentemente a pessoa que está prestes a ter uma crise convulsiva epiléptica percebe a chegada da crise com os sintomas. Alguns sentem um calor leve e envolvente, ou uma sensação típica visual, olfativa, auditiva, gustativa, tátil ou dolorosa, comumente no abdome. Pode-se detectar no EEG – eletroencefalograma – uma disfunção ou disritmia cerebral ou seja, uma alteração do ritmo das ondas emitidas pelo cérebro. No entanto, em alguns casos não se detectam estas alterações disrítmicas.
Em todas as nossas patologias ou problemas humanos há uma participação espiritual, em graus variados. Na epilepsia ou nos chamados "ataques" pode ocorrer uma ligação do enfermo com o espírito obsessor, ocorrendo uma verdadeira "incorporação" ou transe mediúnico. Existe sempre uma fragilidade orgânica cerebral, motivada pela alteração do modelo organizador biológico (perispírito) que traz lesões adquiridas em vidas pretéritas. Lesões que tem origens diversas. Nos casos ditos de "pequeno mal" ou crises de ausência não é comum a presença de espíritos obsessores. Nos casos de crises convulsivas graves, há também lesões perispirituais decorrentes do histórico progresso do paciente mas a frequente (nem sempre) associação do obsessor desencarnado. A ação do obsessor dá-se no denominado "locus minoris resistentiae" isto é, no local de menor resistência do obsediado, no caso desta pessoa, o cérebro... Muitas vezes, a ligação do obsessor com a "vítima " efetua-se pelo chakra gástrico, esplênico ou genésico mas a repercussão atinge intensamente o ponto fraco do obsediado que é a região cerebral fragilizada. Em certos casos, O choque do contato com as energias do espírito desencarnado com o obsediado (médium?) pode ser um fator determinante para o processo convulsivo. A própria convulsão ocasiona uma repercussão forte no espírito fazendo-o muitas vezes se afastar.
Há casos em que o indivíduo dito epilético nada apresenta nos exames de EEG mas tem todos estes sintomas. A contínua interferência do obsessor sobre a pessoa sensível nesta área poderá ocasionar lesões como passar dos anos. O que ocorre é que o perispírito ou corpo astral tem seu paracérebro lesionado mas, ainda, não transferiu para o corpo biológico esta lesão. O tratamento médico e espiritual concomitante poderá fazer com que a lesão não se instale no corpo biológico. Em termos técnicos, médicos, chama-se "aura epilética" (há outras denominações) ao conjunto de fenômenos ou sensações que precedem a crise convulsiva. Estas sensações são: a percepção ou alucinação de cores, visões, sombras, sons, ruídos, vozes, odores, sensação de calor na face, gosto ácido na boca e outras. Curiosamente sensações semelhantes que os médiuns tem antes da ligação deles o espírito comunicante na sessão de desobsessão. Até a "dor na boca do estômago" que alguns médiuns sentem pela ligação com o chakra gástrico. Estas sensações da "AURA EPILÉTICA" no caso da crise convulsiva pode decorrer da impregnação das energias (fluidos) do obsessor sobre o doente.
Uma recomendação importante: além do tratamento neurológico a higiene mental ou a manutenção de pensamentos otimistas, fraternos e similares são auxiliares no tratamento. Pensamentos de raiva, ódio, inveja, ressentimentos e outros de baixa frequência, favorecem as crises pela sintonia com o obsessor. Antes de desenvolver a mediunidade o paciente deve espiritualizar-se, depois estudar a doutrina espírita e por último pensar em atuar como médium. O tratamento ( médico + espiritual ) controla as crises e impede a fixação da entidade enferma sobre o cérebro do paciente.

Dr Ricardo - INSTITUTO DE CULTURA ESPÍRITA DE FLORIANÓPOLIS  www.icefaovivo.com.br   visite www.redevisao.net opção Dr.Ricardo

10 abril 2009

Perdas: luto, elaboração e sublimação - Luiz Paiva

Ao contrário do que muita gente pensa, o luto não acontece apenas pela morte de um ente querido. Há outros lutos, talvez maiores, que ocorrem após a perda psicológica de um objeto ou pessoa a que se tinha apego.

Apego, eis aí a razão de nossas infelicidades e a chave para nossa libertação. Talvez o grande ensinamento da vida, que vamos aprendendo a duras penas, é desapegarmos de coisas, circunstâncias e pessoas. Desapegar não é amar menos ou diminuir a importância do objeto, mas é compreender e aceitar o fenômeno essencial do Universo, que é a transitoriedade.

O Universo, a vida, a sociedade, as pessoas (incluindo nós mesmos) estamos em contínua transformação. Como dizem os filósofos, em eterno devir ou em contínuo vir a ser. Portanto, o segredo de se manter no perene fluxo da vida é ir desapegando-se do que passou e sintonizando nossas emoções no presente ao que é essencial dentre todas as coisas. Há valores que são permanentes, leis que são indefectíveis e universais, objetivos de vida que transcendem o tempo e o espaço.

Os valores que permeiam as aparências e as exterioridades, como posse, estatus, beleza e fama são mais fugazes e impermanentes do que a própria vida em si, tão efêmera “que passa como um sonho”, como nos ensina a Bíblia. As leis do amor universal e da perfectibilidade dos seres criados por Deus são tão relevantes que jazem insculpidas na nossa consciência e na essência dos fenômenos universais estudados por nossas ciências, desde a física das partículas à biologia molecular e à biologia evolucionária.

Não há objetivos e verdadeiro sentido para a vida tão permanentes e eternos do que aqueles ensinados pelos grandes avatares da humanidade e, mais do que por qualquer outro, por Jesus Cristo. Trata-se do cumprimento da grande lei de solidariedade universal que une a todos, pessoas e demais criaturas. Através da consecução desta lei que nos coloca no seio da plenitude e da felicidade imarcescível, surgem os objetivos sempre atuais de prática da fraternidade, de amor incondicional, de inclusão dos excluídos, de perdão ilimitado e de tolerância constante.

A doutrina espírita pedagogicamente nos esclarece tudo isso e, como Jesus, há dois mil anos, reafirma-nos a realidade da sobrevivência do espírito após a morte e a continuidade da vida em outras dimensões do Universo. Por isso, consola-nos os corações sofridos no luto pelas grandes perdas, seja pela visita da morte, seja pelo abandono de almas queridas, seja pela perda de ilusórios haveres ou de posição social.

O espírito Emmanuel, através de Chico Xavier, consola-nos e exorta-nos à transcendência face às grandes perdas, tomando por paradigma as causadas pela morte:

Ante as lembranças queridas dos entes amados que te precederam na Grande Transformação, é natural que as tuas orações, em auxílio a eles, surjam orvalhadas de lágrimas. Entretanto não permitas que a saudade se te faça desespero.

Recorda-os, efetuando, por eles, o bem que desejariam fazer. Imagina-lhes as mãos dentro das tuas e oferece algum apoio aos necessitados.

Lembra-lhes a presença amiga e visita um doente, qual se lhe estivesses atendendo à determinada solicitação. Distribui sorrisos e palavras de amor com os irmãos algemados a rudes provas, como se os visses falando por teus lábios, e atravessarás os dias de tristeza ou de angústia com a luz da esperança no coração, caminhando, em rumo certo, para o reencontro feliz com todos eles, nas bênçãos de Jesus, em plena imortalidade.”


Luiz Antônio de Paiva é médico-psiquiatra e presidente da Associação Médico-Espírita de Goiás