29 janeiro 2007

Espiritismo e Esoterismo - Dra Giselle Fachetti



“Não sejamos muito apressados em rejeitar a priori tudo o que não podemos compreender, porque longe estamos de conhecer todas as leis e nem a natureza nos revelou ainda todos os segredos. O mundo invisível é um campo de observação ainda novo, cujas profundezas seria presunção supor exploradas, quando incessantemente se estão patenteando a nossos olhos novas maravilhas". (A. Kardec, OP, Capítulo 2, Parágrafo VII -Dos Homens Duplos - item 9).

Como Espírita eu sempre soube que, além de nós, os cristãos de outras denominações religiosas também são espiritualistas, assim como a maioria das religiões orientais e as originárias da África.

Tenho sempre usado a importância dessa afinidade em debates amistosos com membros de Igrejas Protestantes e Católicas. Estudei bastante a história do Cristianismo e sei quais as semelhanças e diferenças entre a Doutrina Espírita e a Teologia Católica e Protestante.

Sabia da afinidade entre a Doutrina Espírita e as religiões orientais, não só por sermos espiritualistas, mas também por termos, como eles, a certeza da reencarnação como mecanismo de evolução espiritual.

Surpreendi-me com minha ignorância em relação ao significado e a extensão do conhecimento esotérico. Depois de um breve e superficial estudo, que pretendo aprofundar, conclui que estes conhecimentos são tão importantes para os espíritas como o são os conhecimentos científicos atuais e teológicos tradicionais.

Temos explicações fantásticas sobre os mecanismos da mediunidade nas obras de André Luiz, assim como sobre a fisiologia da obsessão e a ação dos espíritos superiores na coordenação do progresso humano na Terra. Os efeitos físicos e espirituais das preces e as conseqüências das leis de ação e reação são dissecados minuciosamente por ele. Outras fontes além da codificação nos fornecem extenso material de estudo e esclarecimento sob a ótica filosófica e científica da Doutrina Espírita.

Tal estudo, por si só, seria suficiente para nos guiar rumo ao progresso espiritual, tão urgente e necessário, assim como o estudo de outras filosofias religiosas também o fazem. Entretanto, o esclarecimento que obtive vasculhando as fontes esotéricas de conhecimento tem sido muito útil, especificamente, em meu desenvolvimento mediúnico. Por isso pretendo redigir um breve resumo desses conceitos.

Místico é uma palavra que tem origem no idioma grego e significa iniciado. Misticismo, por sua vez, pode ser entendido como a busca de Deus através de uma experiência direta, individual, intransferível. Essa experiência pode incluir a crença na existência literal de realidades além da percepção física, transcendentes em relação à compreensão linear e positivista do universo.

Esoterismo (escrito com o s e não com o x) é o nome genérico que designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões que buscam desvendar seu sentido oculto.

Segundo Blavatsky, criadora da moderna Teosofia, o termo "esotérico" refere-se ao que está "dentro", em oposição ao que está "fora" e que é designado como "exotérico". Designa o significado verdadeiro da doutrina, sua essência, em oposição ao exotérico que é a "vestimenta" da doutrina, sua "decoração". Também segundo Blavatsky, todas as religiões e filosofias concordam em sua essência, diferindo apenas na "vestimenta", pois todas foram inspiradas no que ela chamou de "Religião-Verdade".

Inúmeras correntes filosóficas, tidas como esotéricas, já haviam descrito a complexidade do agregado espiritual (expressão usada por J S Godinho em seu livro Conflitos Conscienciais) humano definido genericamente como corpo físico, perispírito e espírito por Allan Kardec nos livros básicos da Doutrina Espírita.

Assim como me surpreende que pesquisadores renomados na área da paranormalidade nunca incluam as obras de Allan Kardec em sua bibliografia, mesmo quando realizam estudos específicos em relação à mediunidade, surpreendo-me também com o fato de que eu, espírita e estudiosa do assunto há 30 anos, desconhecia ainda tão completamente essas informações tão esclarecedoras.

Desconhecia a anatomia espiritual. Os detalhes estruturais do complexo ser físico, alma e espírito, ou como descreveu Kardec, corpo físico, perispírito e espírito. A fantástica possibilidade de interação do ser não físico com o ser físico através de instrumentos tão impressionantes em sua fisiologia milimetricamente precisa quanto o próprio corpo físico do ser humano.

Portanto, o que estudamos com o nome de corpos espirituais são os complexos instrumentos de que se utiliza o espírito para manifestar-se tanto no plano material quanto nos diversos níveis imateriais.

É infantil crermos que tais instrumentos sejam simples como um lençol jogado sobre o corpo como quando brincávamos de fantasmas, ainda em nossa primeira infância. Tais corpos são mais complexos que o corpo físico do ser humano, inclusive por que serviram de molde para que este fosse formado durante as diversas reencarnações da essência individual, o espírito.

Este conceito é claro por que permite que entendamos o ser humano como um conjunto de corpo físico e corpos espirituais como já há muito entendido pelos esotéricos orientais. O perispírito descrito por Kardec é, portanto, bastante complexo como já frisava André Luiz que mostrava as características de um desses corpos, o Duplo Etérico, no livro evolução em dois mundos.

Cada um dos corpos espirituais tem características próprias e funções específicas. São estudados pela visão direta dos clarividentes, pelo acesso a eles através de indução hipnótica, ou pela meditação profunda e bem treinada. Não são percebidos pelos métodos científicos materiais, pois apesar de serem constituídos de matéria, o são por uma matéria cuja densidade não é captada por nossos sentidos ou máquinas convencionais, pelo menos por enquanto.

A maioria das escolas esotéricas considera o agregado humano como constituído por sete corpos. O corpo físico, o duplo etérico, o corpo astral, o corpo mental inferior, o corpo mental superior, o Corpo Búdico, e o Atma.

O Atma é a nossa essência divina, nosso eu verdadeiro pleno e imortal. É o verdadeiro espírito que se utiliza dos corpos espirituais inferiores para expressar-se. Assim como nós utilizamos de um computador para manifestar nossas opiniões o espírito se utiliza de seus corpos para atuar em seu ambiente.

O computador é dotado de um programa e que ligado a uma impressora e com o recurso da linguagem permite o manifestar de nossa inteligência. O papel, a impressora, o mouse, o programa e o hardware não são nossa inteligência, mas permitem que a manifestemos através de um produto impresso ou virtual e que, assim, atuemos em algum segmento do nosso relacionamento interpessoal.

O Corpo Búdico é a primeira estrutura vibratória que envolvendo o espírito manifesta-o, segundo José Lacerda de Azevedo. É a consciência sintetizadora e foco da individualidade do espírito materializado. O corpo Mental Superior ou Abstrato é o veiculo das manifestações volitivas, da inteligência. O Mental Inferior ou Concreto é a alma das percepções simples, da consciência.

O corpo Astral, corpo mais inferior do espírito, é a alma instintiva e passional, aonde ocorre a transformação da força física em força psíquica. É o organismo das sensações. O Duplo etérico é o coordenador da vitalidade e de sua distribuição a todas as células. A excitação, a irritabilidade, o prana, são coordenados por essa organização fisiológica. Intermediário entre o corpo denso e o plano astral.

O corpo físico é o suporte material do espírito encarnado. Meio que este dispõe para atuar sobre a matéria.

O Atma, o Corpo Búdico e o Corpo Mental Superior formam o ternário superior, o Eu cósmico, a individualidade. O Quaternário inferior é formado pelos demais corpos espirituais e constituem o ego ou a personalidade.

Cada um dos corpos espirituais tem forma, cor e plano vibratório próprio que variam entre si e conforme o grau de evolução do indivíduo.

Os chacras são centros de força, vórtices por onde os dinâmicos campos magnéticos dos corpos espirituais se ligam ao físico. A palavra chacra vem do sânscrito e significa roda e reflete sua forma como observada pelos clarividentes. A sede deles é o Duplo Etérico, mas tem origem em estruturas superiores. Eles captam a energia cósmica que alimentam espiritualmente o ser que está manifestando o fenômeno vida.

Esses órgãos estão sempre em rotação e tem sua atividade aumentada com a evolução espiritual, cada um tem freqüência específica e colorido próprio. Os principais são sete: o básico, esplênico, umbilical, cardíaco, laríngeo, frontal e o coronário.

O primeiro, o básico, localiza-se na base da coluna vertebral, tem coloração avermelhada, é a sede da força vital primária que anima a vida encarnada. O Chacra esplênico, o segundo, é o chacra da vida vegetativa, tem grande importância nos fenômenos mediúnicos de incorporação, tem seu colorido variável.

O terceiro chacra, o umbilical, tem coloração avermelhado esverdeado, está ligado à fisiologia da alma, ao campo das emoções e sentimentos primários, e também ao sistema nervoso. O Chacra cardíaco, o quarto, é dourado brilhante e se liga as emoções superiores, afetos e sentimentos.

O Chacra laríngeo localizado em frente à cartilagem tiroidiana, é prateado brilhante e tem a função de transmitir as idéias por meio da fala. Muito importante na psicofonia. O chacra frontal, entre as sobrancelhas, é o chacra da espiritualidade superior.

O Chacra coronário, no alto da cabeça, tem coloração dos mais diversos matizes, é o chacra que nos conecta com o divino, com a energia Crística, com a espiritualidade superior.

Os plexos são centros energéticos que coincidem com os chacras, mas se relacionam ao sistema nervoso de vida vegetativa: o sistema simpático e parassimpático e centros ganglionares específicos.

A tela búdica é um importante órgão de proteção do corpo físico do homem em relação á influência espiritual deletéria. É uma estrutura de natureza magnética que se situa entre os chacras do corpo astral e etérico.

Assim resumimos alguns conceitos esotéricos elementares. Sabemos que o estudo de cada um desses conceitos e ou estruturas, por si só, ocupariam, se redigidos, um grande volume de uma hipotética enciclopédia esotérica. Entretanto, o inicio da abordagem de uma área de conhecimento deve ser gradual e didático para que elaboremos os conceitos de forma sólida e acessível.

A anatomia espiritual e sua fisiologia, se conhecidas, permitem ao indivíduo que pretende evoluir no caminho da mediunidade um progresso mais célere em um caminho menos turbulento. Se associarmos esses conhecimentos aos codificados por Kardec teremos um sistema poderoso construído em bases sólidas, o amor fraternal, que servirá para o benefício tanto da humanidade encarnada quanto da desencarnada.

A possibilidade do desdobramento espiritual consciente (ou projeção) amplia geometricamente os recursos da terapêutica espiritual em termos de desobsessão e auto-desobsessão. A esse método de desenvolvimento e prática mediúnica fui arrastada pela dor, conforme planos pré-encarnatórios que me retardei em concretizar, e pude, então, experimentar pessoalmente os efeitos dos novos conhecimentos que adquiri.

Assim, surpreendi-me com o acesso que tive a um mundo novo de amigos e protetores que, já antes intuía conviverem comigo e meus afins, mas que agora não só infiro sua existência, mas tenho plena consciência do contato valoroso e benéfico com esse grupo de trabalhadores no bem de forma direta, clara, organizada e constante.

Percebo um grande projeto para o qual os encarnados são convidados, repetidamente, a se unir. Só assim poderão exercer o tão necessário e urgente trabalho em prol da paz humana e do progresso espiritual individual redundando na realização de nossa expectativa cristã de transformação da terra em um orbe regenerativo. Seria nossa contribuição para a construção do paraíso terreno onde as nossas comunidades refletirão a alegria do esforço coletivo e harmônico rumo à redenção espiritual.

Os grupos que se formam com este objetivo devem procurar o conhecimento que liberta sem deterem-se diante das fronteiras das tradições e dogmas religiosos, mas ultrapassando-os de forma corajosa e reverente para ajuntarem todo um cabedal de conhecimentos há muito revelados, mas que aguardam por sua integração nas práticas religiosas, e de socorro, em todos os grupos de trabalhadores do Cristo já existentes sob as mais diversas denominações.

Cabe a nós Espíritas sermos os primeiros a nos despirmos de preconceitos arraigados para darmos um novo salto vibratório em direção à evolução coletiva. Sejamos como Kardec foi, abertos a novos conhecimentos, porém críticos e estudiosos. Somente assim honraremos nosso Mestre persistindo em seu caminho de descobertas e respeito à diversidade.

Essa forma de agir e sentir eu encontrei no grupo em que fui carinhosamente tratada e depois acolhida como uma trabalhadora da última hora e que sinto-me compelida a agradecer publicamente: A Comunidade Espírita Ramatis e seus dedicados membros. Agradeço profundamente a todos vocês pela ampliação da minha capacidade de ver e ouvir.

Giselle Fachetti Machado

18 janeiro 2007

Você foi aliado ou inimigo do dia que acaba de passar?



Na eterna luta pelo equilíbrio travada por nós, nem sempre nos colocamos de forma a preservar nossa saúde física e espiritual.
Cada dia se assemelha a uma caderno onde vamos anotando os acontecimentos que favorecem ou atrapalham nossa harmonia. Contrariedades no trabalho, dificuldades de relacionamento, problemas financeiros, conquistas alcançadas, amigos que nos apóiam, oportunidades de ajuda, tudo isso constitui algumas partes do nosso dia a dia.A grande questão está na forma como reagimos, ao invés de agirmos. É fora de dúvida, que vivendo num mundo de expiação e provas como o nosso, enfrentaremos sempre uma quantidade considerável de problemas e decepções. Encarar isso como obstáculos a serem vencidos ou como barreiras intransponíveis, pode ser a chave que abre a porta da doença ou da saúde.
O espiritismo nos ensina que o corpo astral, ou perispírito, é o molde do nosso corpo físico, ou como diria Divaldo Pereira Franco, o MOB, modelo organizador biológico. É ele que organiza e determina que genes irão ser mais ou menos atuantes, desencadeando em nós proteção ou tendência a determinadas doenças. Isso explica porque gêmeos idênticos têm doenças diferentes, uma vez que mesmo possuindo a mesma carga genética, os mesmos genes, eles não manifestam as mesmas desordens físicas, e muito menos a mesma característica emocional.
Tudo que pensamos, assim como a energia gerada nos nossos atos, vai sendo armazenado no nosso corpo espiritual. Ao longo das múltiplas encarnações que já tivemos, viemos armazenando em nosso psiquismo coisas boas e ruins, que nos acompanham e são responsáveis pela forma como pensamos e nos articulamos no nosso meio. Sabemos muito bem quais são as nossas limitações e necessidades, porém é justamente aí que tropeçamos, fazendo o mal que não queríamos fazer, e deixando de fazer o bem que gostaríamos, como muito bem diz o apóstolo Paulo. Como é difícil superar uma dificuldade, mudar um hábito que nos incomoda!
Fomos aliados ou inimigos do dia de ontem? Essa análise está 100% ligada ao que vamos colher no futuro de saúde ou desequilíbrio. E isso nada tem a ver com castigo divino, misticismo ou acaso. É lógica pura, aplicada em nosso dia a dia na medida em que aumentamos ou diminuímos a intensidade das energias boas e ruins que trazemos em nós mesmos, fornecendo-nos cura ou doença.
Quanto mais equilibramos nossa energia, mais saúde temos. Ser aliados do nosso dia é a forma mais fácil de chegarmos a essa harmonização, exigindo uma disciplina do tamanho de 24 horas, sem planejamentos e cobranças que nos sufoquem, mas sem deixarmos para amanhã o nosso compromisso divino conosco mesmos, construindo o templo de Deus em nós, produzindo uma cura verdadeira, espiritual, com repercussão no corpo físico.
Muita paz e luz!
Sérgio

Mutiladores da nossa cultura - Alamar Régis Carvalho



Clique aqui pra ver a TV Rede Visão

Aqui a Rádio Espírita

Aqui a Rádio Visão


Somos criaturas experientes, todavia em determinados momentos agimos com uma ingenuidade de fazer pena... Não! talvez não seja ingenuidade não... deve ser uma disposição que muitos de nós temos em enganar a nós mesmos, fingindo que não estamos vendo certas coisas.

"Deixa como está pra ver como é que fica”.

“Olhe! É bom evitar falar sobre estas coisas para evitar confusões”.

“Rapaz, tu já vais começar a querer mexer em ninho de marimbondos?”

Vamos raciocinar, gente! Vamos pensar! Somos praticantes de uma doutrina que veio ao mundo para nos dar carta de alforria em relação às amarras e às mordaças! Temos o direito de pensar, raciocinar e discernir!

Raciocinemos, então.

Imagine você, que ama a Literatura, se interesses poderosos tivessem tirado Carlos Drumond de Andrade da cultura brasileira.

Suponhamos que isto tivesse acontecido, lá pro final da década de 50, início dos anos 60.

Você já imaginou como seria a cultura brasileira sem aquele mineiro extraordinário?

Ele deixaria de existir?

Não, ele não deixaria de existir nunca! A sua obra estaria pronta do mesmo jeito, apenas muitos de nós estaríamos capengas em conhecimentos, porque os interesses de alguns não permitiram que o Brasil tomasse conhecimento da sua existência.


Mas faz de conta que esses mesmos interesses de alguns retirassem, também, da história do Brasil figuras outras como Machado de Assis, Monteiro Lobato, Castro Alves, Graciliano Ramos, Manoel Bandeira, Raquel de Queiroz...

Estão todos excluídos da Literatura!!! Em nome da minha intolerância!!!

Você já imaginou o que seria da nossa cultura?

Seria terrível, mas muita gente nem perceberia os boicotes.


Você sabia que fizeram de tudo para apagar o nome do extraordinário Ruy Barbosa da história do Brasil, por interesses religiosos?

Só não conseguiram porque o baixinho baiano era terrível, era persistente, destemido, não se intimidava diante das inferioridades espirituais de ninguém, não tinha rabo de palha nem telhado de vidro e enfrentava as “feras” cara a cara, jamais admitindo que alguém se atravesse a mandar-lhe calar a boca ou deitar a pena.

Em toda a história da humanidade muitas criaturas maravilhosas, extraordinárias e notáveis foram presas, humilhadas, injuriadas e queimadas. Porque eram bandidas? Não, porque eram competentes, inteligentes, dinâmicas, criativas e altamente produtivas em alguma coisa.

Mas Alamar, o que é que o público marcado como espírita da sua agenda tem a ver com isto?

É para ele mesmo que eu quero falar, ou melhor, para o segmento dele que se dispõe a raciocinar, uma vez que somos profitentes de uma doutrina que propõe a racionalidade. Não nos acomodemos apenas em dizer, por questão de elitismo, que fazemos parte de uma doutrina racional, só porque Kardec raciocinou, Leon Denis raciocinou e outros homens raciocinaram, como diz o grande Luiz Signates.


Vamos raciocinar NÓS MESMOS!!!

Que tipo de espírita eu sou? Que cultura espírita eu tenho? Qual o alicerce doutrinário que eu criei pra mim?

Será que eu, levado pela ingenuidade ou pelo fingir que não vejo, não estou limitando os meus conhecimentos acerca desta coisa extraordinária chamada Espiritismo, que pode me fazer tanto bem e proporcionar-me condições para fazer bem também a centenas, milhares ou talvez até milhões de pessoas?

Quais as fontes de informações sobre experiências espíritas que eu me permito consultar? Será que eu me dou autonomia para eu mesmo escolher o que devo ler e a quem eu devo ouvir, ou vivo, em nome de uma humildade equivocada, submetendo-me ao capricho de alguém que determina-me o que fazer e como fazer?

Que respeito tenho eu para com a minha própria inteligência?

Que tipo de espírita sou eu?

Daquele tipo que acredita ser verdade que o Emmanuel tenha mesmo mandado o Chico Xavier comer uma barata que caíra numa sopa?

“Ah, todo mundo diz isto!!”

Será que porque todo mundo diz, eu necessariamente tenho que sair por aí dizendo tamanha bobagem?

Será que um Espírito do nível de Emmanuel seria capaz de tal perversidade com uma criatura tão querida como Chico Xavier?

Emmanuel nunca mandou Chico Xavier comer barata

Terei eu que sair por dizendo que “estou melhor do que mereço”?

Tudo isto em nome de uma humildade absolutamente mal compreendida?

Que espírita sou eu? Será que isto que pratico é verdadeiramente o Espiritismo, conforme a proposta da equipe do Espírito da Verdade trazida ao mundo através da maestria de Allan Kardec?

Gente! Está na hora de muitos de nós libertarmo-nos desta formação cultural espírita com base no ouvi dizer ou conforme a cabeça do seu Raimundo, da dona Ester, do doutor Sebastião, da dona Carmem, da dona Lucila ou do médium A, B ou C.

Pare com isto!

Se o seu Raimundo e dona Ester não gostarem de um determinado nome que foi notável na história do Espiritismo, certamente eles não deixarão que você tome conhecimento da obra dessa personalidade, com se fosse “coisa do satanás”.

Mas isto acontece no Espiritismo?

No movimento espírita acontece, sim; E MUITO.

Não esqueçamos que o Espiritismo é coisa inventada por Espíritos Superiores, mas o movimento espírita é praticado por homens, humanos, encarnados, cheios de paixões e imperfeições, como qualquer um de nós.

Não generalizemos nunca, mas, talvez, você esteja inserido(a) em alguma casa espírita onde a sua cultura esteja sendo monitorada, sem que você se aperceba disto.

Você já ouviu falar de Deolindo Amorim?






Deolindo Herculano Hermínio Caibar Carlos

Amorim .....Pires ... .Miranda Schutel Imbassahy

Se participa de um centro no qual na diretoria conste alguém que ache, também, que ele foi presunçoso ao criar o Instituto de Cultura Espírita do Brasil, com certeza você nunca ouviu e nem vai ouvir falar neste nome.

Você conhece Hermínio Correa de Miranda?


Se o dirigente da sua casa espírita não gosta do Hermínio, com certeza a sua cultura espírita não terá espaço para ele.

Existem dirigentes de centros que não gostam do Herculano Pires, outros não gostam do Cairbar Schutel, outros não gostam do Divaldo Franco, do Raul Teixeira, da Dona Yvone do Amaral Pereira, do Carlos Imbassahy, do Edgar Armond e até há quem não goste do próprio Chico Xavier, sob a argumentação de que ele igrejou o Espiritismo.

Gente, eu recebo E-mails, todos os dias, de pessoas que gostam do trabalho da rede visão, mas, por incrível que pareça, chegam também aqueles me pedindo para retirar da nossas TV e da nossa rádio, determinados nomes, exigindo de mim a prática da mesma censura e até do ódio que lhes são peculiares. Não é fácil. E há quem fique com raiva quando eu digo que não quero estar inserido no universo de espíritas que odeiam.

Sem dúvida alguma o “não gostar” é alguma coisa natural, já que nem todo mundo é obrigado a gostar de todo mundo que eu ou você possa gostar. Só que o problema é muito mais sério: Quando eu não gosto de alguém, eu me julgo no direito de fazer de tudo e até proibir que as “minhas ovelhas” (tem gente que adora ter ovelhas) não tenham acesso à obra daquele alguém.

Está certo isto???????????

É isto que venho, insistentemente, falando em meus E-mails para muitos espíritas que... desculpem a franqueza... estão se postando como verdadeiras bestas nas mãos de determinados manipuladores de consciências.

O que quer dizer o Alamar quando fala, repetida e insistentemente, em seus E-mails que criou uma televisão e uma rádio espíritas que não permitirão a censura, o index librorum prohibitorum, a discriminação, o boicote e a sabotagem a obras de confrades?

É porque eu conheço muito bem o terreno, minha gente!!!

É impressionante o número de pessoas que entram, mesmo por curiosidade, em nossa televisão, até mesmo pessoas que antes não iam muito com “fachada” do Alamar, e de repente enviam E-mails dizendo coisas mais ou menos assim:

“Eu assisti as quase duas horas de entrevista que você fez com o Dr. Hernani Guimarães Andrade, Alamar. Fiquei impressionado com aquele homem maravilhoso. A imagem que fizeram dele pra mim na casa espírita em que freqüento, há mais de 15 anos, nunca me deixou despertar interesse por qualquer obra dele. Agora percebi o quanto você tem razão, meu amigo, nisto que fala em seus E-mails e algumas pessoas chegam a dizer até que é desajuste de sua parte. Estou contigo e vou assistir a Rede Visão em todo tempo que tiver disponível.”

É por isto que digo a você, meu amigo e minha amiga:

Escutem na Rede Visão alguns companheiros notáveis que hoje estão desencarnados, como Henrique Rodrigues, Carlos Bernardo Loureiro, Reynaldo Leite, Altivo Pamphiro, Antonio Carlos Costardi e outros que comeram o “pão-que-o-diabo-amassou” em nosso movimento e tire, você mesmo, a conclusão se esses homens tem alguma coisa a ver com esse “diabo” que muitos espíritas pintam.

Há também outros, encarnados, que você vai ter a oportunidade ouvir:

Estevão Camolesi, queimadíssimo por muita gente no movimento; Clóvis Nunes, com argumentos inteligentíssimos sobre a excelência do Espiritismo; Nazareno Feitosa, o cearense de Brasília e tantos outros.

Há também outro absurdo que você precisa saber:

Sabia que existem determinados Estados, no Brasil, onde algumas lideranças espíritas pregam que na Bahia não tem Espiritismo que preste e que, em função dessa fama folclórica que o Estado tem de ser a “terra da macumba” (o que não é verdade), há gente, irresponsável e inconseqüente, até mesmo dentro de federações espíritas, afirmando que na Federação Espírita Baiana ensina até banho de sal grosso e fazem rituais que nada tem a ver com o Espiritismo?

Eu não sei porque grandes eventos espíritas realizados em vários estados adoram convidar expositores da Bahia (sempre tem alguém da Bahia que “sacode” platéias), o que dá um certo incômodo em alguns. Eu imagino que deve ter havido alguém que divulgou muito alguns nomes da Bahia, que despertaram a simpatia de milhares de brasileiros.

Veja, na Rede Visão, nomes como Marcel Mariano, Adenauer Marcos Novaes, Djalma Motta Argollo, Solange Meinking, Marco Aurélio Medrado, Walter Hart, André Luiz Peixinho, Rui Diamantino, Florêncio Anton, Kau Mascarenhas, Medrado, Carlos Bernardo, Edvaldo Veloso e vários outros, faça você mesmo as suas anotações, no uso da sua própria inteligência, e conclua se, pelo conteúdo, algum deles tem cara de viver praticando mistificações no Espiritismo.

O diferencial da Rede Visão é algo extraordinário, meu amigo e minha amiga!

Este negócio de nós somos uma televisão espírita sem censura não é algo sem sentido que o Alamar anda dizendo não, é algo bastante relevante para a sua cultura.

Você que, talvez na estante da sua cultura, tenha apenas a coleção enciclopédica da Delta Larousse, aqui na Rede Visão vai ter a Delta Larousse, a Barsa, a Mirador, o Lelo Universal, a Britânica e toda a cultura disponível.

Nós vamos incentivar e promover estudos profundos da Doutrina, para que você conheça toda a obra básica do Espiritismo, para que tenha condições, você mesmo, de tirar as suas conclusões, faça os seus filtros, saiba identificar uma ou outra bobagem que, porventura, alguém venha a falar (e quem não fala?), para que não seja praticante de um espiritismo à moda do Alamar, da Dona Laura, do seu Raimundo ou de seja lá quem for.

Veja a Rede Visão e a Rádio Espírita, que já estão no ar, além da TV ESPÍRITA, que está vindo aí, e comprove o que estamos a dizer.

Tudo está no nosso site http://www.redevisao.net/

Agradeço pela atenção e espero que todos tenham entendido bem a importância do que coloquei aqui.

Carinhosamente

Alamar Régis Carvalho

alamar@redevisao.net

orkut “alamarregis”

10 janeiro 2007

É morrendo que se vive para a vida eterna. Enfrentando as dores.


São Francisco de Assis, que muitos dizem ser a reencarnação de joão Evangelista, o apóstolo do amor, resume nesse trecho de sua famosa prece, um dos maiores ensinamentos que podemos aplicar em nossas vidas.
Todas religiões cristãs acreditam na vida após a morte, apesar da maioria de seus seguidores viverem como se não fosse haver amanhã. Mas o ensinamento do mestre italiano vai além. Ele nos fala sobre a superação após cada dificuldade, cada perda, cada dor, cada luto.
A vida, criteriosamente planejada pelos nosso mentores, segue no ritmo do nosso livre arbítrio e nos traz as dificuldades necessárias ao nosso aperfeiçoamento. Em épocas mais inspiradas conseguimos entender e perceber isso com facilidade. Mas alguns problemas parecem criar uma barreira instransponível.
Toda dificuldade vencida devia ser celebrada como mais um ponto ultrapassado, mais um degrau escalado na nossa evolução espiritual. Mas na maioria das vezes, assumimos uma posição de vítimas de um destino punitivo, e tendemos a reclamar. Como está pesado! Como está difícil!
A tão proclamada vida eterna não deve ser aguardada de forma platônica. Ela é o hoje. Não há interrupção. Vivenciamos hoje nossa vida eterna de espíritos e traçamos no agora as nossas escolhas. A cada problema, devemos fazer morrer em nós o homem velho e nascer o homem novo, conforme nos orienta Paulo de Tarso.
Como podemos falar que acreditamos nessa vida eterna se nos desesperamos a cada problema, a cada dor e principalmente a cada luto. Não há amor maior que o de Deus, que tudo rege e coordena. Tudo, absolutamente tudo que nos acontece serve para nos tornar pessoas melhores e mais espiritualizadas.
Morrendo e renascendo a cada dia, nos damos oportunidades de esquecer as mágoas, cultivar e celebrar o amor, repensar cada ato negativo, vivenciar as perdas e lutos, nos desligar do passado e seguir adiante. Devemos aprender a ver nas dificuldades, grandes oportunidades. Trancendendo a posição de vítimas divinas, enxergarmos com clareza o que cada dor quer nos ensinar. A grande questão é - O que eu tenho de melhorar? O que a vida quer me mostrar?
Não espere desencarnar para atingir a vida eterna. Essa vida eterna, plena, espiritual deve ser buscada ontem.

Sérgio Vencio

Respeitar a dor vivendo o luto. Dra Giselle Fachetti


Com o exercício da obstetrícia há mais de vinte anos tenho trabalhado em um ambiente de muita expectativa e alegria. Ontem mesmo, acompanhei a chegada da Maryanna e da Giovana, dois partos normais, de mães destemidas e entusiasmadas, em um só dia, uma festa!

Em função do fato de conviver diariamente com o encanto dos nascimentos tenho mais dificuldade para lidar com as situações de sofrimento e frustração em relação às minhas pacientes, as quais tenho como amigas. Entretanto, elas (e eles) têm me ensinado muito neste aspecto.

Com alguma freqüência me pego tentando ocultar uma lágrima furtiva que teima em denunciar meus sentimentos diante das vítimas de abortamento.

Já a perda fetal, felizmente rara nos dias atuais, é uma verdadeira implosão silenciosa em meu sustentáculo emocional. Nesta fase o concepto já se move, chuta, soluça. Ele já construiu fortes conexões afetivas com os pais, com a família e até mesmo com o obstetra.

E nós médicos, portadores incorrigíveis de um orgulho delirante, nos sentimos totalmente responsáveis pelo sucesso, ou não, da gravidez. Sentimos o óbito fetal como o espelho cristalino de nossos limites como profissionais e seres humanos, falíveis que somos. Deparamo-nos, assim, com nossa insignificância diante do destino, do inexorável.

Uma vez constatado o óbito fetal processamos nossa necessidade emocional com a seguinte cronologia. O primeiro questionamento é o porque do acontecimento. Existe, então, uma busca pela causa, pela etiologia.

Precisamos de uma síndrome, um nome, uma definição. Não que isso mude os fatos, mas retira a sensação de culpa dos ombros dos envolvidos. É uma procura para aplacar, na realidade, o vício do sentimento de culpa cultivado milenarmente pelas sociedades de raízes judaico-cristãs.

O próximo desafio é lidar com o parto de um feto morto, evento particularmente penoso, não só da perspectiva física quanto da moral, pois é um trabalho de parto que não se conclui com o esperado grito da vida, mas com um silêncio ruidoso. Silêncio, esse, expressado como um lamento dissimulado de toda a equipe presente no centro cirúrgico, reflexo da decepção mórbida que ocupa o ambiente.
Com o objetivo de tentar amenizar o sofrimento da perda, algumas instituições, equivocadamente, impedem que os pais vejam o corpo inerte de seu filho. Conduta que é fruto da fantasia de que se negarmos a dor ela não existirá.

Com meus pacientes aprendi a importância desses momentos críticos: o parto e o contato com o filho morto. O primeiro é a resignação entendida e vivida de forma extrema. O segundo é a base consciente da elaboração do luto.

Lembro-me de um pai que após assistir, entusiasmado, o parto de seus dois primeiros filhos saudáveis, fez questão de embalar longamente o caçula natimorto. Acidente de cordão, sem culpados e sem heróis. O destino foi respeitado, a despedida elaborada.
Essa oportunidade de reverenciar, embalar e chorar a ausência física, daquele que era ansiosamente esperado, proporciona condições para a construção de laços energéticos salutares entre o espírito recém desencarnado e sua família.

Assim esses laços incluem e libertam, dando ao falecido seu lugar de direito como membro da família que efetivamente é. E, além disso, permitem que ele dela naturalmente se afaste, para que percorra seu novo caminho como ser imortal. O impulso para o percurso dessa outra etapa é aquele amor que se materializou à partir de energias concentradas especificamente com a constatação e evolução da gravidez frustrada.


É fundamental que saibamos que os irmãos do falecido não só percebem a perda ocorrida, como a sentem de forma tão intensa ou mais que os pais. Freqüentemente os adultos subestimam a carga emocional que pesa sobre as crianças da família, isso por que eles não expressam o sofrimento de forma convencional.

Os pequeninos desconhecem o que sentem e usam mecanismos de defesa inconscientes para lidar com tamanho desconforto. As conseqüências podem ser funestas, distúrbios emocionais os mais variados, vividos ainda na infância ou que se apresentam já na maturidade.

O ideal é que estimulemos as crianças da família em luto a exprimirem livremente os estranhos sentimentos que as abatem. Devem chorar, de forma literal ou não, a perda inesperada sob o conforto e a segurança do colo paternal.

Homem, mulher, criança, avós e tios, até o médico, podem chorar. Não é fraqueza, é a força do amor à vida revelada em gotas de dor. É a força da autenticidade, de assumirmos nossas reais emoções. O pranto é fruto da saudade daquele serzinho quase desconhecido e não necessariamente representa revolta, ou culpa ou mesmo desencanto.

A reverência do luto é uma experiência de comunhão familiar que ajuda no desprendimento do recém-desencarnado. É a demonstração de um amor que não será sepultado junto ao cadáver, mas que acompanhará o espírito eterno em seu longo trânsito evolutivo.

A nós médicos, que assistimos as famílias durante estes momentos marcantes, resta o aprendizado salutar da construção do amor desprendido e da humildade verdadeira.

Giselle Fachetti Machado.