06 agosto 2019

Família e resiliência emocional - Cristiane Carvalho


Observa-se que algumas pessoas possuem recursos internos que as preparam para o enfrentamento das dificuldades. Na condição de um desses recursos internos, a resiliência é definida como sendo a “capacidade de se renascer da adversidade fortalecido e com mais recursos. É um processo ativo de resistência, reestruturação e crescimento em resposta à crise e ao desafio” (Walsh, 2005, p. 4).
A resistência ao estresse não tem uma medida fixa e varia de acordo com as circunstâncias, sugerindo bases ambientais, mas também, constitucionais da pessoa para essa capacidade de reverter os efeitos de pressões extremas, mesmo que não saia totalmente ileso da experiência vivenciada.
Outras pessoas, após vivenciar situações estressoras e/ou traumáticas, mostram-se desnorteadas, desesperançadas, desacreditadas de si mesmas, até perdem o sentido da própria vida por acreditar que nada mais pode ser feito. Muitas tornam vítimas do próprio sofrimento, empobrecendo-se na capacidade produtiva social e afetiva pelos sentimentos de raiva e culpa. Neste sentido, observa-se que são pessoas sobreviventes, pois, não apresentam ter adquirido aprendizado positivo, que as façam mais fortalecidas e transformadas após uma experiência ruim.
A família é o lugar onde ocorre o desenvolvimento emocional e social do ser humano. Portanto, espera-se que pai e mãe, responsáveis no exercício das suas funções, sejam capazes de prover os filhos de recursos que sustentem o seu desenvolvimento psicossocial. 
Assim, se faz mister, um contexto relacional familiar harmonioso e competente no atendimento às necessidades físicas, psicológicas e emocionais de seus membros, por torna-se fundamental para o desenvolvimento de pessoas resilientes.

Cristiane de Carvalho Neves é psicóloga especializada em luto. 

cristianecarvalho.psi@gmail.com


Ref. Bibl. Froma Walsh, Fortalecendo a resiliência familiar, 2005

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