30 novembro 2010

A proximidade do fim de ano trazendo esperanças renovadas

Paz e luz!
Data bem aventurada essa, da proximidade do Natal, do nascimento de Cristo, que nos faz mais amenos e reflexivos, empreendendo esforços para modificarmos de alguma forma nossas vidas e roteiros.
Realmente a invenção do calendário foi uma ideia excelente, que nos permite, a cada ciclo de um ano, reacendermos a esperança em nossos corações, projetando ideias novas, planos diferentes, mudanças de rumo.
E é extremamente salutar que isso aconteça. Não devemos de forma alguma fechar nossa mente e coração para esse clima de mudança que está no ar, de renovação. É descrito em vários livros espiritistas, que há toda uma preparação para a nossa encarnação (Vide missionários da luz de Chico Xavier / André Luiz). Esse preparo envolve nossos pais, nossa vida, profissão, companheiro(a) de viagem, filhos, mas porém na maioria das vezes, acabamos por repetir padrões de comportamento apresentados em outras vidas e passamos a nos desviar da rota.
Não constitui alegoria infantil imaginar que uma espécie de acordo, de contrato, foi firmado antes de reencarnarmos. Isso representa a mais pura verdade.
Uma boa analogia é comparar a nossa reencarnação a uma solicitação de emprego em uma grande fábrica. Existem muitos candidatos e poucas vagas. Mostramos o nosso currículo e somos convidados a uma análise de nossos pontos fortes e fraquezas. Assumimos o compromisso de trabalharmos de forma séria, de nos dedicarmos, porque precisamos do emprego e do dinheiro. Porém no desenrolar dos anos, quantos trabalhadores levam a sério mesmo seu trabalho e não se deixam levar pelo comodismo, pela estagnação, pelas más companhias, etc... ?
Assim é na nossa vida. Promessas, todos fazemos e aos montes. Quantos de nós porém tem cumprido com honradez e seriedade a parte que nos cabe?
Vamos aproveitar o fim de ano para melhorarmos nossa produtividade espiritual, planejarmos de forma estratégica o que realmente queremos nas nossas vidas e acima de tudo, colocar em prática um plano de ação eficaz para nos transformarmos definitivamente em seareiros do Cristo.
Que as bençãos e vibrações amorosas do fim de ano toquem nossas mentes e coração e nos tornem pessoas melhores.
Feliz 2011 para todos. Paz e luz!

03 setembro 2010

A dor da perda.

Alguns fatos importantes :
1 - Vivendo em um País de maioria cristã acreditamos na continuação da vida após a morte.
2 - Como pessoas inteligentes e observadoras, sabemos que cada dia que passamos nos deixa mais próximo do plano espiritual.
3 - Sem dúvida, caminhamos nesse mundo rumo ao desencarne.
Porém, essa certeza e todos os conhecimentos já adiquiridos pelo homem nem sempre são suficientes para acalentar o coração frente a dor da perda de um ente querido.
Uma pergunta óbvia. Porque a morte do corpo físico é vista de forma tão dolorosa pela maioria das pessoas ?A resposta é complexa, mas alguns pontos podem ser destacados.
Há um atavismo religioso importante, onde a morte é encarada como perda, como derrota, como fraqueza e não da forma verdadeira, ou seja, o retorno para a vida real, daonde saimos antes de reencarnar.
Engraçado pensar que a cada ciclo de nascimento e morte ocorrem situações diversas nos dois planos da vida. Senão vejamos: antes de renascer na Terra, vivemos em espírito no mundo espiritual, fazemos compromissos, planos, cultivamos amizades, amores, etc... No momento do nosso nascimento sentimos medo, insegurança, e todos os nossos amigos do plano espiritual se emocionam com a nossa vinda, antecipando a saudade da separação temporária. Na Terra é o inverso. Há festa, alegria, regozijo.
Quando desencarnamos o contrário acontece. Os daqui choram e os de lá celebram.
Muito do sentimento de dor e perda vem do desconhecimento da vida espiritual. Porém essa situação poderia ser rapidamente revertida se houvesse interesse real das pessoas em aprofundar em temas sobre os quais a doutrina espírita vem falando há décadas. Exemplo maior disso é o livro Nosso Lar, psicografado por Chico Xavier em 1940 e que agora vai estreiar nos cinemas brasileiros com a promessa de se tornar um blockbuster.
Quando o desencarne nos afasta temporariamente de alguém querido, somos guiados pela dor e pelo medo da incerteza e isso nos mostra um futuro sem sentido e obscuro. A grande verdade porém é que podemos e devemos fazer diferente. Esse caminho porém não pode e não deve ser trilhado sozinho. É necessário a verdadeira humildade para encararmos de frente nossa dificuldade e pedir ajuda. Ajuda a Deus, aos amigos, aos que amamos, expor de forma verdadeira e sincera as nossas angústias e aceitar ser ajudado.
Na prática clínica do dia a dia vemos pactos inconscientes de infelicidade entre os que ficaram e os que foram para o outro plano. É como se dissesem, porque você "morreu" não posso mais ser feliz. Outro fato digno de nota é que muitos sofrem calados, achando que os que estão ao seu lado, sofrem mais que ele e não suportariam mais esse sofrimento. Ledo engano. Nada é mais maldoso do que julgar as pessoas que estão ao nosso lado como incapazes de suportar conosco os problemas.
Muitas pessoas se culpam por enfraquecerem frente a esse tipo de sofrimento, como se isso fosse coisa de gente sem fé e sem conhecimento religioso. A verdade é que nessa luta diária pela nossa evolução espiritual, cada um luta com as armas (qualidades) que tem e manifesta as dificuldades de forma diferente.
"Conhecereis a verdade e ela vos libertará!" Não tenha medo de enfrentar essa dificuldade, avance no crescimento espiritual, procure pessoas que possam te auxiliar, leia sobre o assunto, abra sua mente para um conhecimento que pode ser libertador. Não faça pactos com a tristeza. Lembre-se que acima de todos nós, Deus nos governa baseado nas leis do amor. AMOR! Tudo está certo, na hora certo, do jeito certo. Se ainda não entendemos, isso só nos mostra o quanto somos ignorantes e pequenos. Mas o amor de Deus continua ao nosso alcance.
Paz e luz!

31 julho 2010

Gêmeos Univitelinos - Ricardo Di Bernardi

Ao observarmos um par de gêmeos univitelinos constatamos a incrível semelhança dos caracteres físicos, ou seja de seu fenótipo. Sabemos que este fenótipo semelhante decorre de ambos provirem de um “pool” de gens idênticos, ou seja, os dois provêm de um único genótipo.

Um gameta masculino e um feminino, jungidos durante o fenômeno da fecundação, formaram um único ovo que, ao se dividir em dois blastômeros no início da embriogênese, separou-se em duas células idênticas, cada qual contendo exatamente e mesma mensagem genotípica. Assim, genótipos iguais expressam fenótipos também iguais.

Conforme nossos estudos espirituais, somos informados que a cisão do óvulo fecundado, originando duas células que se desenvolvem separadamente, sucede em função da presença de duas entidades reencarnantes ligadas ao óvulo.

O magnetismo exercido pela presença dos dois espíritos á que estimula a separação das células iniciais. Sem dúvida, há uma predisposição no terreno materno que facilita o processo.

Aliás, se assim não fosse, isto é, se a separação das células originando dois corpos é que desse origem à atração a dois espíritos, haveria uma inversão de valores e a não preponderância do mundo extrafísico ou energético sobre o mundo físico ou biológico.

Desenvolvem-se os gêmeos e podemos contemplá-los na sua fantástica semelhança física. Realmente, todas as suas células são geneticamente idênticas. Também tiveram a mesma alimentação e os mesmos cuidados familiares. Conviveram no mesmo útero materno, sob as mesmas influências magnéticas e impressões mentais do meio ambiente. Possuem um cérebro com idênticas possibilidades biológicas e potenciais bioquímicos. São gêmeos idênticos.

Não há, portanto, seja por influência do meio gestacional, educacional ou fatores genéticos, alguma justificativa convincente que explique as significativas diferenças comportamentais que às vezes eles apresentam.

Hoje nós os vemos, adultos, cada qual voltado para uma área diferente do conhecimento humano. Um deles aprecia música clássica, o outro música popular, o primeiro é voltado para a vida mais intelectual, enquanto que o segundo dedica-se à ginástica aeróbica e à educação física. Enfim, pendores peculiares que não podem ser considerados muito semelhantes.

Paralelamente, ao analisarmos pelo prisma reencarnacionista, sabemos que o ser pensante, o espírito, traz o seu patrimônio profundamente estratificado pelas vivências anteriores. Cada um passou experiências peculiares que registram em sua textura energética tendências intelecto-morais absolutamente particulares.

São dois espíritos distintos e com uma razão básica para reencarnarem sob o mesmo teto: o passado. Os vínculos do pretérito os prendiam ao mesmo núcleo familiar. Ali, encontrariam os afetos de romagens anteriores que lhes dariam o amparo necessário à sua jornada evolutiva.
Ali, voltariam a conviver com seus desafetos antigos que, sob o véu do esquecimento, teriam oportunidades de perdoar e sobretudo de amar.

Só a pré-existência do espírito poderia nos esclarecer racionalmente a razão de tão significativas diferenças entre dois indivíduos geneticamente idênticos, porém, embora anatomo-isiologicamente possam possuir as mesmas fragilidades e potencialidades a nível orgânico,
psiquicamente diferem muito.

São comuns, também, os relatos de gêmeos interligados emocionalmente; embora diferentes em suas tendências psíquicas, um capta as vibrações de sofrimento e angústia do outro. Percebem, à distância, os traumas sofridos pelo seu irmão e até os registram de algum modo. As ligações de
vidas anteriores que os mantinham mutuamente interligados, e tendo continuidade na gestação, permitem a rápida e fácil sintonia de ondas entre os dois. Mesmo de forma inconsciente, percebem, às vezes, as situações difíceis que o outro vivencia. Não se pode, no entanto, generalizar estas ocorrências, sob pena de se criar um mito.

Há gêmeos que não possuem esta sensibilidade e mesmo a facilidade de sintonia vibratória. Há, inclusive, gêmeos que reencarnam junto em função de dívidas mútuas e situações cármicas complexas, com envolvimento conjunto em dramas familiares.

A grande verdade é que há sempre uma razão superior e transcendental que os colocou próximos. Sobretudo, são individualidades diferentes e como tal devem ser respeitados

23 julho 2010

V Congresso de Saúde e Espiritualidade de MG e I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da relação Mente Cérebro.

Nos dias 27 a 29 de setembro realizar-se-á o V Congresso de Saúde e Espiritualidade de

MG, no auditório do colégio Monte Calvário, em BH.Esse evento é o congresso anual da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais e este ano tem como tema central: As potências da Alma.

Iremos discutiras variadas dependências e co-dependências ea sua profilaxia e tratamento na visão imortalista espírita, focando sobretudo no desenvolvimento das virtudes e do lado sadio de cada indivíduo.

As inscrições estão abertas e poderão ser feitas das seguintes maneiras:

· Pelo site: www.amemg.com.br

· Pelo telefone: (31) 3332-5293. Com Dorinha, das 9 às 17h.

· Pessoalmente na sede da Amemg, à Rua Conselheiro Joaquim Caetano, 1160, Bairro Nova Granada, Belo Horizonte-MG

A programação completa está disponível no site: www.amemg.com.br e no folder abaixo.
Na sexta-feira, 27/08 a entrada é franca e teremos o lançamento do Livro "Cura e autocura- uma visão médico-espírita", de Andrei Moreira, pela Ame editora

Informações: (31) 3332-5293 ameminas@yahoo.com.br


Será realizado nos dias 24, 25 e 26 de setembro em SP o I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da relação Mente Cérebro.

Este Simpósio visa discutir as relações entre a mente e o cérebro sob as perspectivas científicas, filosóficas e espirituais. Palestrantes internacionais abordarão temas como

- Experiências de quase morte e a relação mente-cérebro

- Casos sugestivos de reencarnação e a relação mente-cérebro

- Pesquisas sobre experiências mediúnicas e relação mente-cérebro

- O Cérebro, a mente e experiências transcendentes

O evento tem parceria com a Disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ABRAMEDE, Faculdade de Medicina de Juiz de Fora, ABRANEC, entre outras.

O idealizador do Simpósio, Prof Dr Franklin Santana Santos, está a disposição para entrevistas ou participação em programas para falar sobre este tema e também sobre a Tanatologia, Cuidados Paliativos e Delirium.

EXPLORANDO AS FRONTEIRAS DA RELAÇÃO MENTE-CÉREBRO EM PARCEIRA COM A DISCIPLINA DE EMERGÊNCIAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP

As inscrições para o evento já estão abertas

A Pinus Longæva, empresa de assessoria e consultoria em saúde e educação, em parceria com a Disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, organiza pela primeira vez no país, o Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente-Cérebro.

Tecnologias atuais como Tomografia Cerebral e Ressonância Nuclear Magnética Funcional, tornaram possível monitorar e conhecer áreas cerebrais ligadas às emoções e pensamentos, mas ainda que essas tecnologias tenham evoluído, também tem mostrado as limitações no entendimento do funcionamento da mente humana, especialmente em que bases consistem a natureza da relação entre o cérebro e a mente.

Para discutir essas relações entre a mente e o cérebro sob as perspectivas científicas, filosóficas e espirituais, o evento, que será realizado nos dias 24 a 26 de setembro, contará com a presença de palestrantes nacionais e internacionais.

O Simpósio é fruto da parceria entre a Pinus Longæva, a Disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e o Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e conta com o apoio de várias instituições, entre elas, a ABRAMEDE – Associação Brasileira de Medicina de Emergência e da ABRANEC – Associação Brasileira de Neurociência Clínica.

Os temas das palestras resultarão em um suplemento especial da Revista de Psiquiatria Clínica, publicada pelo Departamento e Instituto de Psiquiatria da FMUSP.

Através do site http://www.saudeeducacao.com.br/content/cerebro-mente-e-alma é possível fazer as inscrições tanto presenciais quanto à distância. No endereço também é possível conhecer um pouco mais sobre os palestrantes bem como os temas e palestras.

Palestras

24 de setembro - Sexta-feira

- Ciência e Mente: análise empírica e filosófica do cartesianismo e do materialismo reducionista proferida por Robert Almeder, PhD (EUA)

Professor Emérito de Filosofia na Georgia State University.

25 de setembro - Sábado

- O eterno retorno do materialismo: padrões recorrentes de explicações materialistas dos fenômenos mentais proferida por Saulo de Freitas Araujo, PhD (Brasil)

Professor adjunto do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

- Fenômenos psíquicos e o problema mente-corpo: aspectos históricos de uma tradição conceitual negligenciada - Carlos S. Alvarado, PhD (EUA) Professor Assistente de Pesquisa, Department of Psychiatry, University of Virginia

- Física sem colapso, mecanicismo e espiritualidade - Chris J. S. Clarke, PhD (Inglaterra)

Professor visitante e ex-diretor da faculdade de matemática da University of Southampton (UK)

- O Cérebro, a mente e experiências transcendentes - Mario Beauregard, PhD (Canadá)

Professor associado de pesquisa, University of Montreal

- Experiências de quase morte e relação mente-cérebro - Peter Fenwick, MD (Inglaterra)

Neuropsiquiatra, Fellow do Royal College of Psychiatrists.

26 de setembro - Domingo

- Casos Sugestivos de Reencarnação e Relação Mente-Cérebro

Erlendur Haraldsson, PhD (Islândia)

Professor Emérito de Psicologia – Universidade da Islândia.

- Pesquisas sobre experiências mediúnicas e relação mente-cérebro

Alexander Moreira-Almeida, MD, PhD (Brasil)

Professor de Psiquiatria da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

Ficha Técnica

I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente -Cérebro

Data: 24 a 26 Setembro 2010

Local: Centro de Convenções Rebouças - Avenida Rebouças, 600 - São Paulo – SP

Inscrições: pelo site http://www.saudeeducacao.com.br ou pelos fones (11)2737-0041/2478-4320

Organização e realização: Pinus Longaeva Assessoria e Consultoria em Saúde e Educação

Informações para imprensa:

DCC Comunicação

Fones: 11. 37913000/55334967

Denise L M Sassarrão - 81177302

Claudia Diomede – 91610024

Será realizado em SP o I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente e Cérebro

01 julho 2010

HPV - o que um olhar espiritualizado pode nos ensinar? Dra Giselle Fachetti

Uma pessoa querida perguntou-me se havia escrito algum artigo sobre HPV, sim, vários, mas todos sob a ótica estritamente cientifica.

Tenho estudado o assunto desde minha graduação quando fiz um curso de especialização em Colposcopia na UFMG em 1985. Faz tempo... Coincidentemente no ano em que Misels conseguiu estabelecer a correlação entre HPV e câncer de colo uterino.

Naquela época já sabíamos que o câncer de colo uterino era uma doença de transmissão sexual, mas o agente microbiológico ainda não havia sido identificado. Seguiu-se uma verdadeira caça ao HPV.

A ciência caminha progressivamente e muitas verdades se mostram falsas com o desenvolver do conhecimento. Apesar de sabermos disso, muito exagero foi cometido então, tanto em termos de diagnósticos quanto em termos de tratamentos.

Hoje os conhecimentos estão mais sedimentados e podemos traçar linhas gerais que tranqüilizarão as mulheres que enfrentam um diagnóstico como esse. Como as fontes virtuais de conhecimento costumam ser apelativas, pois assim atraem mais olhares, procuraremos ser realistas.

Analisaremos, também, o aprendizado sobre nossa realidade íntima que uma experiência relacionada a uma doença sexualmente transmissível nos proporciona.

O primeiro dado que devemos tem em mente é que a infecção por HPV é altamente prevalente, as pesquisas com técnicas de pesquisa de DNA viral demonstram que 80% da população que teve pelo menos uma relação sexual em sua vida, já teve contato com o HPV.

Desse grande número de indivíduos uma pequena porcentagem vai desenvolver lesão pré-cancerígena. Frisando, lesão pré-cancerígena e não câncer. Câncer é ainda mais raro. No primeiro caso cerca de 100 em cada 100.000 mulheres, no segundo, cerca de 18 em cada 100.000 mulheres (Goiânia, 2007 – estatísticas variam conforme o local).

As lesões pré-cancerígenas são detectáveis pelo teste de Papanicolaou e, tratáveis com diversas técnicas modernas que praticamente não deixam seqüela. Tais terapias não costumam interferir na fertilidade futura.

Apenas casos em que detectamos o câncer propriamente dito, lesão que invade o tecido subjacente ao epitélio do colo do útero, é que precisam de tratamentos mutilantes como a retirada do útero. Ainda assim, temos índices de cura bastante altos em estádios iniciais da doença.

As lesões pré-cancerígenas levam entre 5 e 15 anos para se transformarem em câncer invasor. Por isso teremos entre 5 e 15 oportunidades para detectarmos lesões ainda benignas ao analisamos os exames anuais de Papanicolaou. É um excelente grau de segurança.

O grande problema que enfrentamos é tornarmos o exame acessível a todas e, a cada uma, das mulheres do nosso planeta.

Tendo o diagnóstico de uma lesão pré-cancerígena do colo uterino sabemos que essa pessoa teve contato com o HPV, vírus de transmissão sexual, de alta prevalência. Fato esse que ocorreu também com 80% das demais mulheres.

Sabemos, ainda, que essa paciente sofreu, ainda com outros fatores os quais se somaram ao HPV para possibilitar a indução de uma mutação gênica em seu colo do útero. Ela certamente teve uma falha imunológica provavelmente associada ao fato de ou portar um vírus mais agressivo, ou fumar, ou estar mal alimentada. O stress é outro fator que igualmente sabota nossa imunidade.

Existe uma grande preocupação em relação aos parceiros sexuais, já que a paciente se vê diante de uma doença sexualmente transmissível e, imagina ser possível detectar quando foi infectada. Não é.

O primeiro ponto a ser considerado é que sim, é uma doença de transmissão sexual, mas que pode ficar latente, sem expressão clínica por vários anos, conforme a imunidade da paciente. Assim não significa, sempre, infidelidade.

Não julgueis, a fim de não serdes julgados;

- porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros;

empregar-se-á convosco a mesma medida

de que voz tenhais servido para com os outros.

Mateus, 7; 1 e 2.

Aí está um aprendizado ético e moral que as mulheres se deparam logo de cara. Não devem julgar mal e precipitadamente seu parceiro. Inicialmente, pergunto a elas se sabiam que seu parceiro havia tido outras parceiras sexuais em seu passado.

Elas invariavelmente sabiam, e algumas, até se orgulhavam da experiência prévia do amado. Não cogitavam que quanto mais experiente o parceiro maior a população de vírus que ele efetivamente entrou em contato durante seus relacionamentos anteriores.

No homem o vírus contamina pele, tecido maduro, pouco suscetível a transformação neoplásica. Eles, portanto, tem risco bem menor de desenvolverem lesões pré-cancerígenas do que as suas mulheres.

Livro dos Espíritos, questão 821

As funções às quais a mulher é destinada pela natureza

têm importância tão grande quanto as do homem?

– Sim, e até maiores;

é ela quem dá ao homem as primeiras noções da vida.

Disso decorre outra oportunidade de aprendizado. Quando tomam conhecimento desse fato logo dizem que é mais uma das inúmeras vantagens masculinas.

Faço, então, questão de ressaltar que apesar de nós mulheres termos mais freqüentemente pequenos problemas de saúde, nós temos uma expectativa de vida bem maior que a deles... Será que realmente estamos em desvantagem?

Em seguida vem a dúvida relativa à re-infecção. É claro que se o relacionamento não for monogâmico o casal corre sérios riscos de saúde. E o HIV é muito mais grave que o HPV. Qualquer suspeita, ou possibilidade de que existam mais de duas pessoas envolvidas no relacionamento, implica em obrigação do uso da camisinha.

Caso seja um relacionamento monogâmico, em algum momento o casal optará por aumentar a família e, aí, não poderá manter o uso da camisinha.

Não existe necessidade de maiores preocupações relativas ao HPV quando o casal é monogâmico. Uma vez que nos contaminemos com um tipo de HPV habitualmente nos tornamos imune a ele. E não re-infectaremos nosso parceiro, assim como nem ele nos re-infectará. Não ser trata de infecção em ping-pong!

A imunidade obtida naturalmente é menos eficiente que a induzida pela vacina, porém, o suficiente para que o casal viva sua intimidade com naturalidade.

Finalmente, nos deparamos com um ponto crucial que faço questão de ressaltar junto ás minhas pacientes: o preconceito. Como sofremos por estarmos portando um vírus de transmissão sexual!

Caso tivéssemos uma doença bem mais grave, como, por exemplo, um abscesso na faringe, na amígdala, não nos sentiríamos tão culpados e tão impuros.

Julgamos que doenças sexualmente transmissíveis só acometem pessoas promiscuas e quando acontece conosco nos sentimos promíscuos, daí tanto sofrimento.

O erro está no preconceito e nas culpas. Essas foram sistematicamente introjetadas na mente de várias gerações pelo enfoque, antigo e equivocado, que marcava a sexualidade humana como originariamente pecaminosa.

Todas as atividades humanas envolvem riscos. Ao atravessarmos uma rua corremos o risco de morremos atropeladas. Ao amarmos nosso marido podemos construir uma família, e poderemos, simultaneamente, desenvolvermos alguns tipos de doenças.

Se, inversamente, optamos por não exercer a maternidade, teremos diante de nós outros riscos, como, por exemplo, a maior chance de desenvolvermos miomas uterinos...

Quaisquer opções que façamos em nossa existência terrena envolverão riscos. Temos, sim, que conhecê-los e gerenciá-los com inteligência e tranqüilidade.

A mulher que inicia sua vida sexual deve saber que se desenvolverá profundamente como mulher, mãe, esposa, como ser humano.

Deverá saber que ao mesmo tempo assume responsabilidades: Deve cuidar de sua saúde. Deve passar a realizar exame de Papanicolaou anualmente. Deve planejar sua família conforme sua realidade e, com orientação profissional. Deve, ainda, escolher seus parceiros com critério.

Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração,

de toda a tua alma e de todo o teu espírito;

este o maior e o primeiro mandamento.

E aqui tendes o segundo, semelhante a esse:

Amarás o teu próximo, como a ti mesmo.

- Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos."

Mateus, 22; 34-40

Amar-se antes de amar o próximo. Foi assim que Jesus nos ensinou, pois, não saberemos amar ao próximo se primeiramente não soubermos amarmos a nós mesmos.

Giselle Fachetti Machado

24 maio 2010

Espiritualidade no paciente em diálise: o nefrologista deve abordar?


Nesse artigo, Giancarlo Luchetti que é do setor de Geriatria da Santa Casa de São Paulo e Núcleo de Pesquisa da Associação Médico-Espírita de São Paulo, nos fala sobre Espiritualidade no paciente em diálise. Para acessar o artigo na íntegra entre no site da Scielo - http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-28002010000100020&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

INTRODUÇÃO

A doença renal é considerada um grande problema de saúde pública devido a suas altas taxas de morbidade e mortalidade. Atualmente, no Brasil, existem mais de 54 mil pacientes em terapia renal substitutiva, conforme o Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2002, sendo aproximadamente 50 mil em hemodiálise. Apesar de os tratamentos disponíveis nas doenças renais terminais substituírem parcialmente a função renal, aliviarem os sintomas da doença e preservarem a vida do paciente, nenhum deles é curativo.

Os distúrbios psiquiátricos nesses pacientes têm sido objetivo de vários trabalhos recentes que demonstram uma prevalência entre 5 a 22% dependendo dos critérios diagnósticos usados. Quase metade dos pacientes em diálise possuem sintomas depressivos e destes, 25% chegam a preencher critérios para depressão. Da mesma forma, de 20 a 40% dos pacientes preenchem critérios para ansiedade. A qualidade de vida dos dialíticos também é prejudicada e é motivo de inúmeras pesquisas no intuito de promover uma melhoria em suas condições de vida e conforto.

Nesse contexto atual de prevalência cada vez mais acentuada de comorbidades e pacientes em diálise, encontra-se o papel da religião. Os pacientes que possuem doenças crônicas e muitas vezes incuráveis apegam-se a fé e ao ato religioso como forma de encontrar um apoio e um alívio para sua dor.

Espiritualidade é definida por Koenig como "busca pessoal para entender questões finais sobre a vida, sobre seu sentido, sobre as relações com o sagrado ou transcendente, que pode ou não levar ao desenvolvimento de práticas religiosas ou formações de comunidades religiosas". Já religiosidade é entendida como "extensão na qual um indivíduo acredita, segue e pratica uma religião, podendo ser organizacional (participação na igreja ou em templo religioso) ou não organizacional (rezar, ler livros, assistir a programas religiosos na televisão)".


OBJETIVO

Avaliar a relação da espiritualidade, religiosidade e saúde em pacientes em diálise.

MÉTODOS

Por meio de consulta nos bancos do SciELO, LILACS, Medline e PsycINFO foi feita revisão de literatura. Foram utilizadas as palavras "spirituality", "religiosity", "religiousness", "religion", "dialysis" e "hemodialysis". Foram selecionados e discutidos aqueles artigos que lidavam com a relação entre espiritualidade e saúde em pacientes dialíticos.

Foram encontrados 88 artigos para o presente artigo. Nessa fase, foi realizada leitura exploratória dos títulos e resumos dos estudos, com o reconhecimento do material que atenderia aos objetivos da revisão. Nessa fase preliminar 73 estudos foram excluídos por não se enquadrarem nos objetivos da revisão. Assim, foram selecionados 15 artigos que eram compatíveis com o tema e estavam publicados em periódicos indexados. Quanto aos estudos brasileiros, optou-se por incluir um artigo com resultados parciais em anais de congresso, devido aos poucos estudos nacionais disponíveis sobre o tema.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo da espiritualidade e religiosidade em pacientes dialíticos vem sendo abordado de forma consistente em publicações internacionais.

Em 2002, Patel et al. realizaram estudo na George Washington University abordando 53 pacientes em hemodiálise e constataram uma associação direta entre percepção da importância da fé (espiritualidade) e frequência religiosa (envolvimento religioso) com suporte social, forma de lidar com a doença e qualidade de vida e inversa com depressão. Na mesma instituição, no ano seguinte, foi realizado um estudo multicêntrico com 165 pacientes dialíticos mostrando uma associação direta entre crenças espirituais (utilizando a Escala de Crenças Espirituais), qualidade de vida e satisfação com a vida. Ambos os estudos avaliaram também parâmetros clínicos dos pacientes e não acharam diferenças estatísticas.

Seguindo os estudos em pacientes dialíticos, Berman et al. publicaram, em 2004, estudo em um centro na Filadélfia (Estados Unidos) no qual, dos 74 pacientes envolvidos, aqueles com altos valores na escala de religiosidade intrínseca (aspecto que faz parte do indivíduo realmente religioso, que internaliza sua fé e suas crenças na vida diária) possuíam alta satisfação de vida e aqueles que possuíam altos valores na escala de religiosidade organizacional (frequência religiosa) possuíam mais satisfação para com os cuidados médicos. Apesar disso, nessa população não foi observada uma relação entre a religiosidade e a aderência à terapêutica.

Da mesma forma, Weisbord, em 2003, realizou um estudo intervencionista em que pacientes com doença renal em estágio terminal foram submetidos a cuidados paliativos por uma equipe multidisciplinar. A intervenção consistia na avaliação inicial de um médico especialista em cuidados paliativos que aplicava questionários, obtinha a história clínica e realizava o exame físico. Os pacientes então eram convidados a frequentar reuniões semanais com a equipe multidisciplinar (que incluía um profissional responsável pelo suporte espiritual), e eram criadas recomendações para o paciente e para o nefrologista. As recomendações eram direcionadas ao tratamento de sintomas, retorno à capacidade funcional, ajuda ao paciente em lidar com a doença e estabelecimento de medidas suportivas no fim da vida. Na avaliação pré-intervenção o domínio espiritual de qualidade de vida era o mais baixo de todos e após essa intervenção foi aquele que mais subiu (cerca de 12 vezes).

Em estudo descritivo, correlacionou-se um maior ajustamento à doença (principalmente no campo psicossocial) com um maior bem-estar espiritual, existencial e religioso. Da mesma forma, estudo qualitativo realizado por Walton ouviu 11 pacientes em diálise no intuito de analisar o que a espiritualidade significava para esses pacientes e de que forma eles usavam isso para se adaptar à nova realidade. A fé e a presença do Divino ajudaram os pacientes pelo processo de encarar a mortalidade e aceitar a diálise, e eles descreveram a espiritualidade como uma força que impulsiona suas vidas.

Outro estudo conduzido por O';Brien demonstrou que a autopercepção da importância da fé religiosa esteve associada com ajustamento em pacientes com doença renal em estágio terminal, estando diretamente relacionada ao comportamento perante a doença e inversamente relacionado a alienação.

A relação entre preferências quanto às medidas suportivas no fim da vida e espiritualidade também foi avaliada em estudo de 2009, que se encontra ainda no prelo. Segundo o estudo, os pacientes que gostariam de medidas suportivas para quadros terminais ou demenciais avançados possuíam um menor bem-estar espiritual e consideravam aceitáveis condutas invasivas para mantê-los com vida.

Quanto à qualidade do sono, estudo realizado em Taiwan com 861 pacientes não mostrou associação entre os valores totais de atividades religiosas e espirituais. Entretanto, quando analisados de forma separada, aqueles que exercitavam suas crenças pessoais de forma mais constante possuíam menos disfunção diurna, e aqueles que traziam crenças espirituais mais fortes possuíam mais distúrbios do sono.

Um único estudo, realizado em 2008, procurou estabelecer a associação entre espiritualidade e mortalidade em pacientes em hemodiálise. Os pacientes preencheram escalas que avaliavam espiritualidade, envolvimento religioso e coping religioso (forma de lidar com a doença). Essas escalas eram graduadas de 0 a 20. Como conclusão, os autores apontam que valores altos na escala de espiritualidade (mas não das outras variáveis religiosas) estiveram relacionados com uma maior sobrevida dos participantes do estudo. Entretanto, quando controlado para outras variáveis, foi encontrada uma interferência do suporte social, razão pela qual os pesquisadores concluíram que mais estudos devem ser realizados para comprovar ou não essa associação. Nesse caso, o suporte social pode ter interferido como mediador da relação entre espiritualidade e mortalidade, ou seja, os pacientes com maior religiosidade e espiritualidade costumam ter um maior suporte social (maior rede social) e esse suporte seria o responsável pela diminuição da mortalidade.

Em 2007, editoral realizado por Finkelstein et al. para a conceituada revista Nephrology Dialysis Transplantationteve como tema central a relação entre espiritualidade, qualidade de vida e paciente em diálise. Os autores colocam em seu editorial que "a relação entre qualidade de vida e espiritualidade certamente necessita ser explorada em maiores detalhes, visto ser tão difícil conseguir um impacto positivo na qualidade de vida de pacientes em diálise" e terminam o editorial questionando: "Não parece ser razoável então explorar o papel da espiritualidade na coordenação e suporte ao cuidado desses pacientes?".

Estudos têm mostrado também a incorporação da espiritualidade nos cuidados médicos. Em 2006, estudo realizado nos Estados Unidos alertou para o fato de que os pacientes querem que os profissionais de saúde (neste estudo, enfermeiras) perguntem sobre a espiritualidade dos pacientes e mobilizem recursos espirituais no cuidar. Quando, em 2002, uma equipe de Connecticut, Estados Unidos, incorporou a espiritualidade por meio de um capelão para sua unidade de diálise, houve uma melhora no funcionamento da equipe como um todo e no amparo aos anseios espirituais dos pacientes.

Na realidade brasileira, poucos estudos abordaram essa questão. Publicado no ano de 2009, Paula et al.realizaram um estudo qualitativo avaliando quatro famílias de crianças em diálise peritoneal e a descrição de manifestações de espiritualidade e religiosidade. Durante os depoimentos, foi identificado nos relatos das mães que "Deus é a esperança de cura da doença crônica" e que "Deus pode protegê-las (crianças) de complicações clínicas". Houve ainda um forte envolvimento da igreja com as famílias por meio de orações para a recuperação da criança. Os autores caracterizam a religião como a fornecedora de "conforto aos membros da família, sendo também uma forma de apoio", assim como "a religião promove interação social e apoio entre familiares e os membros da sociedade" e declaram que "a espiritualidade e a religião se mostraram como uma influência positiva no comportamento dos pais de crianças com doenças crônicas. Os familiares buscam na figura divina a sensação de paz e tranquilidade". Como conclusão, este estudo aponta que "conhecendo as práticas religiosas e espirituais da família, o enfermeiro poderá compreender suas atitudes perante o processo de adoecimento e terapêutico, auxiliando-a a manter práticas que promovam a saúde".

Outro estudo brasileiro em andamento é o SALUD (Spirituality and Life Under Dialysis), de caráter multicêntrico, que envolve três unidades de diálise (Hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo, Unidade de Nefrologia de Osasco e Hospital Stella Marris, em Guarulhos) e conta com o apoio da Associação Médico-Espírita de São Paulo. Os resultados parciais do estudo foram divulgados no XV Congresso Paulista de Nefrologia, em 2009. Até o presente momento foram avaliados 55 pacientes, média de 52,6 anos; 60% do sexo masculino. Quanto à religião: 54,5% eram católicos; 27,3%, evangélicos; e 3,6%, espíritas; 40,8% referiram frequentar o templo religioso com frequência; 81,8% rezavam uma vez por dia ou mais; 68,5% acreditavam que a religião era muito importante na sua recuperação; e 60,4% para sua vida. Obteve-se uma correlação da menor frequência religiosa com maior presença de dor (OR: 8,85 - IC95%: 1,2-64,8) e maior nota da dor. Dos que frequentavam pelo menos uma vez por semana o templo religioso, 21,1% possuíam depressão, contra 44% dos que frequentavam menos (p = 0,11). Daqueles que relataram que a religião era muito importante nas suas vidas, 56% possuíam qualidade de vida boa ou ótima, contra 36,8% dos que não a julgavam tão importante (p = 0,21), com tendência à significância à medida que a amostra aumentava de tamanho. Quando os pacientes foram questionados se gostariam que os médicos perguntassem sobre sua religião, 59,3% disseram que sim, e quando questionados se já haviam sido abordados por algum médico, 74,1% disseram que não, mostrando uma barreira entre os anseios do paciente em diálise e a conduta médica. Esse resultado é compatível com outros estudos internacionais, em que 83% dos pacientes gostariam que seus médicos abordassem sua espiritualidade e 94% dos pacientes gostariam que o médico perguntasse sobre suas crenças religiosas se ficassem gravemente doentes.

CONCLUSÃO

A espiritualidade e a religiosidade possuem um papel importante para o paciente em diálise. Mostra-se relacionada com pontos importantes na própria relação médico-paciente, qualidade de vida e enfrentamento da doença, devendo ser considerada pelos profissionais que assistem esse tipo de paciente.

05 maio 2010

Homeopatia, o que é e como funciona? - Dr. Ricardo di Bernardi


A homeopatia é uma terapia primeiramente descrita e organizada por um médico, químico e pesquisador germânico , Samuel Hahnemann (1755-1843). Ele descobriu após anos de pesquisa, que doenças semelhantes curam doenças semelhantes. Hoje, depois de percorrer uma longa trajetória exposta a dúvidas e preconceitos, a homeopatia já é reconhecida pelo Ministério da Saúde como prática integrativa do Sistema Único de Saúde desde 2006, e ganha aos poucos, cada vez mais adeptos.
Em Florianópolis numa clínica particular e na Clinipar, um clínico geral, pediatra , homeopata e Terapeuta Regressivo de Vidas Passadas – TRVP – o médico Ricardo Di Bernardi, complementa a teoria de Hahnemann dizendo que: “o semelhante cura o semelhante”.
Di Bernardi foi entrevistado do
Saúde em foco , e esclareceu as principais dúvidas a cerca da homeopatia,
tanto no tratamento de adultos quanto de crianças, confira os principais pontos da entrevista abaixo:

Marilei - O que significa exatamente este príncípio da homeopatia, doenças semelhantes curam doenças semelhantes?

Dr.Ricardo- Na realidade nós usamos a denominação seguinte:
o semelhante cura o semelhante, por exemplo, suponhamos o remédio homeopático que utilizamos para crianças e adultos, arsenicum album, que se ingerido puro é um veneno mortal, pois traduz-se nos seguintes sintomas, palidez intensa , falta de ar, ansiedade, angústia , sudorese intensa, crise de asma e até mesmo uma parada respiratória. Porém, esse mesmo arsenicum album, se administrado como arsenicum homeopático, servirá para tratar e até curar, um paciente que tenha os sintomas anteriormente citados, em função da semelhança dos mesmos. O arsenicum album homeopático é na verdade a diluição do arsenicum químico, milhares ou milhões de vezes em água, onde essa água passa a energia do arsenicum sem ter a química dele, estimulando por uma ação semelhante a uma defesa orgânica , uma mudança do organismo, tratando a doença.

Marilei -Partindo desse princípio, há muitos questionamentos quanto a eficácia da homeopatia por ser diluída milhares de vezes em água, como o senhor explicaria a eficiência do medicamento, mesmo tendo ele sido diluído
tantas vezes?

Dr.Ricardo- Quanto mais diluída maior é a potência da homeopatia, ao contrário do remédio químico, que nesses casos perde o efeito, na homeopatia essa diluição aumenta o efeito, porque ele não tem nenhuma ação química ao
medicamento, ele não age bioquimicamente, ele age por freqüência de energia, ele atua no nosso corpo enérgico, em outra dimensão, então, por exemplo, o arsenicum leva uma freqüência de energia através da água que é só um
veículo dessa energia, atuando no nosso corpo enérgico, chamada fluído vital, que atua energeticamente, então a conseqüência se faz no corpo físico e mental.

Marilei - Quais são os tipos de produtos utilizados na composiçãodos medicamentos homeopáticos?

Dr.Ricardo- Se usam medicamentos vegetais como: pulsatilla, lycopodium, arnica. Se usam medicamentos minerais como o arsenicum album que se falou agora à pouco.Também são utilizados ouro, chama-se aurum, platina, como ferrum que não é o químico, mas o diluído, assim como se usa medicamento retirados dos animais, como buforrana
do sapo, lachesis trigono séfulus, de uma cobra com cabeça de triângulo,então, há remédios de aranhas, escorpiões, cobras, baratas específicas, ou seja, dos três reinos. Não é a homeopatia tratamento com planta, nem é chá, que também é muito bom, os tratamentos com chás são fitoterápicos, não homeopáticos.

Marilei -Quais as vantagens e desvantagens da Homeopatia?

Dr.Ricardo- As vantagens, primeiro os remédios costumam ser mais acessíveis, menos caros, não costuma dar efeitos colaterais, a nível químico, porque não atua a nível químico, os efeitos colaterais em homeopatia são quase inexistentes, ao contrário dos remédios tradicionais(alopáticos) que pode ter até nas doses corretas efeitos colaterais. Além disso, a homeopatia atua na causa e não na periferia, se temos dois pacientes com asma, nós vamos tratar a asma dele não só a nível orgânico, mas a nível psíquico, então para nós importa se a asma é desencadeada por um comportamento emocional. Então, é preciso identificar estás características, que provocam as crises de asma, e verificar se ele tem medo, angústia, indignação, irritação, ansiedade, e se estás características
são as que desencadeiam a asma, e conforme estás características o remédio muda e vai variar de pessoa para pessoa, então buscar-se-á a homeopatia que irá equilibrá-lo, acabando ou amenizando as crises. Quanto as desvantagens, eu as desconheço, porém, “ para não puxar brasa para minha sardinha”, vejamos o seguinte uma pessoa que só trata com homeopatia, de forma radical, corre o risco de não tratar alguma doença, por exemplo, eu
sou médico homeopata, mas se o meu paciente tem meningite, eu vou tratá-lo com injeção, antibiótico e na veia, mesmo que o paciente queira só homeopatia, ou o senhor vai se tratar com antibiótico ou o senhor mude de médico,
porque caso contrário pode ir a óbito, ou ter uma lesão definitiva, então o uso da homeopatia tem que ser feito com critério e quando é o seu momento, a desvantagem seria a utilização da mesma de forma inadequada, sem bom senso.

Marilei - Quais os tipos de doenças tratadas pela Homeopatia?

Dr.Ricardo- As doenças mais frequentemente tratadas, são as emocionais, como: ansiedade, stress, e também as alérgicas como rinites e ainda as asmas, enxaquecas, gastrite, bronquite, todas àquelas doenças repetitivas, que vão e voltam seguidamente, com homeopatia o resultado é muito mais eficaz e rápido, mas não na crise, nesse momento dou o remédio analgésico para dor, mas se ela quiser tratar a enxaqueca para o resto da vida, aí uso a homeopatia e ela passará a ter cada vez menos as crises, até não ter mais.Em todas as doenças nós podemos usar a homeopatia para auxiliar o tratamento convencional, por exemplo tive pacientes com AIDS e câncer, então, orientei-os a continuar o tratamento com o seu infectologista e oncologista e disse-lhes, que iria auxiliálos com o tratamento homeopático, e agente auxilia bastante.

Marilei -Até porque a homeopatia atua muito na melhoria da imunidade, correto?

Dr.Ricardo- Sim, de fato, é verdade.

Marilei - Somente médicos podem ser homeopatas? Como saber se estamos sendo atendidos por um profissional habilitado?

Dr.Ricardo- A única maneira de saber se é um profissional habilitado, é sabendo se ele é médico ou não, porque desde 1990, a homeopatia é reconhecida como especialidade médica, pelo conselho federal de medicina e conselho
regional de medicina, só podendo ser exercida por médicos.

Marilei - Quem está fazendo um tratamento homeopático para um determinado fim pode tomar remédio para outro problema sem relação com aquele que você está tratando com Homeopatia?

Dr.Ricardo- Sim , perfeitamente.

Marilei - Pode inclusive fazer tratamento alopata paralelo ao homeopata?

Dr.Ricardo- Sim, pode fazer, e agente dá apoio, tem pacientes que tem tireóide, e tratamos paralelamente ao médico alopata.

Marilei - Nesse caso, é necessário informar o médico alopata?

Dr.Ricardo- Não , necessariamente, mas se quiser pode informar, porque a homeopatia não irá interferir no tratamento alopata.

Marilei -A Homeopatia é um tratamento curativo ou preventivo, ou os dois?

Dr.Ricardo- Os dois.

Marilei -O tratamento pela Homeopatia é mais longo do que seria o tratamento com remédios
convencionais?

Dr.Ricardo- Uma senhora minha cliente, sofria de enxaqueca,uma senhora de uma certa idade, e ela vinha tratando
há 30 anos com um excelente neurologista, e ela me procurou para tratar homeopaticamente, e então, começamos a anamnese (investigação do seu caso), estudamos o temperamento dela, relacionamentos familiares, os medos, os sonhos que ela tinha a noite, as sensibilidades, para caracterizar a freqüência de energia dela, e a medicação e receitei a medicação, e disse a senhora venha periodicamente para agente acompanhar, primeiro mensalmente, depois de dois em dois meses, depois de três em três, e ela disse quanto tempo vai levar esse tratamento, e eu disse mais ou menos uns 2 a 3 anos, e ela disse: ah! Dr. Ricardo como é lenta a homeopatia,não! E eu disse para ela quanto tempo faz que a senhora está tratando com o neurologista? E ela disse é verdade uns 30 anos, e eu respondi então 3 anos não é muito não é. Então, na verdade as pessoas repetem culturalmente, ou seja, não é a realidade.