02 dezembro 2011

Estrutura do Corpo Espiritual em Espírito de Evolução Mediana - Ricardo Di Bernardi


Inicialmente, para que tenhamos uma visão mais clara do mecanismo da encarnação, faz-se necessário reportarmos ao estudo do corpo espiritual. 
Quando as entidades espirituais se nos tornam visíveis, seja pela simples vidência mediúnica, seja pelo fenômeno de materialização ectoplasmática, observamos que elas possuem um corpo semelhante ao nosso corpo físico. No fenômeno da materialização, tão estudado pelo famoso físico inglês Willian Crookes[1] e pelo prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, Charles Richet, os espíritos tornam-se visíveis e palpáveis a todos os presentes à sessão de estudos. São percebidos e tocados em seus corpos espirituais. 
Inegável é, sem dúvida, que existem alhures, fraudes conscientes e inconscientes; no entanto a grande frequência dos fenômenos e o elevado nível cultural e ético das pessoas, seriamente envolvidas em determinados casos, atestam a sua realidade. 
Embora a essência espiritual não tenha forma, pois é o princípio inteligente, os espíritos de mediana evolução, ou seja, aqueles relacionados ao nosso planeta, possuem um corpo espiritual anatomicamente definido e com uma fisiologia própria da dimensão extrafísica. 
Dos planos espirituais temos notícia, por inúmeros médiuns confiáveis, como Francisco Cândido Xavier (Chico) e Divaldo Pereira Franco, da organização de comunidades sociais que os espíritos constituem, comunidades essas às vezes semelhantes às terrestres. 
A energia cósmica universal ou fluido cósmico que permeia todo o universo é a matéria-prima que o comando mental dos espíritos utiliza para a construção dos objetos por eles manuseados. As primeiras informações mais detalhadas foram dadas a Kardec emO Livro dos Médiuns[2], no capítulo: “Do Laboratório do Mundo Invisível”. 
O corpo dos espíritos, já mencionado pelo apóstolo Paulo e conhecido nas diferentes religiões com os mais diferentes nomes, como perispírito, corpo astral, psicossoma  e outros, é também constituído de um tipo de matéria derivada do fluido cósmico universal.Assim nos informam as entidades espirituais. 
O corpo espiritual apresenta-se moldável conforme as emanações mentais do espírito. Cada espírito apresenta seu perispírito com aspecto correspondente ao seu estado psíquico. A maior elevação intelecto-moral vai determinar como consequência uma sutilização do próprio corpo espiritual. Em contrapartida, os espíritos, cujas vibrações mentais são mais inferiores, determinam inconscientemente que seu corpo espiritual se apresente mais denso e obscurecido, não tendo a irradiação luminosa dos primeiros. 
Conforme se tem notícia por meio de inúmeros autores espirituais, o perispírito apresenta-se estruturado por aparelhos ou sistemas que se constituem de órgãos; esses órgãos são formados por tecidos que, por sua vez, são constituídos por células. 
As células do corpo espiritual, em nível mais profundo, são formadas por moléculas constituídas de átomos. Os átomos do perispírito são formados por elementos químicos nossos conhecidos, além de outros desconhecidos do homem encarnado. Elementos aquém do Hidrogênio e além do Urânio, que na Terra representam os limites da matéria atômica conhecida.
Nas obras de Gustave Geley[3] e Jorge Andréa, encontramos referências a essas afirmações. 
Os átomos e moléculas que constituem as células do perispírito possuem uma energia cinética própria que é a força determinante de sua vibração constante. Quanto mais evoluída a entidade espiritual, maior a velocidade com que vibram os átomos do perispírito. 
Da mesma forma, conforme o adiantamento moral do espírito, maior o afastamento entre as moléculas que compõem o perispírito, por sua vibração, daí a menor densidade de seu corpo espiritual. 
 Uma analogia: a água em estado líquido, quando fervida, transforma-se em vapor pela maior energia cinética de suas moléculas, determinando um afastamento entre elas decorrente da vibração mais intensa que passa a ter. Neste exemplo simples nós mentalizamos o porquê da leveza do corpo espiritual das entidades cujo padrão vibratório é mais elevado. 
No livro Mecanismos da Mediunidade[4], de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, encontramos elementos complementares a respeito dessa informação.Espíritos de alta hierarquia moral possuem vibrações de alta frequência. Isto é, as ondas que emitem ou irradiam são “finas”, ou de pequeno comprimento de onda. 
As energias emanadas pelas vibrações das moléculas perispirituais se traduzem também por uma irradiação luminosa com cores típicas. Os espíritos são vistos pelos videntes ou descritos nas obras psicografadas emitindo cores e tons bastante peculiares ao seu grau de adiantamento. 
Quanto mais primitivas forem as entidades espirituais, mais escuros os tons das cores e mais opacos se apresentam. À medida que galgam mais degraus na escada do progresso, mais sábios e amorosos, as entidades espirituais passam a emitir uma luminosidade mais clara e cada vez mais brilhante. 
  Salientamos, no entanto, que transitoriamente pela postura mental adotada, decorrente de situações momentâneas, as vibrações se aceleram ou se desaceleram, determinando modificações na estrutura do corpo espiritual, e todo o conjunto se altera. São descritos casos de zoantropia ou licantropia[5], em que as formas perispirituais tornam-se profundamente modificadas.  
Exemplos práticos de modificações profundas e graves, no capítulo das patologias do corpo astral, seriam os casos descritos como os de zoantropia ou licantropia. Nessas situações as formas perispirituais se animalizam pela postura de ódio recalcitrante ou outros sentimentos inferiores, sentimentos que se tornam agentes deformantes do corpo espiritual.  
  Denomina-se zoantropia (zôo=animal e anthropos=homem) aos casos em que o corpo espiritual, pela deformação progressiva, passa a se assemelhar a um animal. Licantropia (lican=lobo e anthropos=homem) aos casos em que o corpo espiritual, pela alteração degenerativa da forma, lembra a figura de um lobo, o que nos remete à lenda do lobisomem que, talvez, tenha sua origem no fato de que, pelo fenômeno da vidência mediúnica, tenham sido vistos espíritos com esse tipo de deformidade anatômica no seu corpo astral. 
Naturalmente, que essas deformidades são transitórias e relativas ao tempo em que a entidade espiritual ainda se mantém na atitude mental de ódio. 
O tratamento reparador dessas deformidades efetua-se por meio de uma energização adequada dos Espíritos, de acordo com o que temos observado nas lides mediúnicas em que participamos. 
Ousamos, inclusive, a criar o verbeteperispiritoplastia para nos referir ao processo de recuperação anatômica observado nas entidades tratadas e recuperadas, em seu aspecto morfológico, nos grupos mediúnicos. Tanto energias do plano extrafísico, bem como energias extraídas da natureza, além de ectoplasma dos médiuns, fizeram parte da matéria-prima utilizada por nós, nessa restauração anatômica do perispírito licantropizado das entidades tratadas. Todavia, lembramos que nesse trabalho nós estamos, constantemente, sendo assistidos pelos mentores espirituais que nos amparam. 




[1] William Crookes – químico e físico inglês.
[2] KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. FEB, 1960, p.413.
[3] Gustave Geley – médico e pesquisador espírita francês.
[4] XAVIER, Francisco Cândido. Mecanismos da Mediunidade. FEB, 1959, p.188.
[5] Tipo de deformidade presente no corpo espiritual em que a forma chega a parecer não-humana.

31 outubro 2011

A depressão é falta de Deus? - Dra Giselle Fachetti

As pesquisas científicas mais recentes são categóricas em afirmar que a fé religiosa interfere positivamente na capacidade de recuperação de um doente. Por outro lado, existem pessoas que atribuem à sua fé religiosa seu estado de saúde plena.
Sem dúvida, a fé é um recurso transformador da mente, porém, sem discernimento ela deságua no fanatismo e no preconceito, o que é sempre pernicioso. Os bens espirituais não são materiais ou físicos, por isso, as bênçãos divinas não podem ser medidas pelo sucesso financeiro ou pelo vigor físico de um indivíduo.
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Mateus 6:20

O que pretendemos discutir neste artigo é o outro lado da moeda. Será o doente um indivíduo sem fé, sem Deus? Será que o otimismo, o pensamento positivo, a boa vontade, a fé em Deus são suficientes para que tenhamos saúde?

Todas as doenças têm causas multifatoriais. Existe um componente físico, um emocional e outro espiritual. A conjunção dos três níveis de desequilíbrio é que abre as portas do organismo humano para a instalação de doenças.
Choca-me a forma recorrente e incisiva com que pessoas esclarecidas, atuantes dentro de comunidades religiosas as mais diversas, afirmam que para elas a depressão é falta de Deus. Como se se tratasse de uma questão de escolha. Chegam a cogitar que os medicamentos antidepressivos seriam os responsáveis pela doença. É lastimável que essa visão distorcida seja tão presente em nossa sociedade.
Trata-se de questão relevante, pois o doente com depressão tem ao seu lado, em sua família, pessoas com esse pensamento. O que resulta em um retardo no diagnóstico, prolonga o sofrimento do deprimido e, boicota seu tratamento. Essa visão se transfere ao doente e, ele sente-se ainda pior. Considera-se fraco, incapaz ou indolente.
As pessoas que assim pensam cometem vários erros do ponto de vista médico e, outros tantos do ponto de vista evangélico. Elas assim agem por interpretarem os sintomas dessa doença como puramente emocionais ou como falhas de caráter. Desconhecem os mistérios da mente em sua interação complexa envolvendo o universo biológico, emocional e espiritual.
O religioso precipitado julga o doente ignorando o verdadeiro mecanismo da sua doença, que é expressão de anomalia física e não de anomalia de caráter. Assim como o diabetes traduz a falta de insulina, a depressão reflete déficit de neuro-hormônios no cérebro.
Existe, logicamente, um intricado emaranhamento entre questões emocionais e o curso mais ou menos favorável dessa condição, como em qualquer outra situação de desequilíbrio orgânico.

Portanto nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não só trará à luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o seu louvor. I Coríntios 4:5

É interessante como a humanidade repete, incansavelmente, os mesmos erros de seu passado. Os Hansenianos contemporâneos de Jesus eram tidos como malditos e pecadores, como vítimas do castigo divino.
Sob o prisma da medicina sabemos que humor é uma função da mente regulada por neuro-hormonios. A pessoa com distúrbio do humor não está triste ou alegre. Ela está deprimida ou eufórica. Em medicina não são sinônimos, podemos ter uma pessoa deprimida e alegre e, uma pessoa em euforia e triste. A tristeza é um sentimento em reação a um fato exterior. A depressão não depende de cau sa externa, daí o termo depressão endógena.
Quando ocorre uma diminuição da produção de neuro-hormônios, especialmente da serotonina, ocorre alteração do humor no sentido da depressão. A euforia é mais rara e, associa-se a um distúrbio da mente mais severo conhecido como doença bipolar.
A depressão endógena, portanto, reflete déficit de neurotransmissores e a etiologia desse déficit por sua vez é multifatorial. A influência genética é bastante evidente. Trata-se de condição mais frequente na mulher em função da flutuação hormonal que ela sofre. A progesterona, hormônio da segunda fase do ciclo e, da gravidez, predispõe à depleção de serotonina, por isso a tendência feminina para alterações do humor na fase pré-menstrual.
Trata-se de doença com caráter cíclico e recorrente. Os episódios de depressão costumam ser longos durando entre seis meses e dois anos. Em suas formas graves pode levar a uma profunda apatia, sensação de intenso pesar que pode levar o deprimido até extremos como o do suicídio.
As formas leves muitas vezes são negligenciadas, pois tem manifestação algo diferente. A pessoa fica irritada, ansiosa, intolerante, pode desenvolver pânico ou comportamento obsessivo compulsivo. Mesmo em sua forma leve a depressão compromete bastante a qualidade de vida do seu portador, compromete ainda seus relacionamentos profissionais e pessoais. São pessoas tidas como chatas, arrogantes, perfeccionistas, intransigentes ou cheias de manias.
A Distimia é um distúrbio crônico do humor, uma forma mais leve da depressão endógena que se caracteriza por persistir por períodos maiores que dois anos e por manifestar-se com humor mais irritável do que depressivo.

Os exercícios físicos liberam endorfinas na corrente sanguínea as quais tem ação antidepressiva natural. O chocolate, fonte de triptofano, um precursor da serotonina, também tem ação antidepressiva. Atualmente existem medicamentos seletivos e seguros para o tratamento da depressão. São os antidepressivos, que não devem ser confundidos com sedativos, hipnóticos ou tranquilizantes. Estes últimos causam dependência química, o que não acontece com os medicamentos específicos para depressão.
Infelizmente, drogas ilícitas e lícitas, como o álcool, também têm algum efeito antidepressivo transitório. Isso leva, comumente, ao seu uso abusivo pelos doentes em função de um busca por alívio instantâneo do desconforto que os consomem, especialmente, naquelas pessoas que não se sabem ou não se admitem doentes.
Assim, o risco de desenvolvimento de dependência química entre os deprimidos é aumentado. Não é incomum que o diagnóstico de depressão endógena só seja feito após a instalação de uma dependência química, especialmente entre os adolescentes.
Os antidepressivos ainda que bastante eficientes devem ser associados a exercício físico e ao suporte emocional para que se obtenha um bom controle das crises depressivas. Tal medicação pode ser usada por extensos períodos, de acordo com a forma da doença e a necessidade de cada doente.
O suporte espiritual é também fundamental para o depressivo. Reduz a influência exterior negativa (obsessão) e, aumenta a capacidade de reagir à doença através da busca serena de soluções seguras. Quando afirmamos que a depressão é falta de Deus estamos julgando um doente como um simulador ou como um auto-agressor. Estamos julgando o doente como fraco e, sem vontade. E pior, como distante de Deus. Quantos enganos em relação ao Evangelho do Cristo? Ele, o Cristo, nos conclama a não julgarmos, a sermos compassivos e misericordiosos. 
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Mateus 5:7

Todas as doenças enfrentadas com o auxílio divino são mais leves e tornam-se instrumento de educação do espírito encarnado. Tendo fé a nossa dor tem um sentido, faz parte de um conjunto de bênçãos do criador em favor de nossa evolução rumo aos paramos celestiais. Com fé lutaremos pela vida e pela disposição, sem revolta e com inteligência.
Tendo fé usaremos todas as armas terapêuticas em nosso benefício e pelo tempo necessário conforme essa necessidade se imponha. Caso não precisemos de medicação, usaremos apenas os exercícios físicos e o apoio emocional como alternativa suficiente, já que múltiplos são os tratamentos eficazes em relação a essa doença.
A premissa que depressão é falta do que fazer, falta de Deus, chilique... É desinformada e cruel. A informação sobre essa condição permitirá que pessoas saudáveis acolham respeitosamente as necessidades dos doentes com os quais convivem.
E, para finalizarmos, levantamos uma evidência óbvia de que a depressão não tem como causa, em hipótese alguma, a falta de Deus: os índices dessa doença são semelhantes entre ateus e teístas.
Giselle Fachetti Machado

23 outubro 2011

Mediunidade - Amor em serviço.

Muita gente não sabe, mas a mediunidade não foi inventada pelo espiritismo e muito menos por Allan Kardec. Ela existe desde que o mundo é mundo. E já existia antes que nosso próprio mundo fosse criado. A bíblia está repleta de momentos mediúnicos, ou seja, de narrativas aonde alguém serviu de ponte, de elo de ligação entre o mundo espiritual e o mundo físico.
O grande codificador nos diz claramente que todos somos médiuns, e mais, que na relação com o mundo invisível somos mais comandados do que imaginamos. Um dos motivos para isso é justamente a falta de interesse da maioria das pessoas em aprofundar no assunto, entender o que significa e  a forma como desenvolver, se proteger, ajudar, etc...
A relação com o espiritual tem sido confundida com misticismo, feitiçaria, macumba, ou o nome que queiram dar, mas a verdade é que a todo momento quando elevamos o nosso pensamento a Deus, estabelecemos essa ligação e iniciamos uma relação direta com o plano astral. Da mesma forma, a todo momento que emitimos pensamentos negativos, iniciamos uma relação com os espíritos que se afinizam com nossa energia. Isso é mediunidade.
A grande questão é que todos pensamos em mediunidade somente quando lembramos de um Chico Xavier, um Divaldo Franco, mas na nossa vida prática diária, pensar assim nos impede de aproveitar mais e melhor essa relação com o espiritual, nos impede de perceber que a cada momento somos e agimos como médiuns. Podemos não perceber, visualizar, escutar como os grandes médiuns mais famosos pela relação com além, porém isso não muda o fato de que estamos a todo momento emitindo e recebendo energias e pensamentos que podem nos auxiliar ou prejudicar.

Mesmo trabalhadores espíritas experimentados costumam utilizar uma tecla de LIGA-DESLIGA, ligando no centro espírita e desligando quando saem.
O ideal seria que tentássemos manter uma relação saudavel, de fé e consciência com a espiritualidade superior, com Deus e seus trabalhadores. Isso traria grande impacto na nossa saúde física e espiritual. Trabalhos científicos interessantes tem mostrado o poder da fé e da oração na manutenção ou restabelecimento da saúde, com aspectos importantes no tratamento do câncer.
Fingir que essa relação com o espiritual não existe e se negar a entender o processo, é deixar que qualquer energia deletéria possa nos influenciar e prejudicar nossa saúde. Por outro lado, se entendermos que existe uma relação contínua com o plano espiritual, isso poderia nos trazer conforto e proteção, nos mantendo constantemente em contato com energias sutis. E não precisamos esperar o trabalho mediúnico semanal para exercermos nossa mediunidade, o ideal é entendermos que tudo é mediunidade, a todo momento podemos ser e somos instrumentos da espiritualidade para confortar ou desequilibrar, a depender da nossa vontade e disciplina.
Paz e luz!

04 outubro 2011

"Ponto Deus" no cérebro




"Ponto Deus" no cérebro,

por Leonardo Boff *

Uma frente avançada das ciências, hoje, é constituída pelo estudo do cérebro e de suas múltiplas inteligências. Alcançaram-se resultados relevantes, também para a religião e a espiritualidade. Enfatizam-se três tipos de inteligência. A primeira é a inteligência intelectual, o famoso QI (Quociente de Inteligência), ao qual se deu tanta importância em todo o século XX. É a inteligência analítica pela qual elaboramos conceitos e fazemos ciência. Com ela organizamos o mundo e solucionamos problemas objetivos.

A segunda é a inteligência emocional, popularizada especialmente pelo psicólogo e neurocientista de Harvard David Goleman, com seu conhecido livro A Inteligência emocional (QE = Quociente Emocional). Empiricamente mostrou o que era convicção de toda uma tradição de pensadores, desde Platão, passando por Santo Agostinho e culminando em Freud: a estrutura de base do ser humano não é razão (logos) mas é emoção (pathos). Somos, primariamente, seres de paixão, empatia e compaixão, e só em seguida, de razão. Quando combinamos QI com QE conseguimos nos mobilizar a nós e a outros.

A terceira é a inteligência espiritual. A prova empírica de sua existência deriva de pesquisas muito recentes, dos últimos 10 anos, feitas por neurólogos, neuropsicólogos, neurolingüistas e técnicos em magnetoencefalografia (que estudam os campos magnéticos e elétricos do cérebro). Segundo esses cientistas, existe em nós, cientificamente verificável, um outro tipo de inteligência, pela qual não só captamos fatos, idéias e emoções, mas percebemos os contextos maiores de nossa vida, totalidades significativas, e nos faz sentir inseridos no Todo. Ela nos torna sensíveis a valores, a questões ligadas a Deus e à transcendência. É chamada de inteligência espiritual (QEs = Quociente espiritual), porque é próprio da espiritualidade captar totalidades e se orientar por visões transcendentais.

Sua base empírica reside na biologia dos neurônios. Verificou-se cientificamente que a experiência unificadora se origina de oscilações neurais a 40 herz, especialmente localizada nos lobos temporais. Desencadeia-se, então, uma experiência de exaltação e de intensa alegria como se estivéssemos diante de uma Presença viva.

Ou inversamente, sempre que se abordam temas religiosos, Deus ou valores que concernem o sentido profundo das coisas, não superficialmente mas num envolvimento sincero, produz-se igual excitação de 40 herz.

Por essa razão, neurobiólogos como Persinger, Ramachandran e a física quântica Danah Zohar batizaram essa região dos lobos temporais de 'o ponto Deus'.

Se assim é, podemos dizer em termos do processo evolucionário: o universo evoluiu, em bilhões de anos, até produzir no cérebro o instrumento que capacita o ser humano perceber a Presença de Deus, que sempre estava lá embora não percebível conscientemente. A existência desse 'ponto Deus' representa uma vantagem evolutiva de nossa espécie homo. Ela constitui uma referência de sentido para nossa vida. A espiritualidade pertence ao humano e não é monopólio das religiões. Antes, as religiões são uma das expressões desse 'ponto Deus'.


*Leonardo Boff:
Leonardo Boff nasceu em Concórdia, Santa Catarina, 14/12/1938. É neto de imigrantes italianos da região do Veneto, vindos para o Rio Grande do Sul no final do século XIX.    Cursou Filosofia em Curitiba-PR e Teologia em Petrópolis-RJ. Doutorou-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique-Alemanha, em 1970. Ingressou na Ordem dos Frades Menores, franciscanos, em 1959.
Durante 22 anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecumênica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano. Professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e universidades no Brasil e no exterior, além de professor-visitante nas universidades de Lisboa (Portugal), Salamanca (Espanha), Harvard (EUA), Basel (Suíça) e Heidelberg (Alemanha). É doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim (Itália) e em Teologia pela universidade de Lund (Suécia), tendo ainda sido agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, por causa de sua luta em favor dos fracos, dos oprimidos e marginalizados e dos Direitos Humanos. De 1970 a 1985, fez parte da coordenação da publicação da coleção "Teologia e Libertação" e da edição das obras completas de C. G. Jung. Foi redator da Revista Eclesiástica Brasileira (1970-1984), da Revista de Cultura Vozes (1984-1992) e da Revista Internacional Concilium (1970-1995). É autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística.


24 agosto 2011

Síndrome do Pânico na Visão Espírita - Entrevista com Dr. Jaider Rodrigues de Paulo


01.O que é Síndrome do Pânico? 
Resposta: É uma vivência geralmente abrupta sem motivos aparentes levando o individuo portador a um estado de pavor, medo de morrer e de enlouquecer, como sentimento de estranheza e varias sintomas orgânicos tais como taquicardia, sudorese, mau estar, boca seca, falta de ar e outros.

02.Quais são as medidas profiláticas dessa síndrome? 
Resposta: Toda e qualquer atitude salutar diante da vida.


03.Quais são as causas da síndrome do pânico? Orgânicas-genéticas ou espirituais (obsessivas)?

Resposta: A ciência oficial ainda não tem uma causa definida e clara para esta síndrome.
Somos do parecer pelos estudos que já fizemos que o núcleo central da síndrome do pânico está na reencarnação translata, quando o individuo teve uma morte violenta e prematura, por acidente ou suicídio. Nas regressões de memórias que submetemos a alguns clientes com essa síndrome encontramos em todas uma morte traumática. A dificuldade em desvenciliar-se do corpo físico morto, sentindo as conseqüências de sua decomposição, fixa no perispírito das pessoas aquelas impressões desagradáveis que o corpo físico da seguinte reencarnação, não consegue apagar. De uma maneira geral temos observado que pessoas que têm síndrome do pânico tem medo de cemitério e não gostam de freqüentar velórios, ou seja, evitam inconscientemente aqueles locais aonde sofreram muito. Quanto à parte genética, há a possibilidade de transmissão autossômica dominante com reentrância parcial do gene do cromossomo 16.


04.Como podemos viver em harmonia com alguém que sofre dessa síndrome?

Resposta: Primeiro entendendo que se trata de uma pessoa enferma necessitando de compreensão e apoio. Segundo, auxiliando-o em seu tratamento especializado.

05.Na prática do dia-a-dia, como podemos ajudar um companheiro que possui a síndrome do pânico? 

Resposta: Procurando entender o seu sofrimento e fazendo a ele o que você gostaria que fosse feito a você, como por exemplo, evitando criticas exigências que ela não dá conta de fazer.


06.Sensação de medo do futuro, ansiedade, tontura gerando insegurança, sensação de falta de ar, são possíveis sintomas da síndrome do pânico? A síndrome do pânico pode ser confundida com a aproximação de energias estranhas à nossa?  

Resposta: Não, estão mais parecidos com crise de ansiedade. Com energias estranhas sim, principalmente se a pessoa for médium.


07.Gostaria de saber se a obsessão é sempre a causa desta síndrome, e se devemos tomar remédios controlados para amenizar as crises já que estes viciam e afetam o perispírito, e também sobre a terapia de regressão se é talvez o caminho para a cura?
 

Resposta: Primeiro há um engano na afirmação. Síndrome do pânico não tem ao nosso ver como causa a obsessão.Isso é vicio de interpretação de espíritas mal informados que afirmam que tudo que um individuo sente em nível mental ou é obsessão ou mediunidade. Isso revela desconhecimento das obras de Kardec. Um processo obsessivo agrava um quadro de síndrome do pânico, mais isso não quer dizer que seja a etiologia da mesma. Quem tem síndrome do pânico necessita de tratamento especializado. Quanto ao fato dos medicamentos afetarem o perispírito, isso é uma verdade somente se o individuo usa o medicamento de maneira abusiva e não procura fazer nada que venha a modificar as suas atitudes diante da vida. 
A regressão de memória pode ser muito útil para o paciente portador dessa síndrome.


08.Atualmente estou ficando com a língua, os braços e as pernas dormentes, sem contar com a sensação de perda de consciência e sensação de falência. Já realizei vários exames e fui a diversos especialistas, todos me dizem que estou com síndrome do pânico. Tenho discordado, pois além de não estar com medo de sair de casa e das pessoas (o que é um sintoma), essas crises aparecem nos momentos de maior relaxamento. Tenho a impressão que essa sensação tem influencia espiritual. Pergunto: é possível associar esses sintomas com a questão espiritual? 

Resposta: Acreditamos que sim, embora falte ainda uma análise mais detalhada para suspeitarmos de síndrome do pânico.


09.Como lidar com esta síndrome com um filho adulto e espírita? (índice)

Resposta: Por ser espírita seu filho tem mais recursos para lidar com a doença embora tenha necessidades de tratamento medico. Os recursos espíritas ajudam a amenizar as influências espirituais o que pode aliviar muito a sobrecarga sobre o paciente. Porém repetimos que ele necessita de tratamento especializado.Você pode incentivá-lo a procurar tais ajudas.


10.A síndrome do pânico pode atingir alguém que mora em uma cidade pacata, do interior?

Resposta: Perfeitamente.


11.A síndrome do pânico não deveria ser tratada como obsessão? Por que espíritas se refugiam na medicina quando não querem enfrentar a causa espiritual primaria de muitas doenças?  

Resposta: Não porque não é simplesmente uma obsessão. Trata-se de uma nosologia medica com tratamento medico. Querer tratar problemas psicológicos e orgânicos somente com recursos espirituais é não aceitar a realidade e muitas vezes refugiar-se na doutrina espírita para não aceitar que está doente. O inverso também ocorre como você está dizendo. Tem muitos espíritas que refugiam-se em consultórios médicos quando na realidade deveriam assumir as suas necessidades
espirituais.

12.Onde eu poderia ter algum esclarecimento sobre o tema?  

Resposta: Dentre muitas revistas medicas e livros que versam sobre o assunto, existe um livro com o titulo "pânico" de Mario Eduardo Costa Pereira muito bom.


13.Até que ponto a mente influencia no comportamento do individuo e o ajuda a conquistar o que deseja, tanto material quanto espiritual? 

Resposta: A mente está na base de todos fenômenos humanos. Uma vontade firme determinada é capaz de realizar prodígios muitas vezes inimagináveis por nós. Como dizia Einstein é preciso crer para ver.


14.Quando se acorda, sentindo um medo que não se sabe de que, um vazio, apesar de ter inúmeras atividades, isso é síndrome do pânico? 

Resposta: Não. É bem provável que sejam vivencias obsessivas ou admoestações feitas por mentores nos orientando que estamos fora do caminho programado.


15.Como diferenciar síndrome do pânico de uma influenciação, uma aproximação de alguma entidade espiritual? 

Resposta: A síndrome do pânico apresenta sintomas característicos embora, alguns possam confundirem com influência espiritual. Uma influência de tamanha proporção já está nas raias da obsessão e esta apresenta outras características. Os pesadelos persecutórios com despertar na madrugada com medo, insônia por medo de dormir,irritabilidades constantes crises de ansiedades sem outros sintomas físicos, mudanças de humor constantemente, idéias esquisitas invadindo a mente do individuo, aversões sem justificativas, pensamentos suicidas e outros quase sempre estão presentes nas obsessões.


16.Ocupar o nosso tempo com atividades úteis, alegres, participativas auxiliam o tratamento de pessoas que tem síndrome do pânico? 

Resposta: Muito, porque elevam o padrão mental da pessoa, fazendo-a vibrar numa oitava a cima do normal dela,dificultado as incursões inconsciente da mente nos dramas passados que ao nosso ver são as verdadeiras causas da síndrome do pânico.

17.Não sei se aplica ao pânico, mas como se analisa a questão do medo advindo de experiências nessa existência que minaram a confiança da pessoa ( ex.. sofrer atos de violência física ou mental, acidentes, etc )? Qual o melhor caminho para se desvencilhar desse medo?  

Resposta: Essas experiências traumáticas muitas vezes tornam o individuo mais sensível e costumam despertar dificuldades ocultas que até então estavam sobre controle em seu campo mental.Nesses casos o bom seria procurar um profissional competente que ajudasse a pessoa a se dessensibilizar-se desses traumas. Existem técnicas de tratamento para isso.


18.O que fazer quando percebo que a "crise" está começando... o coração passa de 220 batimentos por minuto... tenho medo de enfartar ( o cardiologista falou que não tenho nada no coração). Eu começo a orar, peço ajuda, mas parece que não consigo evitar...estou tomando passe e água fluidificada.  


Resposta: Normalmente é isso que acontece. As pessoas dizem: rezo, rezo, rezo e não melhoro vou ao centro tomo passe água fluidificada e nada. Será que Deus esqueceu de mim? A sua questão vem reafirmar o que estamos dizendo: paciente com síndrome do pânico necessita de tratamento especializado, alem da ajuda espiritual.


19.Senti-me mal e foi diagnosticada síndrome do pânico. Sou espírita e fiquei com uma interrogação : ouvi dizer que tem a ver com falta de fé, mas não me considero sem ela. Isto é correto?  

Resposta: As maiores dificuldades que temos na vida realmente é por falta de fé. Mas no caso da síndrome do pânico isto não é apanágio da falta de fé propriamente dito.


20.Teria a síndrome do pânico algum papel punitivo ou educativo na encarnação?  

Resposta: Punitivo não porque Deus não pune os seus filhos que erram porque são ignorantes. Essa idéia de punição são resquícios de idéias religiosas da "psicologia do inferno". Educativas sim. Pois todo sofrimento quando bem entendido tende a levar a conscientização da pessoa.


21.Uma pessoa que tenha um problema tipo ciúme obsessivo, pode ter síndrome do pânico? 

Resposta: Pode sim, mas não vejo ligação direta entre eles.


22.Tenho uma formação espírita desde criança, leio livros espíritas, participo de reuniões semanais e faço o evangelho no lar. Mesmo assim não consigo me livrar da síndrome de pânico, tomo regularmente Rivotril, duas vezes ao dia e nas tentativas que fiz para parar de tomar me senti péssima. Tudo começou após o nascimento de minha filha, hoje possui dez anos. A sensação que tenho é que alguma catástrofe está para acontecer, a todo instante mas principalmente a noite e em ambientes fechados. Tenho muito medo de que algo me aconteça ,pois, mesmo acreditando na vida em outro plano, não quero que minha filha sofra a minha falta ainda tão nova, não quero vê-la sofrer. Atualmente tenho sofrido muito, pois o meu marido está desempregado e a empresa que eu trabalho já avisou que irá demitir funcionários, pois está sendo adquirida por outra. Não tenho me sentindo bem e, mesmo com os remédios, vivo em pânico, acordo durante a noite e fico pensando como vou sustentar a minha família. Às vezes tenho vontade de morrer, mas ao mesmo tempo não quero que isto aconteça pois quero criar a minha filha, encaminha-la na vida. Estou sofrendo muito. O que o espiritismo pode ajudar quanto ao pânico? 

Resposta: O seu quadro ao nosso ver trata-se de transtorno de ansiedade generalizado, complicado pelas vicissitudes da vida. Não me parece estarmos diante de um quadro de Síndrome do Pânico característico. Você necessita de fazer o tratamento deste transtorno e trabalhar mais a sua fé no criador. Alias, no momento atual pelo qual passamos, todos nós necessitamos buscar na nossa fé, a força necessária para vencermos essas dificuldades que assolam o nosso país.


23.Quero saber como devo agir no meio de tanto estresse, para evitarmos tê-la, e melhor, como auxiliar alguém que esteja começando a tê-la ou até já esteja em grau um pouco mais adiantado da doença? 

Resposta: Fazendo uma analise de como você está administrando a sua vida. O que realmente é necessário e o quê está de supérfluo ocupando o espaço do vital para você. Nós muitas vezes sofremos desnecessariamente por não sabermos o que queremos da vida. Necessitamos priorizar em nossa vida o que realmente é necessário. Leia o livro "mereça ser feliz" vai lhe ajudar muito, espero.


24.Deve a pessoa que tem síndrome do pânico, tomar medicação? A meu ver trata-se somente de obsessão.

Resposta: Já foi respondido em outra parte (questões 4 e 11).


25.Milha filha apresentou esse problema alguns anos atrás. Os médicos demoraram muito para diagnosticar; tiveram que fazer muitos exames. Enfim, ela ficou sete dias internada. Fez tratamento alopático e só. Gostaria de saber se há possibilidade de voltar o problema e em que situação? 

Resposta: Geralmente são os psiquiatras ou cardiologista que fazem o diagnostico com mais facilidades, pois é grande a freqüência em suas clinicas de tais pacientes. Junto com o tratamento alopático (sempre necessário), deve-se buscar a psicoterapia e também os tratamentos complementares. A ajuda espiritual é muito benéfica. Leituras salutares, o hábito da oração, esportes, divertimentos sadios são muito importantes para manter a mente da pessoa sempre em um nível superior, pois o pessimismo o vicio de mentalizar o lado negativo da vida podem ser fatores desencadeante das crises.


26.Sou casada há l2 anos e tenho um filho de seis anos. Tenho sofrido ao longo de sete anos entre período de depressão e outro, e hoje foi diagnosticado que tenho além de fibromialgia, que é um distúrbio neurológico, a síndrome do pânico. Há dias que é ainda mais intenso o meu pavor e aversão ao mundo externo. Gostaria de saber porque esta síndrome se instala e se há cura. 

Resposta: A causa como já falamos alhures, é desconhecida pela ciência. Existem varias hipóteses, mas nenhuma por si responde todas as questões. É muito comum depressão, fibromialgia e síndrome do pânico, estarem presente numa mesma pessoa. No final destas questões exporemos o nosso ponto de vista sobre a síndrome do pânico.

27.Como ajudar uma pessoa com esses sintomas fora de um centro espírita? A terapia de regressão a vidas passadas não incorre em riscos para o paciente (se Deus nos deu a benção da amnésia parcial, será beneficio relembrar certas vivencias)?

Resposta: Aconselhando-a procurar um médico em primeiro lugar. Depois a orientando fazer uma revisão de como tem vivido. Procurar vincular-se a um trabalho voluntário em favor de alguém e não esquecer de buscar o habito da oração.Quanto ao fato da regressão de memória a vivência passadas, costuma ser muito útil no tratamento destas pessoas. O esquecimento do passado é realmente uma benção, mas não impede que busquemos recursos para a solução dos nossos problemas hoje. O nosso " EU" superior só permitirá vir á consciência aqueles fatos que o nosso psiquismo de superfície já suportar elaborar. A mente tem os seus mecanismos de defesas, que protegem a integridade psíquica. Quando Emmanuel desaconselha vasculhar o passado, afirma isso nas questões de curiosidade e não para tratamento. Para tratamento somos do parecer que é valido desde que seja feito por profissional competente.


28.Como o medo e a solidão influenciam no processo da síndrome do pânico?

Resposta: O medo quando em grau superlativo, é o pior sentimento que uma pessoa possa sentir. A síndrome do pânico é um medo extremo, que desencadeia vários sintomas numa pessoa. Ele é para nós a porta de entrada da síndrome do pânico.

29.Minha mãe teve síndrome do pânico logo após o desencarne de meu pai ( ele ficou doente 15 anos e nesse tempo todo ela dedicou somente a sua doença). Com a síndrome do pânico, ela várias vezes foi ao hospital com a pressão alta e após várias crises, foi constatada a doença. Ele hoje está bem melhor, mas continua tomando os medicamentos. Na mesma época que ela começou o tratamento, ela voltou a aplicar passe no centro. Não sabemos se a melhora foi devido aos trabalhos no centro ou a medicação. Se ela parar com a medicação a síndrome pode voltar? Ela não queria mais ficar tomando tantos remédios. 

Resposta: Somos do parecer que foram as duas coisas que redundaram na melhora. É bom que ela procure o seus médico e converse com ele na possibilidade de reduzir a medicação e observar como ela irá sentir.

30.Observação do entrevistado (índice)

A síndrome do pânico à nossa experiência tem como provável causa uma morte traumática na reencarnação próxima passada. Geralmente por suicídio.
 No livro Memórias de um suicida, Camilo Castelo Branco descreve com rara felicidade os principais sintomas encontrados em tal síndrome. A dificuldade em desvencilhar-se do corpo vital quando de um desencarne abrupto provocado direta ou indiretamente pelo próprio individuo é que ao nosso ver responde por todo cortejo de sensações estranhas que a pessoa sente. De uma maneira geral vários sintomas são confundidos com esta síndrome. Ansiedade, palpitação, mal estar e outros por si só não nos autoriza a dar este diagnostico A sensação de desrealização, despersonalização, medo de enlouquecer ou de morte eminente com a angustia de que ninguém pode ajudar, são para nós os principais sintomas dessa síndrome. Os pacientes em regressão de memória quando acessam estes momentos, nos revelam esses sentimentos. A dificuldade em desencarnar (não de morrer) é que trás esse sofrimento. A morte pode ser de varias maneiras: suicídio, enfarto, guerra, traumas vários, mas é a dificuldade em desvencilhar-se do corpo e ficar preso ao duplo etérico quando o corpo já está morto que é o grande problema. Ao reencarnar, o novo corpo não é capaz de abafar as sensações violentas do passado e por ressonância com vivencias atuais , pode abrir-se uma janela dos passados e essas sensações podem materializarem-se na vida atual. O momento da morte como do nascimento é muito importante para todos nós. 
Veja também:

17 agosto 2011

Meu filho nasceu doente. Castigo ou oportunidade?


Em homenagem aos amigos Carmen e Amauri, pela maneira positiva e esclarecida com que lidaram com o desencarne de João Pedro.

Para alguns, filhos podem representar um enorme problema e obstáculo frente à essa vida moderna e corrida. Para muitos, é o sonho dourado, o complemento do casamento. Em diversas situações, a espera do nascimento de um bebê é coroada de expectativas e desejos. Cria-se uma atmosfera diferente, uma alegria que não existia, relações familiares estremecidas são relevadas, pessoas se aproximam, o clima de festa toma conta da família.
A grande maioria destas gestações irá transcorrer sem problemas até o final, veremos o reencarne de milhares de espíritos, que voltam a encontrar antigos companheiros de jornada, todos juntos novamente rumo ao árduo caminho da libertação espiritual, da superação de nós mesmos.
Uma minoria, porém, permanece com um gosto amargo na boca, um desapontamento profundo ao constatar que o recém-chegado dos planos espirituais possui um problema de saúde.
A pergunta feita pelos pais que fica no ar, solicitando resposta, é sempre a mesma: - Por quê? Como essa criança inocente, que não pediu pra nascer, pode apresentar uma doença tão grave?
A resposta, que nem sempre agrada, mas que esclarece é que na verdade nossos filhos não são seres angélicos que nascem ternamente pela primeira vez, sem máculas e sem manchas. E a maioria deles pediu, implorou pelo renascimento, enxergando nesse processo algo natural que nos permite a todos evoluir, crescer. Assim como nós, Pais, eles carregam a marca indelével dos acertos e dos erros no corpo espiritual.
Dr. Hernani Guimarães Andrade, em 1958 publicou um dos destaques de toda a sua obra: a Teoria do Modelo Organizador Biológico, falando da natureza do Espírito e do corpo bioenergético. Nessa teoria, ele brilhantemente explica que tudo que fazemos enquanto encarnados, produz alterações energéticas no nosso corpo espiritual. Essas modificações podem ser positivas ou negativas, dependendo da intenção dos nossos atos. Ao renascermos essas alterações negativas precisam ser drenadas para nosso corpo físico. Isso não necessariamente acontece ao renascer, pois podemos drenar essas energias durante nossa vida enquanto encarnados através do amor, da fé, da caridade, etc...
Porém em alguns casos, há a necessidade de verter para a carne energias deletérias ao corpo espiritual, inoculadas em nosso psicossoma por nós mesmos e pelos nossos pensamentos e atitudes inconsequentes. Nesse processo temos as crianças que nascem com doenças e em alguns casos essa doença é incompatível com a vida.
Qual o propósito disso? Porque então deixar reencarnar um espírito se ele não poderia usufruir de uma vida normal e isso traria tanto sofrimento para a família? Já não basta a agonia do dia a dia, as dificuldades financeiras, de trabalho, os relacionamentos desarmonizados?
É de João Evangelista a célebre declaração: "Deus é amor" – I Jo.4.8. Seria possível que esse Deus de amor permitisse que uma criança nascesse com um defeito congênito que incompatibilize a vida e outra criança, nascida no mesmo hospital, no mesmo dia, às vezes recebendo os cuidados do mesmo médico, viesse à vida de forma perfeita e sem problemas?
Para quem acredita em uma vida somente, que iniciamos e terminamos nossa caminhada em uma única existência, só existe uma saída, ou não acreditamos em Deus, ou ficamos muito desapontados com ele.
Porém, a lógica do universo, da natureza perfeita, da criação micro e macrocósmica que ainda foge ao nosso entendimento nos faz acreditar na superioridade divina, no Deus misericordioso, amoroso, no Pai.
Somente a reencarnação explica esses dilemas. Somente a evolução contínua esclarece isso, mostrando que a criança nascida com defeitos congênitos necessitava daquilo para a resolução de graves lesões no corpo espiritual, e a família precisava dessa provação, não para sofrimento ou castigo, mas para crescer na fé e no entendimento, na humildade e na união, buscando sentidos para a vida atual que não sejam as coisas materiais.
Por tudo daí graças, dizia o apóstolo Paulo. Por mais difícil que seja, sempre temos a escolha de sermos positivos, gratos e esperançosos de que tudo vem para o bem. Adotando essa conduta podemos deixar nossa existência mais leve e seguirmos em frente, entendendo que um dia tudo passará, toda dor, toda tristeza, tudo passará.
Paz e luz!

28 julho 2011

Curas efetuadas por Jesus

Curas efetuadas por Jesus - Therezinha Oliveira

Antes de abordarmos exemplos de curas feitas por Jesus, recordemos explicações da Doutrina Espírita sobre enfermidades e curas.


Ação dos espíritos sobre os fluidos e seu reflexo sobre o corpo físico



Pelo pensamento e a vontade, os espíritos agem sobre os fluidos, que ficam impregnados das qualidades (boas ou más) dos pensamentos e sentimentos que os fazem vibrar (quer encarnado ou não o espírito que sobre eles atua).

A atividade do espírito influi sobre os fluidos do seu perispírito. Quando intensa e reiterada, se reflete no corpo, de modo benéfico ou maléfico, segundo a natureza dos pensamentos e sentimentos.

Basicamente, é das lesões ou perturbações vibratórias do perispírito que se originam as doenças orgânicas ou psíquicas, bem como as deficiências funcionais sem causa aparente. A etiologia das doenças está, pois, nos distúrbios espirituais, da anual ou das anteriores existências.



Jesus afirma essa relação espírito-corpo nas enfermidades,ao dizer, quando curava alguém: "Os teus pecados estão perdoados".

Cura por ação fluídica


Encarnados ou não, os espíritos têm no seu próprio perispírito um reservat6rio de fluidos (bons ou maus) e podem endereçá-los a outros seres. Os fluidos bons podem servir como agente terapêutico, para reparação perispiritual ou de reflexos no corpo.

O poder curativo dependerá:


da pureza da substância fluídica inoculada;
da energia da vontade (para emissão mais abundante e maior força de penetração dos fluidos).
"É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional" (item 34, cap. XIV, "A Gênese", de A-K-).
Jesus a muitos curou por ação fluídica ("ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças", Mt. 8:16/ 17) e recomendava aos discípulos que assim agissem: "Curai os enfermos" (Mt. 10:8).


Condições para a cura - a importância da fé
A recepção e assimilação dos fluidos dependerá das condições no paciente e no ambiente (problemas cármicos e outras circunstâncias) que favoreçam ou não a permuta e assimilação fluídica.
"Com relação à corrente fluídica" o curador age como uma bomba calcante e o enfermo "como uma' bomba aspirante", esclarece Kardec ("A Gênese", XV, item li), acrescentando:
"Algumas vezes, é necessária a simultaneidade das ações; doutras, basta uma só".
A fé, portanto, não é uma virtude mística mas uma força atrativa.
Quando o enfermo não tem essa fé, "opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou pelo menos uma força de inércia, que paralisa a ação".
Podemos entender, agora, porque Jesus, ao curar alguém, dizia: "Se tiveres fé" ou "A tua fé te salvou".


Algumas curas que Jesus fez por ação fluídica
Apenas pelo olhar e pela palavra
Nestes casos, Jesus transmite magnetismo pelo olhar e motiva psicologicamente a pessoa pela palavra, além dos fluidos que emana e com sua vontade potente dirige para o enfermo, embora sem tocá-lo ou usar qualquer outro recurso material.
1 ) Ao paralítico, no tanque de Betesda, indaga (Jo. 5 :1/9):
- Queres ser curado?
Ante a resposta afirmativa, ordena:
- Levanta-te, toma o teu leito e anda.
Imediatamente o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar.

2) Age de modo semelhante com o paralítico de Cafarnaum (Mt. 9:2/8, Mc. 2:1/12 e Lc. 5:17/26).
- Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.
E, levantando-se, partiu para sua casa.

Pelo toque ou imposição das mãos
1) "...todos os que tinham enfermos de diferentes moléstias (lc 4:40) lhos traziam; e ele os curava, impondo as mãos sobre cada um".
2) Aproximou-se dele um leproso, rogando-lhe de joelhos:
- Senhor, se queres, podes tomar-me limpo. (Mc. 1:40/45) Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o, e disse-lhe:
- Quero, fica limpo1 (Mt. 8: IR.) No mesmo instante lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo.
3) Em Jericó, Jesus passava acompanhado por uma multidão.
Um cego estava à margem do caminho. Ouvindo que era Jesus quem passava, pôs-se a segui-lo clamando para que o curasse.(Mc. 10:46/52, Lc. 18:35/43 e Mt. 20:29/34.) Jesus parou e mandou chamá-lo.
- Que queres que eu te faça?
- Mestre, que eu tome a ver.
- Vai; a tua fé te salvou.
E imediatamente o cego tomou a ver, e seguia Jesus estrada afora. (Mateus diz que eram 2 cegos e que Jesus lhes tocou os olhos).
4) Quando iam prender Jesus no Horto das Oliveiras, Pedro sacou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus acudiu, dizendo: Deixai, basta.
E, tocando-lhe a orelha (ao servo ferido), o curou. (Mt.26:47/56, Mc. 14:43/50, Lc. 22:47/53 e Jo. 18:2/11.) Outros exemplos:
Jesus abençoa as criancinhas impondo-lhe as mãos.(Mc.10: 13/16.) Jesus cura a sogra de Pedro, de febre muito alta: "tomou-a pela mão", e "repreendeu a febre". (Mt. 8:14/15, Mc. 1:29/31 e Lc. 4:38/39.) Cura de um hidrópico:
"E tomando-o o curou e o despediu". (Lc. 14:1/6.) Cura de dois cegos:
"Então, lhes tocou os olhos, dizendo: Faça-se conforme a vossa fé. E abriram-se-lhes os olhos". (Mt. 9:27/31.)


Com saliva
1) Então lhe trouxeram um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse a mão sobre ele. (Mc. 7:32/37.) Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva; depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá, que quer dizer: Abre-te.
Abriram-se-lhe os ouvidos e logo se lhe soltou o empecilhoda língua, e falava desembaraçadamente.
2) Então chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego, rogando-lhe que o tocasse. (Mc. 8:22/26.) Jesus, tomando-o pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe:
- Vês alguma coisa?
Este, recobrando a vista, respondeu:
- Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando.
Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito.


Destaquemos nestas duas passagens: usou o toque, a saliva (propriedades medicinais?), a oração e a palavra; retirou o enfermo para longe da multidão, porque poderia prejudicar a realização do fenômeno pela mentalização inferior.


Com saliva e com terra
1) Encontrando um cego de nascença, Jesus "cuspiu na terra, e tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe:
- "Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado).
"Ele foi, lavou-se, e voltou vendo". (Jo. 9:1/12.) Se esta passagem está fiel ao acontecido, tentemos uma análise:
Por que usou terra? Talvez tivesse propriedades medicinais? Ou serviria para remover algo aderido ao globo ocular?
Por que usou saliva? Talvez por ser preciso fazer uma pasta para colocar nos olhos do cego e ali não devia haver água (jà que depois o cego precisou ir lavar-se no tanque de Siloé).
Por que ir lavar os olhos depois? Talvez a água do tanque também fosse medicinal, complementando o processo curador.
Ou porque, após curar, a lama deveria ser retirada e nada melhor do que a água para isso.


Curas à distância - Jesus trabalhava assessorado por uma equipe espiritual.
Em certos casos, havendo vibrações e fluidos favoráveis dos participantes, era possível aos bons espíritos, a mando de Jesus, se dirigirem até onde o enfermo se encontrava e lá curá-lo.
Também podia ocorrer comunicação com espíritos que lá já se encontrassem, para realizarem a cura com o apoio dos fluidos e vibrações oferecidos.
Assim se explicam as curas seguintes, em que os enfermos, à distância, ficaram curados no mesmo momento em que Jesus assegurava isso.
l) Cura do criado de um centurião romano, em Cafarnaum. (Mt. 8;5/13.) O enfermo ficara em casa, o centurião foi até Jesus pedir a cura.
"Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te e seja feito conforme a tua fé. E naquela mesma hora o servo foi curado".
2) Em Caná, um oficial do rei pede a Jesus a cura do filho que ficara em Cafarnaum, enfermo. (Jo. 4:46/54.) "Rogou-lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho morra." "Vai, disse-lhe Jesus; teu filho vive." "O homem creu na palavra de Jesus e partiu" (para Cafarnaum) vindo a saber, depois, que o filho ficara bom exatamente na hora em que Jesus afirmara a sua cura.

Por lhe tocarem as vestes
"... punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste; e quantos a tocavam saíam curados". (Mc. 6:55/56.) Não era o fato de lhe tocarem as vestes que os curava e, sim, o de entrarem em contacto com sua aura ou campo de irradiação fluídica.
E "todos " se curavam? Os que ofereciam condições para tanto.
É o que fica evidente no caso a seguir:
1) Cura de uma mulher hemorroíssa. (Mt. 9:19/23 e Lc.8:42/48.) Há 12 anos tinha ela um fluxo sangüíneo e já se havia tratado com vários médicos, sem alcançar a cura e gastando tudo quanto possuía.
Tendo ouvido a fama de Jesus, a mulher veio por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste, porque dizia:
- Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada.
E logo se lhe estancou a hemorragia e sentiu no corpo estar curada.
Jesus perguntou:
- Quem me tocou?
Todos negavam que tivessem feito isso e os apóstolos, então, argumentaram com Jesus:
- Mestre, as multidões te apertam e te oprimem (ou seja, muitos estavam tocando em Jesus).
Mas Jesus insistiu:
- Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder (ou virtude, força) (percebera que alguém atraíra seus fluidos).
E olhava ao redor para ver quem o tocara.
Então a mulher, vendo que não podia ocultar-se, cônscia do que nela se operara, trêmula se aproximou, prostrou-se diante de Jesus e declarou-lhe o que fizera e por quê.
Jesus lhe disse:
- Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre do teu mal.

Por que Jesus não curava a todos
A doença é uma terapêutica da alma, dentro do mecanismo da evolução humana. É a filtragem, no corpo, dos efeitos prejudiciais dos desequilíbrios espirituais. Funciona, também, como processo que induz à reflexão e disciplina das atitudes.
Enquanto não produziu seus efeitos benéficos, não deve ser suprimida.
De todos os enfermos que o procuravam, Jesus curou somente aqueles em quem os efeitos purificadores da enfermidade já haviam atingido seu objetivo reequilibrante, ou aqueles que já apresentavam condições para receberem esse auxílio no corpo físico.
"Curai os enfermos", mandou ele aos seus discípulos, mas completou: "anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus" (Lc. 10-9). Não queria que apenas curassem corpos mas que orientassem os enfermos para o entendimento e cumprimento das leis de Deus, porque a verdadeira cura é a do espírito e esta não se dá apenas pela supressão dos sintomas da doença física, a qual é tão-somente uma conseqüência.

Ante a possibilidade de enfermar
Para evitar as enfermidades, cuidemos não só do corpo mas do espírito, cultivando bons pensamentos e sentimentos, praticando o bem e não o mal.
Se, apesar de nossos cuidados, a enfermidade nos vier:
Encaremo-la como um alerta/advertência ou, ainda, como conseqüência do passado, a exigir um reajuste para voltarmos ao equilíbrio espiritual.
Não compliquemos mais a situação com tristeza e desânimo, revolta e agressividade.
Busquemos na Medicina e nos recursos espirituais o alívio possível e, quem sabe, até mesmo a cura.
Procuremos nos conscientizar quanto ao que possa ter causado a enfermidade e modifiquemos para melhor o nosso comportamento, a fim de evitar o prosseguimento do mal e sua instalação mais profunda!
Apliquemo-nos no bom emprego de nossas possibilidades de ação (apesar das limitações que a enfermidade nos cause), a fim de compensar o desequilíbrio já causado, manter o equilíbrio nas áreas não comprometidas e adquirir merecimento para sermos socorridos espiritualmente.


Se não formos curados
"Se, porém, malgrado os nossos esforços não o conseguirmos" (ficar curados), devemos "suportar com resignação os nossos passageiros males". ( "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. XXVIII, V, item 77), pois "lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus ". (Emmanuel, em "Seara dos Médiuns", cap. "Oração e Cura").
Quando curados, sejamos gratos
Jesus havia curado um grupo de 10 leprosos. Apenas um retomou para agradecer. O Mestre indagou:
- Não foram dez os limpos? Onde estão os outros nove?(Lc. 17:17.) Jesus não fazia questão do agradecimento pessoal. Mas quis ensinar: A cura sempre representa uma concessão da misericórdia divina, que permitiu recebêssemos de outrem recursos para nos refazermos e sairmos da situação dolorosa e prejudicial em que estávamos.
Quem é curado precisa reconhecer isso e ser grato pela colaboração prestada por quem se fez intermediário dessa bênção.
Não ser grato pela cura revela que a pessoa não entendeu quanto lhe foi concedido e, provavelmente, não saberá valorizar nem conservar a bênção recebida. A falta de gratidão ante a cura física revela que a pessoa ainda não alcançou a cura mais importante e definitiva: a do espírito.

Para não haver recaída
Encontrando no Templo o paralítico que havia curado no Tanque em Betesda, Jesus lhe diz:
- Olha que já estás curado; não peques mais para que não te suceda alguma coisa pior. (Jo. 5:14.) De fato, restabelecido o equilíbrio fluídico, é preciso que a pessoa o mantenha pelos bons pensamentos, sentimentos e atos.
Senão, poderá gerar novas lesões orgânicas ou predisposição para enfermidades.




Estudos espíritas do Evangelho - EME Editora
Extraído do site http://www.espirito.org.br/
















23 maio 2011

Questões sobre um Atentado Terrorista

Questões efetuadas por jornalista espírita
Respostas:  Dr. Ricardo Di Bernardi- ICEF 
 
1ª Questão: O ato terrorista de 11 de setembro de 2001 abalou não somente os Estados Unidos, ele abalou o mundo de uma maneira geral. Nesse acontecimento a Espiritualidade já estava ciente do que estava por vir? 
RDB-  A espiritualidade tem consciência do que está no coração e na mente dos encarnados. Acompanha minuciosamente, as tendências de todos nós. Nossos ódios, nossos amores, nossos planos. Percebe quais as atitudes que estamos arquitetando em nossos espíritos. 
No entanto, os espíritos não interferem em nosso livre-arbítrio. No último momento, os terroristas poderiam mudar suas decisões, dependeria apenas deles. 

2ª Questão: O fato citado pode ter sido amenizado pela espiritualidade? 
RDB - Os fatos sempre são amenizados pela espiritualidade. Amenizados no sentido de que todos, inclusive os terroristas, tem seus protetores espirituais. É imprescindível, no entanto, que os assistidos abram sua mente e seu coração em sintonias energéticas capazes de assimilar as boas intuições. 

3ª Questão: Por que os Espíritos não nos alertaram do evento de 11 de setembro? O mesmo para outros eventos do gênero- Eles podem ou devem interferir em nossos atos?
RDB- Se houvesse interferência total de espíritos, como de Jesus, Maria, ou mesmo de Deus, alterando o curso dos acontecimentos, não existiria estupros, ou crimes hediondos, pois Deus não permitiria. Não existe esta ação ou interferência direta. Há sol, mas quem se coloca à sombra não recebe o sol. Quem está mergulhando no lodo não percebe a luz do sol. É necessário colocar a cabeça para fora da lama para vê-lo. O sol existe e está disponível. A proteção espiritual também, desde que se sintonize com ela.

4ª Questão: Alguns dizem que este acontecimento, por mais abominável que seja, em longo prazo, vai trazer benefícios para a humanidade, pois fará com que o homem repense seu papel perante a vida, embora isto aconteça pelo caminho mais árduo. Existe, realmente, o “mal necessário”? 
 RDB- “O mal é necessário que venha, mas ai daquele por intermédio do qual ele vem”. Palavras de um sábio. Mal necessário significa que: como estamos chafurdando no lodo a sujeira é inevitável, mas não deixa de se sujeira e... Continua valendo a orientação de banhar-se com nas águas do bom-senso. .

5ª Questão: Como são acolhidas essas pessoas que morreram de forma brutal? Há uma atenção especial da espiritualidade? 
RDB- Sem dúvida. Situações excepcionais geram atendimentos excepcionais. Há multiplicação e deslocamentos das equipes de socorro no mundo espiritual.

6ª Questão: Sabemos que cada um tem suas “dívidas” e sabemos também que as provas e expiações são diferentes para cada um de nós. Mas, diz-se que essas pessoas que morreram no atentado teriam de certa forma, o mesmo nível evolutivo. Está correto? 
RDB- Não. Apenas tinham determinados pontos em comum. Da mesma forma, as características e consequências do desencarne delas também são individualmente diferentes.

7ª Questão: Em quase todo acidente percebemos que a espiritualidade de certa forma “retira” algumas pessoas dessa situação de risco: uns desistem de viajar na última hora, temos pessoas que se atrasam, pneus furam... Por que isso ocorre? 
RDB- Trata-se de pessoas que não tinham nenhuma sintonia com o evento. O automatismo da sintonia energética (Lei de Deus) as afasta.

8ª Questão: Há uma onda de ódio e sentimento de vingança no mundo devido a este atentado, como também a outros do mesmo padrão. Quais as consequências, para a humanidade, destas vibrações negativas? 
RDB- Dependerá da evolução deste sentimento. Poderá se diluir, poderá se acentuar. Poderá se regionalizar ou se estender. Conforme a evolução  do mesmo poderão  haver  consequências correspondentes.

9ª QuestãoAlém do ódio, vemos também o medo de uma nova guerra ou de grandes catástrofes que toma conta do mundo inteiro. André Luiz em Nosso Lar relata uma situação semelhante quando da eclosão da Segunda Guerra Mundial. Como o medo pode   agravar este cenário? 
RDB- Pode alimentar o inconsciente coletivo fornecendo energias ou fluidos para os obsessores.

10ª QuestãoPara melhorar o nível das vibrações... Então... Por outro lado também há uma onda de solidariedade poucas vezes vista no globo, qual o efeito disto? 
São energias positivas que os mentores utilizarão para minorar sofrimentos de outros.

11ª Questão: Há cenas chocantes de pessoas que, ao perceber uma morte iminente em uma tragédia, se suicidam. Como é considerado este suicídio pela espiritualidade? 
RDB- É suicídio, embora com atenuantes. Cada caso tem uma repercussão específica. Depende do sentimento de cada um, depende do grau de informação e de muitos outros fatores. Não é possível colocar todos num mesmo grau de responsabilidade.

12ª QuestãoSabemos que o espírito sempre evolui e que não há atraso na evolução. Como encarar a atitude destes terroristas? 
RDB- Sempre evolui “em termos”. Você não está melhor hoje, sexta-feira, pois seu humor pode estar pior que ontem, quinta-feira. Ontem, você fez caridade, auxiliou pessoas, trabalhou muito etc. Hoje, se você está irritado e foi deselegante com sua irmã, não atuou com caridade, etc. Isto é involução? Não! Não se pode medir a evolução por fragmentos de uma encarnação, mas no todo. Nos fragmentos de uma vida pode existir uma aparente involução. Deve-se observar em um contexto mais amplo.

13ª Questão: Como podemos contribuir para mudar a situação do planeta?
RDB- Amando, trabalhando, pensando na Paz. Sentindo a Paz.


Ricardo Di Bernardi é médico pediatra, homeopata, palestrante espírita internacional, autor de diversos livros.
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